Japão e Coreia do Sul vão devagar com os carros elétricos
Os dois países orientais têm números semelhante em relação a venda de veículos novos movidos a bateria; motor a combustão ainda equipa a maioria
Os dois países orientais têm números semelhante em relação a venda de veículos novos movidos a bateria; motor a combustão ainda equipa a maioria
Outro dia recebi uma informação de uma empresa entusiasmada com a participação de carros elétricos no mercado brasileiro: “mais que tendência já é uma realidade”. Fico pensando sobre percepção elástica da realidade. Apesar de com frequência abordar este assunto, além de seguir de perto os lançamentos e avaliações ao volante, deve-se reconhecer que ainda falta muito para a tendência se transformar em vendas.
Razões são sobejamente conhecidas: preço muito alto que começa a cair com as ofertas de marcas chinesas, alcance limitado fora dos perímetros urbanos, tempos de recarga longos e uma rede incipiente de eletropostos. Também jogam contra o poder aquisitivo limitado dos brasileiros e a extensão territorial do País por exigir ampliação dos atuais e estimados 3.000 locais de recarregamento de baterias para no mínimo 80 mil.
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Por todos os motivos citados não chega a ser exatamente uma surpresa que a participação de modelos 100% elétricos no País representem apenas 0,6% das vendas de automóveis e veículos comerciais leves até o mês passado.
Porém, em nações de alto poder aquisitivo com ampla oferta de modelos de todos tipos e plenas condições de implantar uma malha de recarga por terem extensão territorial minúscula em comparação ao Brasil, essa participação poderia ser muito maior. Para ter certeza, solicitei à consultoria JATO Dynamics informações sobre Japão e Coreia do Sul.
No fundo, não me surpreendi pelos dados coletados de vendas entre janeiro e agosto deste ano. No Japão apenas 2,2% dos veículos leves eram 100% elétricos a bateria e outros 5,3% tinham tração elétrica, mas com motor a combustão como extensor de alcance. Modelos 100% a combustão representavam 51% e híbridos 41,5%. Números semelhantes na Coreia do Sul: apenas 7% eram elétricos, 67% a combustão e 26% híbridos.
Em proporção os percentuais frente ao Brasil podem ser até 10 vezes maiores, porém ainda muito distantes do cenário na China onde um quarto das vendas são de elétricos por razões estratégicas e forte suporte financeiro governamental.
Aliás, não canso de repetir sobre os elétricos: rumo certo, ritmo incerto.
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