Jeep que não é Jeep: quando outras marcas fizeram o valente utilitário
Criado para a guerra e estabelecido como carro de trabalho; a vida do jipe foi aguerrida em várias partes do mundo e ajudou a reconstruir países
Criado para a guerra e estabelecido como carro de trabalho; a vida do jipe foi aguerrida em várias partes do mundo e ajudou a reconstruir países
O Willys Jeep nasceu como veículo militar, mas com o fim da Segunda Guerra Mundial ele virou instrumento de trabalho. A montadora norte-americana acabou se estabelecendo em outros países por causa desse jipe, porém o projeto acabou sendo licenciado para outras marcas ao redor do mundo.
Em todos os países onde o Jeep clássico se estabeleceu, sua função era de ser usado no trabalho. Seja em fazendas ou para transporte em regiões inóspitas. Com o tempo, também virou veículo de lazer e até mesmo parte da cultura.
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A indiana Mahindra foi a primeira montadora estrangeira a conseguir os direitos de produção do Willys Jeep. Em 1947 ela começou a fazer o CJ-3B, apelidado no Brasil de “cara de cavalo” devido seu capô e grade mais altos.
Os indianos também nunca pararam de fazer o Jeep clássico. O CJ-3B foi atualizado com o tempo, mudou de nome para Major em 2004 e foi substituído pelo Thar baseado no CJ5 em 2010. Sim, lançaram um carro dos anos 50 há pouco mais de uma década. E os brasileiros chocados com a Kombi T2 dos anos 60 estreando aqui em 1996…
O CJ-3B nunca saiu de linha na Índia, hoje ele é feito como Roxor. Curiosamente, esse modelo voltou aos EUA e isso foi até fruto de uma ação legal da Jeep contra a Mahindra.
O motivo foi a grade com sete fendas, uma marca registrada da Jeep. Isso foi resolvido com uma peça de estamparia nova com cinco fendas.
O Mahindra Roxor é vendido como um UTV nos EUA, portanto não pode ser emplacado e não precisa atender a todas as normas de segurança. Fãs do Jeep clássico gostaram da notícia, pois o modelo ainda possui muito em comum com o modelo antigo.
Durante a reconstrução do Japão, as principais montadoras locais começaram a fazer veículos fora de estrada simples. Em 1951 a Toyota lançou o Land Cruiser e a Nissan apresentou o Safari. Esse segundo parecia muito um Jeep, mas não havia compartilhamento de componentes.
A Mitsubishi seguiu um caminho diferente: negociou com a Willys Overland os direitos para produzir o Jeep CJ-3B no Japão. O modelo era idêntico ao norte-americano, porém o nome da montadora vinha estampado na grade.
O motor inicialmente era o flathead de 4 cilindros da Willys, mais tarde foi trocado por propulsores da própria Mitsubishi. Versões militares foram feitas para as forças de defesa do Japão.
O Mitsubishi Jeep foi produzido de 1953 a 1998 no Japão e pode ser considerado como o pai do Pajero. Uma versão perua, com a carroceria que tivemos na Rural brasileira, também foi feita por lá.
Em 1967 a Ford comprou a Willys Overland no Brasil. Isso criou uma rutura na linha do tempo da marca e dos direitos da Jeep, já que anos mais tarde a matriz dela seria comprada pela Chrysler nos EUA.
Como a Ford passou a vender os veículos da Willys, o Jeep, a Rural e a picape F-75 passaram a receber o oval azul. A montadora também promoveu melhorias, como o câmbio com todas as marchas sincronizadas e o moderno motor 2.3 OHC.
Haviam planos para maiores melhorias. Carlos Meccia, ex-engenheiro da Ford, contou em sua coluna no portal Auto Entusiastas que o utilitário receberia várias modernizações para melhorar a vida a bordo como bancos, direção, suspensão mais macia, instrumentação mais completa, duplo circuito nos freios e até detalhes estéticos como faixas coloridas. No final aprovaram apenas os novos pedais suspensos.
O Jeep foi feito pela Ford no Brasil até 1983, o que limitou o mercado de jipes para os foras de série até a Troller ser estabelecida na década seguinte. O fato dos direitos do nome estarem com a Ford complicou um pouco a chegada da Jeep nos anos 90 através da Chrysler
Duas marcas sul-coreanas fizeram o Jeep sob licença. A primeira foi a SsangYong, famosa no Brasil por ter vendido SUVs com motores turbodiesel da Mercedes-Benz.
Ela produziu o CJ-7, uma versão mais moderna que foi apresentada nos EUA 1976. O modelo chegou à Coréia em 1983, onde foi feito com motores diesel da japonesa Isuzu.
Sua produção durou até 1996, quando foi sucedido por um novo Korando. O modelo seguiu sendo um jipe de verdade, com eixos rígidos e tração 4×4. Dessa vez os motores vinham da Mercedes.
Essa segunda geração chegou a ser vendida no Brasil, mas é difícil de achar um usado. Ela foi feita até 2006 na Coréia do Sul, seu projeto foi vendido para os russos da TagAZ.
A geração seguinte do Korando virou um SUV convencional, com monobloco, motor transversal e tração integral sob demanda. Ele também foi vendido no Brasil, com um relativo sucesso para a marca, mas foi ofuscado por um Jeep: o Renegade.
A segunda marca a produzir o Jeep clássico na Coréia do Sul foi a Asia Motors. Ele era uma versão civil do K111 Jeep, o veículo militar padrão do país que era produzido por essa finada montadora.
Ele era baseado na versão militar do CJ-5 e compartilhava componentes com o Mitsubishi Jeep. O Asia Rocsta civil chegou ao mercado em 1990 e teve carreira curta.
Sua mecânica vinha da Mazda, já que a Asia havia parceria com a montadora japonesa. O modelo chegou a ser vendido no Brasil, mas é difícil de ser encontrado.
Sua produção encerrou em 1997, quando foi sucedido pelo Kia Retona. Esse jipe era baseado em um veículo militar novo do exército coreano que usava o chassi do primeiro Kia Sportage.
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Jeep representa o mundo livre , é e sempre foi sinônimo de liberdade , precisamos apoiar as empresas que dão emprego para as Américas !! Afinal a China quer dominar o mundo não só com carros !! Eles querem nosso subsolo só que nós ainda estamos aqui !!!