Laudo cautelar; entenda o que é, valores da vistoria e mais

Documento que atesta vistoria veicular é garantia na hora de comprar e vender carros usados; veja como funciona, quando é exigido e motivos de reprovação

inspecao veicular dos componentes do motor do carro laudo cautelar veicular
Laudo cautelar veicular também pode ser útil na contratação de seguro, aquisição de carros de leilão, regularização de documentos, entre outras situações (Foto: BigStock )
Por Julia Vargas
Publicado em 22/05/2025 às 12h00

O mercado de carros usados se aqueceu muito nos últimos anos, com milhares de veículos sendo anunciados e vendidos todos os dias. Mas, como nem tudo são flores, o que não falta por aí é gente tentando te enganar, porém uma coisa pode te salvar de uma enrascada, o laudo cautelar.

Ao adquirir um veículo usado seja online, em loja ou até mesmo em leilão todo cuidado é pouco para não cair uma furada. Não se compra carro sem verificar suas reais condições, por isso sempre exija a vistoria cautelar.

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O que é laudo cautelar veicular?

O laudo cautelar de um veículo é um documento gerado a partir de uma vistoria que atesta o estado atual do veículo. Ele revela o histórico do carro e faz uma análise completa da estrutura do veículo, garantindo maior segurança e credibilidade no momento da negociação.

O certificado tem validade jurídica e registra todas as alterações feitas em um carro ou em uma moto. A vistoria cautelar não é obrigatória, mas pode ajudar o comprador a evitar dor de cabeça.

Quem realiza a vistoria?

No caso da Vistoria Obrigatória de Transferência, existem as Empresas Credenciadas de Vistorias (ECVs) indicadas pelos Departamentos Estaduais de Trânsito (Detrans). Mas, no caso do laudo, não há nada desse tipo por não ser algo obrigatório, dessa forma, a perícia cautelar é realizada por empresas privadas especializadas.

Qual é o valor do laudo cautelar?

Em geral, o custo de um laudo cautelar no Brasil varia entre R$ 150,00 e R$ 500,00. Vale ressaltar que esse documento não é obrigatório e, se solicitada a sua realização, o custo geralmente deve ser arcado pelo vendedor, que é quem tem interesse em mostrar a qualidade do que está vendendo.

Isso pode mudar se a venda seja feita por concessionárias, bem como o valor da perícia cautelar em casos de transações com pessoas jurídicas. Além da variação de empresa para empresa, existem outros fatores que podem interferir no preço do certificado, como:

  • Localização: valores podem variar de uma região para outra, em áreas metropolitanas ou regiões onde a demanda por esse serviço é alta, por exemplo, os preços tendem a ser mais altos;
  • Tipo de laudo: existem diferentes tipos de documentos cautelares veiculares, que podem incluir verificações mais abrangentes ou específicas. Dessa forma, o preço pode variar a depender do nível de detalhe e complexidade da vistoria;
  • Serviços adicionais: além da vistoria básica, algumas empresas oferecem serviços adicionais que tem um custo extra (consulta ao histórico do veículo, análise documental mais abrangente, etc.);
  • Tipo de veículo: o valor pode variar de acordo com o tipo de veículo. Por exemplo, a perícia em um carro de passeio pode ser mais barata do que em um veículo pesado, como um caminhão;
  • Tempo de espera: se você tiver urgência na emissão do laudo cautelar, pode ser cobrada uma taxa extra para atendimento mais ágil.

Como dar início ao processo de vistoria para obter o laudo

Depois de escolher a empresa que melhor te atende para fazer a perícia veicular e que seja confiável, é preciso separar alguns documentos exigidos. Os requisitos podem variar de acordo com a legislação local e as políticas da empresa de vistoria.

Por isso, antes de agendá-la, entre em contato para verificar quais documentos específicos são necessários no seu caso particular. Depois de iniciado o processo, a inspeção segue várias etapas até a emissão do laudo cautelar.

