Erro ou má-fé? Latin NCAP divulga novamente resultados que enganam o consumidor 

No último crash-test, a entidade comprovou não ser confiável e deu bomba em um Jeep Renegade que não é mais fabricado

jeep renegade 2021 latin ncap
Unidade testada pelo instituto não é mais fabricada (Foto: Reprodução)
Por Boris Feldman
Publicado em 07/07/2023 às 15h38
Atualizado em 07/07/2023 às 19h11

Como avaliar a proteção oferecida por um automóvel aos seus ocupantes? Jogando-o contra uma parede de concreto com bonecos em seu interior que simulam a gravidade das lesões provocadas pelo impacto.

Não existe um órgão independente no Brasil para realizar estes testes, mas tem o uruguaio Latin NCAP que assumiu esta função para os veículos comercializados na America do Sul e Caribe.

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Não tem dúvida: é de extrema importância exigir um nível cada vez mais elevado de proteção aos ocupantes do automóvel em caso de acidente. Mas não com os discutíveis critérios adotados pela entidade uruguaia: cada vez que publica os resultados dos testes se registram distorções que confundem o consumidor e prejudicam o fabricante.

Latin NCAP não é confiável

São muitos os exemplos da pouca confiabilidade da entidade uruguaia, entre eles: em 2016, ela testou um Ford Ranger comprado na Colômbia onde não há, ao contrário do Brasil, a exigência dos dois airbags frontais. Claro que o resultado (medido de zero a cinco estrelas) foi desfavorável à picape da Ford. Em 2019, a vítima foi a Mitsubishi, pois a picape L200 testada tinha sido produzida na Tailândia e não na Argentina, a que vem para o nosso mercado. Resultado? Zero estrela!

Em 2020, o Latin NCAP testou o novo Hyundai HB20 e atribuiu 4 estrelas ao coreano. Um ano depois, o mesmo modelo perdeu três delas, inexplicavelmente.

novo hyundai hb20 crash test seguranca latin ncap

Em 2021 foi a vez do Renault Duster, que também levou bomba com zero estrela. Exatamente o mesmo modelo agraciado com 4 estrelas em 2019. “É porque mudamos os critérios para exigir mais segurança”, explicam os uruguaios. Uma argumentação razoável. Mas jamais para justificar um segundo teste num modelo produzido para atender o anterior.

Qualquer órgão que estabeleça padrões para fabricantes só verifica o enquadramento do produto fabricado após a publicação de novas exigências. No Brasil, corre-se o risco de comprar hoje um carro cinco estrelas e descobrir amanhã que foi rebaixado para zero ou uma. Tem cabimento?

De cinco para uma estrela

Neste mês de julho, o Latin NCAP supera sua própria irresponsabilidade: testa um Jeep Renegade produzido em 2021, fora de linha desde o início do ano passado e o reprova com uma única estrela. O mesmo carro que recebera o total de cinco delas em 2015.

Como é que o Latin NCAP tenta explicar o inexplicável? O carro foi produzido no Brasil mas comprado num resto de estoque de uma concessionária no Panamá. Desde o início do ano passado, o Renegade ganhou novo motor, seis airbags em todas as suas versões e novos equipamentos de segurança, o que mudaria completamente seu comportamento num crash-test.

Alejandro Furas, o uruguaio secretário-geral da entidade percebeu, depois de adquirido o veículo, que ele estava ultrapassado e pediu à Stellantis (dona da marca Jeep) que fornecesse um modelo novo para os testes. Assumindo, naturalmente, os “míseros” US$ 500 mil necessários para sua execução. A empresa se recusou e ele decidiu enviar assim mesmo o antigo Renegade para os testes na Europa pelo EuroNCAP.

A própria entidade uruguaia confessa em seu “release” para a imprensa que solicitou da fábrica um novo veículo, negado pela empresa. Mas,  revelando completa leviandade, acusa a Stellantis de “comunicação enganosa ao mercado”.

Stellantis negou patrocínio

A Stellantis, consultada, confirma que negou ao sr. Furas o patrocínio do teste de Renegade atual mesmo diante da ameaça (ou talvez por isso mesmo…) de ter seu veículo reprovado nos crash-tests. Diz ser “importante ressaltar que a versão testada, mesmo que feita aqui, não é vendida no País. No Brasil, o modelo tem seis airbags, faróis Full-LEDs, ESP, detector de fadiga, assistente de manutenção de faixa e frenagem autônoma de emergência. Que não fabrica mais a versão com apenas 2 airbags do Renegade. E que os itens de segurança oferecidos de série em todas as versões fabricadas no País são distantes por completo da versão testada, já fora de linha”

Já não está mais que na hora de o Brasil ter uma entidade para realizar estes testes e não ficarmos mais dependentes destes uruguaios de competência duvidosa?

