Os investimentos anunciados pelas montadoras no Brasil em 2024
O ano de 2024 foi bastante positivo para a indústria brasileira: as vendas de carros novos cresceram e as marcas anunciaram aportes bilionários
O ano de 2024 foi bastante positivo para a indústria brasileira: as vendas de carros novos cresceram e as marcas anunciaram aportes bilionários
A indústria de automóveis no Brasil começou o ano de 2024 com boas perspectivas graças a sanção do Programa Mover. Ele prevê R$ 19,3 bilhões em incentivos e e redução de impostos para pesquisas e desenvolvimento de tecnologias e produção de veículos sustentáveis. As montadoras se aproveitaram disso para anunciar novos investimentos no país.
A grande maioria afirmou que terá a produção nacional de carros híbridos flex dentro dos próximos cinco anos, algumas incluíram elétricos na conta. Essas motorizações virão juntas de modelos inéditos, ampliações nas fábricas e atualizações na gama atual.
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Vamos relembrar aqui quais foram os investimentos anunciados pelas montadoras em 2024 e quais são seus planos. Algumas até já começaram a entregar os resultados.
O maior dos investimentos anunciados no Brasil foi pela Stellantis. O grupo agrega Fiat, Jeep, Ram, Peugeot e Citroën, com três complexos fabris diferentes dentro do país.
Esses investimentos serão aplicados pela montadora até 2030, com a previsão de fazer 40 anos lançamentos nacionais. Ela já mostrou que terá três tipos diferentes de híbridos, indo dos leves ao plug-in, e também 100% elétricos.
A fábrica de Betim (MG) receberá R$ 14 bilhões, com foco em ampliar a produção de motores e nacionalizar os sistemas híbridos. A planta já produz hoje os primeiros resultados desse investimento, que é a dupla Pulse e Fastback híbridos.
A unidade de Goiana (PE), receberá R$ 13 bilhões. Por lá a Stellantis busca expandir a cadeia de fornecedores, localizar novas tecnologias e lançar novos produtos. Os SUVs e picapes feitos por lá receberão o sistema de 48 volts com o câmbio E-DCT, que possui um motor elétrico que ajuda na tração.
Já a fábrica de Porto Real (RJ), que hoje só produz modelos da Citroën, receberá R$ 3 bilhões. Além de aumentar o volume de produção da família C3, essa unidade deverá receber um modelo novo. O portal Autos Segredos apurou que será o Jeep Avenger, que utiliza a mesma plataforma CMP dos franceses.
Fora desses R$ 30 bilhões dedicados ao Brasil, a Stellantis também anunciou um aporte de cerca de R$ 2 bi para a Argentina. O foco por lá será implantar a linha de produção da Fiat Titano, que será modernizada e receberá o novo motor 2.2 Multijet. A produção desse propulsor está cotada para ser feita localmente, para atender a América Latina.
O segundo maior investimento feito por uma montadora pelo programa Mover foi o da Volkswagen. A marca alemã pode estar com problemas na Europa e nos EUA, mas no Brasil ela é líder em carros de passeio passou os últimos anos crescendo em vendas.
Desse total, R$ 13 bilhões serão dedicados ao estado de São Paulo. A montadora possui duas fábricas de carros no estado, em Taubaté e São Bernardo do Campo, e uma fábrica de motores em São Carlos. Os R$ 3 bilhões restantes serão endereçados para a planta de São José dos Pinhais, no Paraná.
A Volkswagen já adiantou que esses aportes serão para trazer a plataforma MQB Hybrid para o Brasil e novas tecnologias ADAS. Os itens de segurança ativa aprimorados já começamos a ver com o novo Nivus 2025.
A fábrica de São Bernardo do Campo terá dois carros inéditos. Taubaté receberá o SUV compacto Tera. São José dos Pinhais receberá a produção do Virtus e terá uma caminhonete intermediária. E São Carlos produzirá um novo motor que será usado nos carros híbridos, o 1.5 TSI Evo.
A japonesa Toyota foi a pioneira na produção de carros híbridos no Brasil com o Corolla e pretende expandir essa ofensiva. Os R$ 11 milhões em investimentos da montadora serão focados na fábrica de Sorocaba (SP), que já está com novos setores sendo construídos.
O primeiro fruto dos investimentos será o Yaris Cross, com previsão de ser lançado em 2025. Mais adiante essa fábrica irá produzir uma caminhonete derivada do Corolla Cross para competir contra a Fiat Toro. Ela terá motorização híbrida plug-in flex, que está em desenvolvimento.
O anúncio de investimentos da General Motors no Brasil veio com uma grande surpresa a nível mundial: a promessa de carros híbridos flex. Na época a montadora ainda estava com planos de pular dos carros a combustão direto para os elétricos, sem um meio-termo.
Os investimentos foram divididos em R$ 5,5 bilhões para as unidades instaladas no estado de São Paulo e R$ 1,2 bilhão para Gravataí (RS). Os R$ 300 milhões restantes não foram endereçados, mas deverão ir para a fábrica de motores em Joinville (SC).