Separe os documentos para a perícia veicular

No entanto, de forma geral, os seguintes documentos são os solicitados para a perícia:  veicular:

  • Certificado de Registro de Veículo (CRV) ou Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV);
  • Documento de identificação pessoal (RG ou CNH) do proprietário do veículo;
  • CPF (Cadastro de Pessoa Física) ou, caso o proprietário seja pessoa jurídica, CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica);
  • Comprovante de endereço, pode ser conta de água, luz, telefone ou outro comprovante de endereço atualizado em nome do proprietário do veículo;
  • Documento do laudo anterior se o veículo já tiver passado por uma vistoria cautelar anteriormente;

Se o proprietário do veículo não conseguir comparecer à vistoria e outra pessoa estiver autorizada a representá-lo, poderá ser exigida uma procuração específica para emissão do laudo. Se o veículo estiver em nome de uma empresa, também é provável que documentos adicionais sejam requisitados para comprovar a representação legal.

Etapas da vistoria cautelar

  • Vistoria técnica: profissional ou empresa especializada realiza vistoria minuciosa no veículo, examinando sua estrutura e algumas partes específicas;
  • Análise de documentação:o laudo cautelar também pode envolver a análise da documentação do veículo (histórico de propriedade, registros de sinistros, multas e eventuais pendências legais).
  • Registro fotográfico: durante a perícia, são tiradas fotografias que servirão como evidências visuais das condições do veículo no momento da avaliação;
  • Emissão do laudo: com base nas etapas anteriores, é emitido o Laudo Cautelar Veicular, com informações detalhadas, incluindo quaisquer problemas ou discrepâncias encontradas durante a inspeção;
  • Entrega do laudo: o laudo é entregue ao solicitante (comprador, vendedor, seguradora ou outra parte interessada na transação).

O que é verificado na perícia cautelar?

O laudo cautelar avalia uma série de itens que muitas vezes o comprador não pode ou consegue averiguar para entender qual é a condição real do veículo. Diferente de uma vistoria veicular, esse relatório tem um teor mais geral, analisando aspectos como a quilometragem e a originalidade das peças internas do automóvel.

Normalmente, essa inspeção feita por engenheiros ou técnicos registrados envolve a parte estrutural do veículo, como o estado do(a):

  • Chassi;
  • Carroceria;
  • Motor;
  • Numeração de peças;
  • Sinais de adulteração;
  • Outros componentes essenciais.

Na vistoria há ainda a conferência dos itens de identificação do veículo, como número de chassi e motor, além da documentação do automóvel (placa, modelo, cor, cilindradas, etc.). Até mesmo a espessura da camada de tinta do veículo pode ser analisada para avaliar a existência de partes da carroceria com repintura.

As empresas que fazem a perícia cautelar também oferecem a avaliação mecânica, mas como outro serviço. Essa verificação se concentra em itens como motor, sistemas de direção, freio, injeção, lubrificação, suspensão, rodagem, entre outros.

O laudo cautelar veicular pode ser reprovado, aprovado ou conter apontamentos

Os formatos de laudo cautelar veicular podem variar de acordo com região e empresa. Alguns modelos utilizam tabelas mais tradicionais para transmitir informações, enquanto outros usam recursos visuais, como gráficos coloridos, para apresentar o que foi averiguado.

Mas, em todos há algo em comum, o resultado que indica o parecer dos profissionais que fizeram a perícia e análise. Existem três possibilidades para essa conclusão, são elas:

  • Laudo cautelar aprovado: indica que não foi encontrada nenhuma irregularidade no carro ou na moto e que, de acordo com os pontos verificados, trata-se de um veículo seguro;
  • Laudo aprovado com apontamentos: o automóvel é considerado seguro para negociação, mas possui algumas ressalvas e será necessário ter atenção às observações feitas pelos profissionais envolvidos;
  • Laudo cautelar reprovado: o veículo em questão não está em condições seguras e foram identificadas irregularidades que exigem ação imediata.

