Latin NCAP exigirá mais assistentes para dar nota

As novas regras incluem até mesmo chamada automática de emergência e outros recursos para a nota total do veículo

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Ser seguro em impactos está com importância cada vez menor (Foto: Latin NCAP | Divulgação)
Por Eduardo Rodrigues
Publicado em 24/11/2025 às 19h00

O Latin NCAP realizou uma coletiva de imprensa em São Paulo para anunciar os novos protocolos para seus testes feitos entre 2026 e 2029. O nível de exigência do instituto será maior, focando mais nos assistentes ativos ADAS e com mudanças no crash test lateral.

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O instituto também irá mudar alguns dummies. Sai o que simula um bebê e entra o de uma criança de 10 anos em um assento de elevação. A justificativa foi os bons resultados para bebês nos últimos testes. Também incluíram adultos no banco traseiro.

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O teste de impacto lateral será feito em velocidade mais elevada, 32 km/h, e o carro será atingido pela simulação de um veículo mais pesado devido a popularidade dos SUVS. Em veículos com centro de gravidade elevado, como SUVs e picapes, será feito um teste de resistência do teto.

A nota total que o carro irá receber seguirá dependendo dos assistentes eletrônicos. Eles serão testados também a noite e agora terão exigências pós colisão, como a chamada automática de emergência, facilidade de abertura das portas e liberação do cinto.

Por fim, na lista de exigências a longo prazo está a etiquetagem de segurança dos carros mais vendidos. Como o Latin NCAP não possui relações com o governo brasileiro, essa ideia está mais longe de ser concretizada.

As inconsistências do Latin NCAP

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A VW Amarok foi similar a rival Ford Ranger na proteção dos ocupantes, mas perdeu duas estrelas por não ter pacote ADAS (Foto: Latin NCAP | AutoPapo)

Por trás de todas essas preocupações, o Latin NCAP segue mostrando uma falta de estudo do mercado brasileiro. O instituto seguirá penalizando os carros mais simples sem os assistentes ativos de segurança, mesmo quando a proteção para os ocupantes em caso de impacto sejam boas.

A nota final do carro ainda será dependente da presença dessa parafernália e agora terá mais itens considerados, como a chamada automática de emergência. Um exemplo disso é no segmento de picapes, onde a Ford Ranger e a Volkswagen Amarok foram semelhantes na proteção dos ocupantes, mas apenas a primeira ganhou cinco estrelas por contar com o pacote ADAS, a alemã ficou com apenas três.

Chevrolet Montana e VW Polo Track também ficaram sem a nota máxima devido a falta desses sistemas, mesmo com boas notas de proteção. Segundo Alejandro Furas, Secretário Geral do LatinNCAP, a nota de uma estrela representa que o carro atende aos requisitos mínimos do instituto.

Segundo Furas, ser mais restritos na hora de dar a nota irá obrigar os fabricantes a colocarem esses equipamentos de série. Quando questionado sobre o impacto disso no preço dos carros novos, ele diz que “os fabricantes não irão aumentar pois não querem perder vendas”, acreditando que irão abrir mão do lucro em prol da segurança.

Uma das novas obrigações, que é a chamada automática de emergência, depende do proprietário assinar um plano de dados para o carro. Também é preciso que o veículo tenha uma arquitetura eletrônica mais avançada.

O Latin NCAP dará as notas conforme na oferta dos sistemas ADAS na gama dos veículos. Se os equipamentos não se tornarem padrão em toda a gama até 2029, a pontuação irá cair.

A polêmica do Jeep Renegade

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Usaram um Renegade defasado e encalhado no Panamá para os testes em 2023 (Foto: Latin NCAP | Divulgação)

Em 2023 o Latin NCAP realizou o crash test de um Jeep Renegade produzido em 2021, comprado de uma concessionária do Panamá que ainda havia o modelo em estoque. Por contar com apenas dois airbags e não ter sistemas ADAS, o SUV recebeu apenas uma estrela.

As nota de proteção dos ocupantes no impacto dianteiro não mudaram, mostrando que o carro ainda é atual quando o assunto é deformação da carroceria. Ele perdeu pontos nos impactos laterais e por não ter os assistentes eletrônicos.

Na época o modelo atual do Renegade já possuía seis airbags de série e pacote ADAS a partir do segundo modelo da gama. Quando questionado, Alejandro Furas deu duas justificativas.

A primeira é que o instituto é o Latin NCAP, não Brasil NCAP, por isso precisa avaliar carros disponíveis em outros mercados. Ignorando que toda a América do Sul e central já recebiam o modelo atualizado e com mais equipamentos.

A outra justificativa foi que a Jeep seguiu usando em publicidades as cinco estrelas obtidas em 2015 após 2019, o instituto só permite usar a nota por quatro anos. Ela justificou o teste alegando que foi para atualizar a nota do modelo antigo.

Porém ele ignorou as perguntas sobre o carro atual que a Jeep ofereceu para o teste. O Renegade atualizado e nenhum outro carro da Jeep foram testados.

Curiosamente, apenas os modelos compactos da Stellantis são levados para o crash test. Fiat Toro, Jeep Commander, Ram Rampage e outros modelos com pacote ADAS e que são exportados para mercados mais exigentes passam longe.

Outros carros que contam com recursos de segurança e projeto moderno seguem sem ser testados pelo instituto, como os da Honda e das marcas chinesas.

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