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36 Comentários
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Pablo Muniz 19 de julho de 2023

Que ódio de uruguaio! Passou do razoável as referências irônicas e sarcásticas. É xenofobia? Algum dissabor no passado? Os carros da stell-antis recorrentemente têm apresentado problemas de segurança. E, o fato, o carro testado não foi montado pelo uruguaio, foi comprado zero da stell-antis. Panamá não é América Latina, deixou de ser?

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Valdemar vieira da silva filho 12 de julho de 2023

Esse artigo é um absurdo .

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Wagner Moleta 12 de julho de 2023

Tenho um HR-V 18 a melhor compra que fiz até hj., Mas tive um pequeno acidente com moto que precisei trocar capô do motor paralamas para-choque e pequenas PCs sob. o para-choque .
Impressionante a demora para chegar às pcs (2 meses) a Honda não entrega , e inacreditável não ter para-choque e paralamas em estoque sabe ,sei que ninguém quer manter estoque pois e dinheiro parado,ocupa espaço enfim.
Mas uma ou duas PCs ,creio que poderia ser mantida em estoque.
Honda Forte (Ceasa) S.P.

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Antonio Felipe 10 de julho de 2023

A Ford Brasil, tinha sua “BARREIRA DE IMPACTO” em Tatui, ( campo de provas), no interior de SP. Todos os veículos eram testados antes de seu lançamento. Trabalhei na montadora por 15 anos e participeu de vários cursos e testes.

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Evaldo Maciel 10 de julho de 2023

Ultimamente ando confiando mais no meu tato com base em fotos de acidentes. Fiat Cronos, por exemplo, é um carro que só entra na minha garagem se ganhar ele, pois comprado, nem pensar, segurança zero!
Falaram da VW aqui, mas basta ver umas fotos de acidentes de Virtus/Polo e é clara como a construção dos caros da VW são melhores que o Fiat, o importa, que é a cabine, fica em um estado que o os ocupantes não se ferem tanto. Fiat, em caso de acidente, é morte certa.

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Romulo 10 de julho de 2023

Quanta GROSELHA. O LatinNCAP é o que de MELHOR dispomos hoje para avaliar de maneira INDEPENDENTE os carros vendidos NA AMERICA LATINA. As variações em resultados de testes são NORMAIS, primeiro, porque tratam-se de ENSAIOS INDIVIDUAIS, segundo, porque a régua da exigência AUMENTA COM O TEMPO. Os fabricantes precisam é parar de mimimi e pautar mais qualidade nos seus produtos, e os repórteres precisam parar de apontar os dedos para as vítimas/para os heróis, e sim para os algozes/para os maximizadores de lucros.

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Matheus 11 de julho de 2023

EXCELENTE pontuação Rômulo!! Minha linha de raciocínio segue a sua, e adiciono que após 2015 o LatinNCAP adicionou o teste de colisão lateral onde muitos desses modelos ditos como 4-5 estrela (Renegade entre) foram MEDÍOCRES!
Me admiro tamanha experiência do engenheiro jornalista se prestar ao papel de escrever uma matéria tendenciosa dessas, QUE GAFE!

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Tobias 19 de julho de 2023

Correto. Ruim com latincap? muito pior sem ela..

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Santiago 9 de julho de 2023

Como disse Garrincha, “faltou combinar com os russos”.
O problema não é exatamente o Latin NCAP. O problema é a falta de parâmetros mais unificados para a nossa região.
Tais parâmetros deveriam ser discutidos e acordados entre os respectivos órgãos reguladores dos países latino-americanos, aonde são comercializados os modelos testados.
Sem padrões mais unificados não haverá mesmo referências confiáveis.

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Edmundo Teixeira 10 de julho de 2023

Comentário mais sensato que eu li aqui.

No mínimo os países do Mercosul deveriam padronizar os parâmetros de segurança, já que seus veículos produzidos aqui na região, são também comercializados em toda região, além do livre tráfego dos veículos entre os territórios dos países.

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Opositor 9 de julho de 2023

Não entendi, o teste foi em um renegade 21 que já havia sido testado em 2015?

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Edson 8 de julho de 2023

Pq vc não dá o seu xodó, o Voyage para essa entidade para comprovar se é seguro ?
O Latin NCAP é o braço direito da Euro NCAP e então tem que criticar a entidade europeia não acha ?
Vc é muito sensacionalista sabia ?
Criar uma entidade para encarar a Latin NCAP é bobagem pq ao criar estaria desviando dinheiro público que no Brasil não é mais novidade já faz muito tempo e outra: as montadoras vão e compram os testes para dizer que seus carros foram aprovados no crash test enquanto que no Latin NCAP e outras entidades eles seriam reprovados

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Thiago Carvalho 8 de julho de 2023

Um país que aceita fábricar Fiat Mobi e Renault Kwid tá de longe despreocupada com segurança carro popular aqui vira sardinha entre dois caminhões.

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Daniel F Oliveira 10 de julho de 2023

kkkkkkkk. To rindo aqui, mas é a mais pura verdade.

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Marco 8 de julho de 2023

Mais um órgão que parece ser “comprado”. Há marcas que só recebem 5 estrelas, como se só elas soubessem fazer carros… que mundo chato estamos vivendo.

