Quais devem ser os limites das modificações em carros?
Tem algumas que são apenas estéticas, mas outras mudam todo o veículo e também seus limites e jeito de conduzir
Tem algumas que são apenas estéticas, mas outras mudam todo o veículo e também seus limites e jeito de conduzir
Infelizmente o ano de 2024 já contou com alguns acidentes marcantes envolvendo automóveis. Em janeiro quatro jovens vieram a óbito dentro de um BMW e em março um Porsche colidiu contra um Renault Kwid e tirou a vida de um motorista de aplicativo. Ambas as tragédias coincidem em um ponto, os autores estavam em carros modificados. Dentre os questionamentos de causa, motivações e culpabilidade que rodeiam estas tragédias, um deles certamente é a modificação em carros.
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As modificações em carros, motos, caminhões e outros são práticas realizadas dentro e fora do Brasil. Por aqui várias são as motivações para isso: melhorar a performance do veículo, customizar ou até adequar-se à cultura local. Mas para tudo tem suas regras.
Partindo do ponto de vista legal, o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e o Conselho Nacional de Trânsito (Contran), já limitam várias destas práticas como o tamanho das rodas, alteração de cor, rebaixamento, luzes e até mudanças no motor.
Tanto o BMW quanto o Porsche tinham modificações, ambas nos escapamentos, o que levava os carros a serem levemente mais potentes e também a possuir um tom mais esportivo.
A legislação Brasileira permite a modificação deste item. Na prática, é legal trocar o escapamento do carro por outro de preferência do condutor, desde que ele não ultrapasse os limites de decibéis (99), não tenha sido adulterado, tenha os filtros sonoros e de emissão adequados e que o proprietário regularize a mudança no Detran local.
O grande ponto é que sabemos que nem todos tomam esse tipo de cuidado e modificam o modelo como bem entendem e sem nenhuma orientação profissional.
Assim como para construir um carro é necessário muito estudo, empenho e responsabilidade da fabricante, realizar essas modificações – que podem alterar totalmente o comportamento do carro – também necessitam de especialistas com muita aptidão.
Um exemplo clássico é a modificação para ter um carro rebaixado. Os engenheiros estudam a beça e desenvolvem uma tecnologia adequada ao veículo. Por mais que estes profissionais capazes tenham criado o sistema, isso não significa que não se possa mudá-lo. Porém isso também não quer dizer que simplesmente cortar as molas – o que acontece muito por aí – seja uma boa medida. Muito pelo contrário! Esse tipo de adulteração do ítem original compromete as suspensões, a distribuição de peso do carro, o expõe a riscos de capotamento e acidentes, além de claro deixar o carro “socando”.
Há sim maneiras corretas de mexer na suspensão, e quem pode solucionar isso são os profissionais especializados de oficinas especializadas. A negligência de um bom trabalho é o principal problema das modificações de carro.
O acidente do BMW foi causado por uma má instalação da peça, não necessariamente pela modificação em si. Já no caso do Porsche o condutor estava a 136 km/h em uma via de 50 km/h, o que é responsabilidade do condutor. No primeiro caso uma modificação bem feita não levaria ao acidente e no segundo a modificação não influenciou em nada na imprudência do condutor.
Como afirmado há sim riscos nas modificações, porém quando elas são bem feitas e dentro da legalidade e recomendações dos profissionais, a segurança não é colocada a prova. Quem quiser ter seu modelo personalizado deve se informar do que permite o CTB e também o Contran, além de procurar um especialista que faça um projetinho seguro. O limite da modificação doe carros certamente é a legislação e a consciência do condutor.
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