No céu e na terra: essas 5 montadoras fizeram carros e aviões
É normal a gente falar que tal carro voa baixo... Mas algumas fábricas levaram isso ao pé da letra e colocaram seus nomes nos ares
É normal a gente falar que tal carro voa baixo... Mas algumas fábricas levaram isso ao pé da letra e colocaram seus nomes nos ares
Muitos apaixonados por carro também gostam de aviões. Voar traz uma liberdade ainda maior que dirigir, pois liga grandes distâncias com maior velocidade e ainda tem o plus de ver tudo do alto. Hoje os carros e aviões evoluíram para caminhos diferentes. Mas no passado, quando tudo isso era novidade, esses setores costumavam se misturar. Algumas montadoras vieram da indústria aeronáutica enquanto outras se aventuraram nesse meio por um tempo.
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O nome Saab é uma sigla para Svenska Aeroplan AB, Companhia de Aviões Sueca em uma tradução livre. Ela foi fundada em Trollhättan, na Suécia, em 1937 para produzir aeronaves militares. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, a demanda por esses aviões caiu e subiu a por carros de passeio.
A Saab usou essa oportunidade para não ter que fechar as portas, criando uma divisão automotiva. Porém seu time de engenheiros entendiam mais de aviões que de carro, por isso a influência aeronáutica foi forte no primeiro modelo da marca.
O pioneiro foi batizado como Saab 92 e seguia a sequência de nomes numéricos das aeronaves — o Saab 91 era um avião de treinamento. Esse carro compacto trazia formato de gota e um excelente coeficiente aerodinâmico de 0,30, o mesmo do Chevrolet Omega.
As inspirações aeronáuticas continuaram nos carros seguintes. A Saab sempre primou pela segurança e ergonomia, conceitos fundamentais na aviação. No fim dos anos 1970, a marca inovou por adotar turbocompressor de pressão média, sem o grande lag das turbinas grandes usadas pela Porsche. Esse conceito é o mesmo usado hoje no downsizing.
A Saab Automobile se fundiu a Scania por um tempo e em 1989, mas fechou as portas em 2011. A empresa National Electric Vehicle Sweden comprou o que sobrou da companhia e deu uma sobrevida até 2014, mas sem sucesso. Já a Saab AB, que produz aviões militares, continua na ativa e inclusive fornece os caças JAS 39 Gripen para a Força Aérea do Brasil.
A Nakajima Aircraft foi a primeira empresa aeronáutica do Japão, fundada em 1918 por um ex-engenheiro naval e um fabricante de tecidos. Ela se tornou um dos principais fornecedores de aviões para o exército japonês. Um de seus modelos era o Ki-84 Hayate, avião considerado como o melhor dos japoneses durante a Segunda Guerra Mundial.
Assim como ocorreu com a Saab, o fim da guerra obrigou a Nakajima a diversificar seu portfólio. Como o Japão foi derrotado e proibido de desenvolver e produzir aeronaves, a empresa fechou e retornou em 1946 como Fuji Heavy Industries.
O primeiro produto da Fuji foi um scooter chamado Rabbit. A divisão automotiva foi criada em 1953 com o nome Subaru, em homenagem a constelação das Plêiades. O primeiro carro foi o 1500, um sedã de tração traseira que teve 20 unidades feitas.
O início definitivo da Subaru como fábrica de carros foi dois anos depois, com o lançamento do minúsculo kei car 360. Ele chegou a ser exportado para os EUA, onde vendeu 10 mil unidades. Em 1966, foi lançado o 1000, primeiro Subaru com motor boxer dianteiro.
Um de suas evoluções, o FF-1, teve uma versão perua com tração integral feita a pedido de uma empresa de energia japonesa. A tração nas quatro rodas passou a ser opcional e virou um sucessor, moldando a Subaru como conhecemos hoje.
Alguns anos após a guerra, a divisão aeroespacial da Fuji voltou. Hoje ela possui contratos com o exército japonês, além de produzir componentes para o Airbus A380 e os Boeing 777X, 767, 747 e 737.
Quem vê a BMW hoje não imagina o quanto que a empresa foi prolifica nos primeiros anos de vida: seu primeiro produto foi um motor de seis cilindros em linha para aviões, mas ela também fez motores para motocicletas, equipamentos agrícolas, itens domésticos e até equipamentos ferroviários.
