Hipocrisia? Lei da Cadeirinha não vale para escolares, táxis e ubers
Falha no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) coloca em risco as crianças que utilizam diversas modalidades de transporte de passageiros
Falha no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) coloca em risco as crianças que utilizam diversas modalidades de transporte de passageiros
O Conselho Nacional De Trânsito (Contran) dispõe, em sua Resolução Nº 819, de 17 de março de 2021, sobre o transporte de crianças com idade inferior a dez anos que não tenham atingido 1,45 m de altura. Acontece que a determinação, conhecida como “Lei da Cadeirinha”, tem uma característica no mínimo curiosa: não obriga escolares, táxis e carros de aplicativo ou aluguel a utilizarem bebê conforto, cadeirinha ou assento de elevação.
Questionamos o Ministério da Infraestrura para entender por que as crianças podem ficar desprotegidas nesses veículos. Confira qual foi a resposta e como deve ser feito o transporte seguro de pessoas até 10 anos de idade.
VEJA TAMBÉM:
De acordo com o Latin Ncap, o uso do Dispositivo de Retenção Infantil (DRI ou SRI) diminui – e muito! – a perda de crianças no trânsito. O secretário geral do programa de avaliação de segurança automotiva, Alejandro Furas, afirmou:
O uso do SRI reduz em, no mínimo, 70% o risco de morte e ferimentos graves em crianças em caso de acidente. As crianças são os usuários mais vulneráveis em termos de acidentes de trânsito, pois não podem tomar suas próprias decisões. Os adultos são responsáveis pela segurança, cuidado e proteção delas.
A estatística vai de acordo com o que diz a Organização Mundial da Saúde (OMS): cadeirinhas e dispositivos de segurança reduzem em 70% as mortes em bebês e entre 54% e 80% as mortes de crianças.
Ainda assim, o Ministério da Infraestrutura, por meio do Contran, manteve a desobrigação de motoristas profissionais transportarem crianças em dispositivos de retenção infantil. Questionada pelo AutoPapo, a assessoria de imprensa do Ministério argumentou que a atualização da lei, que aconteceu em 2021, só tratou dos tamanhos das crianças.
“Ressaltamos ainda que a norma passará por revisão com os especialistas da câmara temática para deliberar sobre a aplicação do dispositivo”, concluiu o Ministério em nota. Apesar do posicionamento, não há previsão para que a norma seja retificada.
Seria hipocrisia? Pois, veja bem, um pai que leva a criança para escola pode ser parado, multado por estar transportando seu filho sem a cadeirinha e pedir um táxi para continuar a viagem sem mais problemas.
Os demais motoristas que não respeitarem a Lei da Cedeirinha estão sujeitos a:
Para transitar em automóveis, as crianças com idade inferior a dez anos que não tenham atingido 1,45 m (um metro e quarenta e cinco centímetros) de altura devem ser transportados nos bancos traseiros usando individualmente cinto de segurança ou dispositivo de retenção equivalente, na forma prevista abaixo:
Para as seguintes condições:
Para as seguintes condições:
Para as seguintes condições:
Para as seguintes condições:
Excepcionalmente, as crianças com idade superior a quatro anos e inferior a sete anos e meio podem ser transportadas utilizando cinto de segurança de dois pontos sem o dispositivo denominado “assento de elevação”, nos bancos traseiros, quando o veículo for dotado originalmente destes cintos.
O transporte de criança com idade inferior a dez anos pode ser realizado no banco dianteiro do veículo, com o uso do dispositivo de retenção adequado ao seu peso e altura, nas seguintes situações:
Nos veículos equipados com airbag para o passageiro do banco dianteiro, o transporte de crianças com até dez anos de idade neste banco pode ser realizado desde que utilizado o dispositivo de retenção adequado ao seu peso e altura e observados os seguintes requisitos:
Como explicado, exigências relativas ao sistema de retenção no transporte de crianças com até sete anos e meio de idade não se aplicam aos veículos de transporte coletivo de passageiros, aos de aluguel, aos de transporte remunerado individual de passageiros, aos veículos escolares e aos demais veículos com peso bruto total superior a 3,5 t.
A isenção prevista acima se aplica aos veículos de transporte remunerado individual de passageiros durante a efetiva prestação do serviço.
Carrega crianças com frequência? Aprenda a travar as portas do carro com Boris Feldman:
O AutoPapo consultou três locadoras: Localiza, Movida e Unidas e confirmou que os dispositivos de segurança podem ser disponibilizados para os motoristas – isso mediante pagamento.
A Movida explicou que possui cadeirinhas, booster e bebê conforto para locação. De acordo com a empresa, “é possível fazer as reservas destes dispositivos de retenção infantil diretamente pelo site ou pelo aplicativo, sem a necessidade de verificação de disponibilidade. Mas para ter a garantia deste serviço é necessário que a solicitação seja feita no ato da reserva”.
A Localiza e a Unidas também disponibilizam os três dispositvos. Segundo a Unidas, futuramente, os produtos podem vir a ser oferecidos gratuitamente.
👍 Curtiu? Apoie nosso trabalho seguindo nossas redes sociais e tenha acesso a conteúdos exclusivos. Não esqueça de comentar e compartilhar.
TikTok | YouTube | X |
Ah, e se você é fã dos áudios do Boris, acompanhe o AutoPapo no YouTube Podcasts:
Podcast - Ouviu na Rádio | AutoPapo Podcast |
Matéria completamente sem nexo, como táxi e motoristas por app devem ser punidos por isso??? No caso o responsável pela criança deve ser punido e não o motorista, até pq não tem como ficar carregando cadeirinha no carro o dia todo………
Ótima matéria! Se taxista ou motorista de app não estão nem aí pra segurança de um bebê, imagina a preocupação com a vida de um passageiro adulto!? São irresponsáveis isso sim!! Por isso que o jeito é depender cada vez menos destes serviços.
Concordo com a preocupação explanada pela matéria, o risco é o mesmo, seja em veículo particular, táxis, ou qualquer outro. No entanto, antes de obrigar motoristas profissionais (Táxi, Uber, etc) a carregar 3 cadeirinhas no porta malas, deve-se cobrar na mesma proporção, cinto de segurança e passageiros sentados em ônibus coletivos urbanos. Ou será que o risco é menor nesse caso.