O que faz com que o laudo seja reprovado?

A reprovação na vistoria cautelar tem como objetivo garantir a segurança e a integridade das transações envolvendo veículos, evitando fraudes e garantindo que os compradores tenham informações precisas sobre o estado do veículo. O fato de um laudo cautelar ter sido aprovado ou reprovado é um forte indício do desempenho do veículo.

O documento pode vir como reprovado devido a uma série de fatores, que também variam de acordo com quem realizou o serviço, as normas e regulamentos locais. Mas, os motivos mais comuns para são:

  • Problemas estruturais e mecânicos graves: problemas na carroceria, chassis, suspensão, freios, motor, transmissão, entre outros componentes críticos;
  • Peças que não sejam originais: veículo conta com peças não homologadas ou modificações não autorizadas;
  • Adulteração ou irregularidades na numeração do chassi ou do motor: qualquer adulteração, remoção ou irregularidade detectada nas numerações do chassi, motor ou etiquetas de identificação do veículo, pois pode indicar uma tentativa de ocultar informações importantes;
  • Histórico de sinistros ou danos ocultos: identificação de danos graves em acidentes anteriores que não foram devidamente reparados ou declarados.
  • Documentação irregular ou pendências legais: problemas na documentação do veículo, como multas pendentes, IPVA atrasado, restrições judiciais ou administrativas, ou qualquer outra irregularidade legal;.
  • Problemas de segurança: itens relacionados à segurança do veículo em mau estado, falta de equipamentos de segurança obrigatórios ( extintores, triângulo de sinalização, cintos de segurança), vidros quebrados ou trincados, etc;
  • Divergência de informações: inconsistências nas informações fornecidas pelo vendedor ou na documentação do veículo.

Quando é necessário fazer a vistoria cautelar veicular?

Além do caso de compra e venda de veículos, o laudo cautelar veicular é realizado em diversas situações para garantir a segurança, a transparência e a conformidade com as normas legais. Os cenários mais comuns são:

  • Contratação de seguro: muitas seguradoras exigem uma vistoria antes de emitir uma apólice de seguro para um veículo;
  • Recuperação de veículos roubados: em alguns casos, quando um veículo é recuperado após ter sido roubado, uma vistoria cautelar é realizada para verificar se o veículo foi adulterado ou danificado;
  • Processos judiciais: em disputas legais envolvendo veículos (acidentes de trânsito, litígios sobre a propriedade do veículo, etc.) a perícia pode fazer parte das evidências apresentadas no tribunal;
  • Regularização de documentos: caso a documentação de um veículo esteja irregular, uma vistoria cautelar pode ser exigida para regularizar a situação;
  • Alterações significativas no veículo: se o veículo passou por modificações que afetam sua estrutura ou funcionamento (conversão para gás natural, alterações na carroceria etc.), laudo cautelar pode ser necessário para garantir conformidade com as normas;
  • Transferência de propriedade interestadual: em alguns países, quando um veículo é transferido de um estado para outro, pode ser exigida uma vistoria;
  • Aquisição de veículos de leilão: nesse caso, a prática é recomendada ou exigida para avaliar o estado do automóvel e identificar possíveis problemas.

Vistoria cautelar é importante, tanto para quem compra, quanto para quem vende

O laudo cautelar funciona como o histórico de um veículo e é uma importante ferramenta para garantir que as negociações de carros usados continuem seguras. Essa vistoria é um uma garantia para quem está comprando, porque, mesmo que você esteja atento aos sinais que devem ser avaliados, existem alguns quesitos que são internos e não podem ser checados sem o acompanhamento de um profissional.

Assim como um é resguardo e atestado de confiabilidade e qualidade para quem está vendendo. Por isso, é um bom argumento na hora da negociação.

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