Governo japonês perde a paciência com maracutaias da Toyota
Ministério dos Transportes obriga Toyota a promover "reformas drásticas" em seus processos de certificação, abarrotados de irregularidades
Ministério dos Transportes obriga Toyota a promover "reformas drásticas" em seus processos de certificação, abarrotados de irregularidades
Com 5,16 milhões de carros vendidos no primeiro semestre de 2024, a Toyota sustentou o título de maior fabricante do planeta. Mas a celebração durou pouco. A gigante recebeu um ultimato do governo japonês.
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O Ministério de Terras, Infraestrutura, Transporte e Turismo (MLIT) do Japão ordenou, nesta quarta-feira (31), que a montadora promova “reformas drásticas” em seus processos de certificação de veículos. A bronca veio depois de uma sucessão de procedimentos fraudulentos para obter certificações de seus modelos.
As fraudes, apontadas pelo ministério como generalizadas e intencionais, envolvem certificações de segurança de modelos como Corolla Fielder, Corolla Axio e SUV Yaris Cross. Na conta ainda há um modelo da marca de luxo, Lexus.
A maracutaia da Toyota envolvia dados falhos ou manipulados, segundo a agência de notícias Reuters, na tentativa de atestar a segurança dos modelos. A Toyota contratou empresas para fazer uma varredura nos processos de certificação e encontrar as irregularidades.
Os modelos tiveram produção suspensa, e a Toyota buscava uma forma de corrigir as irregularidades para voltar a produzí-los a partir de setembro. Em junho, a Toyota chegou a afirmar que não tinha encontrado mais irregularidades nos processos de certificação de seus carros. Mas inspeções feitas a mando da pasta apontaram o contrário.
O Ministério dos Transportes do Japão ainda apontou irregularidades em seis dos sete modelos certificados irregularmente foram aprovados em outros mercados com base em dados manipulados. A pasta afirma ter alertado os órgãos responsáveis destes países sobre a falcatrua.
Em nota, a Toyota reconhece os problemas e lamenta não ter sido capaz de solucionar as falhas. “É com profundo pesar que não fomos capazes de conduzir adequadamente nossas operações de certificação, e pedimos desculpas aos nossos stakeholders por qualquer preocupação ou inconveniência que isso possa ter causado a eles”, aponta.
Entre as mudanças drásticas determinadas pelo governo japonês estão:
A Toyota ainda afirma que irá reestruturar toda operação de certificação, melhorar a infraestrutura e gerenciamento de dados. Ela ainda se compromete a criar uma nova cultura a médio e longo prazo para evitar que fraudes voltem a acontecer dentro da empresa. E por fim, ela afirma que os proprietários dos carros envolvidos nas fraudes podem continuar a usá-los.
Nos últimos anos a Toyota tem colecionado escândalos. Um dos mais emblemáticos envolveu nada menos que 8,5 milhões de unidades após dezenas de acidentes em função de aceleração espontânea dos veículos.
No ano passado foi descoberto que sua subsidiária Hino, fabricante de caminhões, adulterou testes de emissões por 20 anos. O resultado foi um recall com mais de 60 mil unidades. Outra fraude de dados de emissões envolveu motores a diesel, no início deste anos. As autoridades japonesas ordenaram a suspensão da fabricação dos propulsores.
Mas o caso que alertou o ministério japonês envolveu outra marca do grupo, a Daihatsu. Foi descoberto que os carros que eram submetidos a testes de colisões contavam com reforços que não existiam nos modelos de produção. Ao aprofundar as investigações foi descoberto que até o SUV Yaris Cross (que será lançado no Brasil até 2026) também foi personagem da tramoia.
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