Em São Paulo ela irá modernizar as plantas e iniciar a produção dos carros híbridos. O presidente da GM América do Sul, Santiago Chamorro, confirmou que terá híbridos leves e modelos plug-in. Em Gravataí terá também um SUV compacto inédito, derivado do Onix e com sistema híbrido leve.
A Hyundai foi além das promessas de fazer híbridos flex e elétricos no Brasil, seus investimentos até 2032 inclui também carros movidos a hidrogênio verde. Apesar da cifra elevada, a montadora não deu mais detalhes sobre como será investido.
A BYD está correndo para finalizar as obras na fábrica de Camaçari (BA), que foi da Ford. Os investimentos da montadora chinesa eram de R$ 3 bilhões, mas ela aumentou para R$ 5,5 bilhões com o Programa Mover.
O dinheiro está sendo usado para reformar a unidade fabril e construir prédios residenciais próximos que irão alojar até 4.230 moradores. Ela pretende gerar 10 mil empregos.
Já está confirmada a produção nacional do Dolphin Mini e do Song Pro. Também está em desenvolvimento o motor híbrido plug-in flex. Um escritório de engenharia será feito em Camaçari para tocar projetos regionais.
A GAC é uma montadora chinesa tradicional que confirmou sua vinda para o Brasil. O anuncio foi feito durante um encontro entre Feng Xingya, presidente do grupo GAC, e o vice-presidente da república Geraldo Alckmin, na China.
Nos planos da GAC para o Brasil inclui a construção de fábricas, centros de pesquisas e desenvolvimento, rede de distribuição de peças e uma oferta abrangente de veículos. Ela irá vender modelos a combustão, híbridos plenos, híbridos plug-in e elétricos.
A GAC já estava estudando sua vinda para o Brasil há alguns anos e estava na disputa pela fábrica da Ford em Camaçari, que foi para a BYD. Essa montadora está na ativa desde 1955 e possui joint-ventures com a Honda e a Toyota.
A Honda já anunciou seus investimentos já com detalhes do que irá fazer. Primeiramente ela irá expandir o quadro de colaboradores de 1.700 para 3.500 funcionários.
A japonesa também confirmou a produção nacional do novo WR-V, que será um SUV de entrada para ficar abaixo do HR-V. Diferente dos rivais e da primeira geração, o novo WR-V terá uma carroceria própria e sem compartilhar estamparias com outros modelos. A plataforma é a mesma do City.
A Honda também confirmou a criação de motorização híbrida E:HEV flex. Esse sistema poderá vir no HR-V, na linha City e no inédito WR-V, como já ocorre no exterior.
A Mitsubishi é representada no Brasil pela HPE Automotores, que anunciou o investimento de R$ 4 bilhões até 2032 em sua fábrica em Catalão (GO). A unidade será adequada para novos produtos.
Já conhecemos o primeiro fruto desse aporte, a caminhonete Triton de nova geração que chegará às concessionárias em janeiro de 2025. A HPE também irá desenvolver novas tecnologias híbridas e flex, além de adotar práticas mais sustentáveis na fábrica.
O novo Outlander híbrido plug-in e o SUV compacto XForce também estão cotados para serem nacionalizados. Como de costume, a Triton ganhará novas versões desenvolvidas localmente.
A Comexport é líder em comércio exterior e supply chain no Brasil. Ela é responsável pela importação dos carros da Mercedes-Benz, Honda, BYD, GWM, Renault, Ford, Volvo, GM, Toyota, Higer, Chery, Volkswagen e Porsche.
Essa empresa anunciou um investimento de R$ 400 milhões para transformar a antiga fábrica da Troller, no Ceará, em uma unidade multimarcas. Isso permitirá a montagem em regime CKD de carros, ajudando marcas que não possuem plantas no Brasil a driblar os impostos.
Ela estima em produzir 40 mil carros por ano e gerar 255 empregos diretos, podendo chegar a 9 mil postos de trabalho — diretos e indiretos — quando já estiver em atividade. Será uma operação similar a da Nordex, no Uruguai, ou da Magna Steyr, na Austria.
A CAOA, a Renault, a GWM e a Nissan já haviam anunciado investimentos no final de 2023, antes do programa Mover ser instaurado. As intenções são similares às que vimos por essa matéria, com a confirmação de novos carros e investimentos em carros híbridos.
O aporte de Renault foi de R$ 2 bilhões, com a promessa de fazer carros híbridos flex e novos modelos sobre a plataforma RMGP. Os motores turbo da marca já foram nacionalizados e um SUV médio deverá ser o próximo carro a vir.
A Nissan realizou seu investimento de R$ 2,8 bilhões para nacionalizar o novo Kicks, um outro SUV e produzir um motor turbo localmente. Isso virá junto de uma expansão na fábrica de Resende (RJ).
Os planos da GWM para o Brasil incluem R$ 10 bilhões em investimentos até 2032. Esse dinheiro já está sendo empregado na reforma da fábrica de Iracemápolis, que era da Mercedes-Benz. O primeiro produto nacional será o SUV Haval H6, mudando o plano original de iniciar com a picape Poer.
O aporte de R$ 3 bilhões da CAOA foi destinado apenas para a modernização de sua fábrica em Anápolis (GO).
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