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Rafael 8 de julho de 2023

Mexeu com o lixo da Fiat, o Boris grita rs.

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Daniel F Oliveira 10 de julho de 2023

Já vi muita gente falar que ele persegue a Toyota. E fala mal dos carros japas em Geral. Que ele é um amante da Volks isso não é dúvida. Boris falar mal da Latin N-cap. Os critérios mudam, lembra dos Onix que em 2017 ganharam zero e fizeram reforço na lateral e depois ganharam nota 3. Menos parcialidade é melhor

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Geraldo 8 de julho de 2023

Eu vou mais a fundo. Os fabricantes deveriam ser obrigados por lei a fazer crash test antes de lançar um veículo ou fazer qq restilização estrutural no veículo e ainda atender critérios mínimos…e não só para carros mas para todo produto que afete a seguranca de algum modo…agora jeep sempre foi porcaria…mas tem gente q gosta de ser enganado.

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Marcius Henrique da Rosa 8 de julho de 2023

Mais uma fez Boris falando groselha, o órgão se chama Latin Ncap ou seja, avalia carros para América Latina e Caribe, qual o problema de se avaliar um carro que não é mais fabricado? Os carros usados ainda são utilizados e comercializados. Recentemente houve um mudança para tornar os testes mais rigorosos e alinhar com os padrões da Euro Ncap, você queria o que? Que nossos padrões de segurança fossem os mesmos de 1950? Todas essas características que você criticou no teste estão bem detalhadas em seu site, se o carro possui Airbags ou não quais os demais itens de segurança, ano em que o veículo foi testado, não existe essa de não ser confiável ou enganar o consumidor está bem explicado. Cada vez que vejo uma matéria nesse site é uma bobagem.

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Eu 8 de julho de 2023

Então, independente do ano o carro continua sendo comercializado como semi-novo ou usado. Falhas são as montadoras e não os testes!

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FE 8 de julho de 2023

Trocar os carros usados 2015, 2016, 2017,….,por novinhos?

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Amarildo 8 de julho de 2023

Caro Boris, o nome já diz “latin” ou seja, América latina. Vi em outra reportagem que esse Renegade pobre é vendido em outros mercados sim. Se um carro perde estrelas é porque não evoluiu em segurança. Eles estão certos.

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Gustavo 7 de julho de 2023

O que é confiável neste país com a governança atual? Os uruguaios podem negligenciar alguns testes devido o carro que estão recebendo para os testes mas mesmo assim são mais confiáveis que o brasileiro. Confiável seria fazer nos USA ou Alemanha porque aqui no Brasil se “compra” aquilo que se quer ver publicado ou dito.

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Mateus 8 de julho de 2023

Comentário com complexo de vira-lata em seu ápice

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Giba 7 de julho de 2023

Eu acho que está correto se não é seguro tem que expor mesmo.

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Thiago Carvalho 8 de julho de 2023

Por isso que ando de opala comodoro pq se bater amassa os outros carros mas o opala nem mexe .

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Fernando B 9 de julho de 2023

Thiago, vc está redondamente equivocado. Carros antigos deformam completamente numa colisão. Se duvidar, pesquise crash test de veículos antigos com novos

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Lincoln Lavrini 7 de julho de 2023

No Brasil precisamos tomar cuidado com a CONFIABILIDADE. Já dizia Dr. Pedro Malan (uns dizem que foi Gustavo Franco): No Brasil até o passado é incerto. Imaginem o presente e os testes então.

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Leonardo 8 de julho de 2023

A Latin Ncap é do Uruguai.

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Victor Ferauche 7 de julho de 2023

Boris, seus argumentos são bem fracos. Compare veículo com armação brasileira com estrangeira. Só então, critique os órgãos reguladores.

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Reynaldo 7 de julho de 2023

Gostaria de saber de temos uma entidade no Brasil que seja confiável ultimamente….

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Leonardo 8 de julho de 2023

A Latin Ncap é do Uruguai

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Reynaldo 8 de julho de 2023

Sim, eu sei, está na matéria. Estou comentando a pergunta do Boris no último parágrafo sobre fazer isso no Brasil.

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Ronaldo 7 de julho de 2023

E o VW Up que foi testado antes do lançamento nas concessionárias. Ou seja, carro fornecido pela VW. Quem garante que era o mesmo encontrado nas lojas? Desde esse fato comecei a desconfiar do Latin Ncap.

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Sergio 8 de julho de 2023

Pessoal fica mto atrelado a número de estrelas, esquece de ler todo o laudo que o órgão emite, falando de deformação do habitáculo, etc.
E tem muita gente que compra carro usado, qual problema de testar um que saiu de linha? Eles não sairão daa ruas, só deixaram de sair das fábricas.

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Tobias 7 de julho de 2023

Melhor NCAP que nada. A legislação brasileira para exigência de segurança é bem fraca e insuficiente. Ou seja, vou continuar olhando resultados de crash car. Segurança vale a pena!

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