O primeiro carro da BMW foi o Dixi, de 1929. Ele era um Austin Seven feito sob licença na Alemanha. O motor de aviões da BMW fez sucesso com o exército alemão, fato que acabou convencendo o governo a ajudar na expansão da fábrica.
Durante a Segunda Guerra Mundial, a BMW se tornou o principal fornecedor de motores para as aeronaves da Luftwaffe – a força aérea alemã. Ela fez um dos primeiros motores turbojato do mundo, que foi usado pelo Messerschmitt Me 262.
Com o fim da guerra. a BMW parou de mexer com aviões para focar nos carros e motos. O período pós-guerra foi marcado pelos microcarros da marca, como o Isetta. Ela também fazia carros de luxo, mas era um nicho bem pequeno.
Após quase falir, a BMW foi salva pela linha 02 e Neue Klasse, que definiram a marca como o fabricante de carros executivos com um toque esportivo que conhecemos hoje. Quanto a aviação, foi abandonada pelos bávaros.
E antes que venham comentar, a logo da BMW nunca foi uma referência a hélices de aviões. O quadriculado azul e branco é uma homenagem a bandeira da Bavária. Segundo o diretor do arquivo da BMW Classic, a marca nunca se esforçou para desmentir esse boato de que a logo era uma hélice estilizada e, por isso, ele persiste até hoje.
O nome Fiat significa “Fabbrica Italiana Automobili di Torino”, fábrica italiana de automóveis de Turim. Ela foi fundada em 1899, mas em 1906 já estava diversificando sua oferta de produtos e incluiu um motor de avião na gama.
Com o início da Primeira Guerra Mundial, a Fiat passou a fornecer motores aeronáuticos, armas e caminhões aos aliados. Na Segunda Guerra Mundial o fabricante já fazia aeronaves completas. A divisão aeronáutica se chamou Fiat Aviazione e funcionou até 1969, quando fez uma fusão com a Aerfer para criar a Aeritalia.
A divisão automotiva da Fiat usou ajuda da seção aeronáutica duas vezes com a intenção de quebrar recordes de velocidade terrestre. A primeira foi em 1910, com o S76, também conhecido como “A Besta de Turim”. Esse carro usava um motor quatro cilindros aeronáutico de 28,4 litros capaz de produzir 290 cv e impressionantes 276 kgfm. Ele conseguiu quebrar o recorde atingindo 300 km/h.
A segunda vez foi em 1923, com o SB4 Mefistofele. Ele foi criado por Ernest A.D. Eldridge, que uniu um chassi de carro de corrida com um motor aeronáutico de seis cilindros em linha e 21,7 litros, ambos da Fiat. O objetivo era bater o recorde de velocidade em via pública, que foi alcançado com a velocidade de 234.98 km/h.
Veja o Mefistofele em ação (em inglês):
Carros e motos da Honda já são uma visão constante nas ruas de todo o mundo, mas você já viu um avião da marca? O fabricante japonês criou uma divisão aeronáutica em 2006 e, desde 2015, produz o jato executivo HA-420 HondaJet.
Essa incursão nos céus começou de forma discreta com uma colaboração com a Universidade Estadual do Mississippi. Uma inovação foi posicionar os motores acima das asas, configuração que foi repetida em outro protótipo e adotada no HondaJet de produção.
Os primeiros conceitos do HondaJet foram apresentados em 1997 e o voo inaugural foi realizado em 2003, garantindo o certificado de aeronavegabilidade do FAA só em 2015. Desde o início da produção foram entregues 200 unidades do jatinho.
Uma versão melhorada foi lançada, o HondaJet Elite. Nos projetos da marca está uma versão mais longa do jato, com capacidade para mais passageiros.
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Faltou Mistubishi, Ford. Faltou uma menção honrosa à Rolls Royce que fabrica motores e a Kawasaki que tem uma linha completa de aeronaves de guerra até hoje.
Mitsubishi, Ford, e devem ter outras. A internet não perdoa coisa mal feita.
E a Rolls-Royce?
Texto fraquinho, fraquinho.
Cadê a Ford?
Esqueceram da Mitsubischi !!!!!