‘Fim da Seres’ acende sinal amarelo para montadoras chinesas no Brasil?
Os impostos para veículos eletrificados estão em processo de alta até 2026 e junto das exigências do consumidor já tem até marca saindo do país
Os impostos para veículos eletrificados estão em processo de alta até 2026 e junto das exigências do consumidor já tem até marca saindo do país
Em todo o mundo, mas principalmente no Brasil, o carro elétrico e eletrificado tem suas dificuldades ao se adaptar ao mercado. Por aqui, além da falta de estrutura e dos preços altos, o aumento no valor da importação também é um obstáculo para que as fabricantes gringas mantenham-se ativas. Em contrapartida, fabricantes que investiram no país têm conseguido adentrar nas casas dos brasileiros, mas tudo isso depende da vontade de cada uma em ficar.
Segundo especialistas do mercado automobilístico, há espaço para montadoras/importadoras de carros elétricos e eletrificados, mas elas devem investir e se adaptar às condições do país.
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No ano passado, várias marcas de eletrificados anunciaram sua chegada ao Brasil como as chinesas Omoda/Jaecoo, Zeekr e GAC, entre outras. Porém com várias novas marcas não consolidadas no mercado, o brasiliero se retrai e teme sofrer do mesmo destino que os oito donos de Seres, o “desamparo” da fabricante.
Segundo o especialista, consultor automobilístico, engenheiro mecânico e advogado, Milad Kalume, “o Brasil não é para amadores” e quem quiser se estabelecer por aqui tem que oferecer um trabalho sério que supra as necessidades do cidadão.
“O carro precisa estar adequado ao mercado Brasileiro, as condições da empresa também devem estar estabelecidas, focada no atendimento do consumidor brasileiro. Seja nos aspectos legais quanto nos aspectos de produto”, afirma o especialista.
Para Kalume, o mercado brasileiro é complexo e até as dimensões continentais do país exige algumas peculiaridades como uma rede de concessionárias muito grande e uma necessidade de mão de obra adequada para cuidar dos veículos dos brasileiros.
“É isso o que a BYD e a GWM fizeram, as duas adquiriram as antigas fábricas da Ford e da Mercedes. Então qualquer outra montadora que venha a querer adentrar no mercado tem que oferecer qualidade e uma rede de suporte. O que a gente tem que ter muito cuidado, e aí independente se for uma chinesa, uma coreana, ou mesmo uma montadora europeia, é de evitar que simplesmente tenham oportunistas aqui no Brasil. Acho que esse é o grande ponto” declara Kalume.
Há algumas décadas se falava nas quatro grandes, aqui no Brasil. Chevrolet, Fiat, Ford e Volkswagen eram as detentoras da maioria das vendas. Porém hoje, entre idas e vindas de fábricas, várias outras já comercializam muito mais. Kalume alerta quem estiver inseguro em relação à qual modelo confiar ou de qual marca comprar.
Uma marca que está vindo com um importador independente não garante a mesma credibilidade de intenção de ficar no país, em comparação a uma importadora oficial da marca. Se uma marca vindo para o mercado brasileiro, o consumidor tem que pensar: o que representa uma marca dessas? Qual é a possibilidade dela de fato vir ao mercado brasileiro?”
Apontando todos estes cuidados que o consumidor deve ter, Kalume finaliza afirmando que tem sim espaço para as marcas novatas, mas irá depender delas.
Na mesma linha, o fundador do Grupo SHC, que comercializa os veículos da JAC no Brasisl, Sérgio Habib, afirma que há sim espaço para outras marcas, porém com uma visão mais prática do gosto do brasileiro médio, ele afirma que a tendência é que esse mercado fique cada vez mais enxuto.
Habib concorda que o mercado de carros elétricos no Brasil deve diminuir nos próximos tempos. Segundo ele, é agora que os primeiros brasileiros estão percebendo como é realmente um carro assim por aqui, e que o país não tem estrutura para recebê-los
A França tem 17% de seu mercado de carro apoiado nos elétricos e para estruturar isso conta com 120 mil carregadores. Os Estados Unidos têm 20% e 200 mil carregadores. E até estes países têm suas dificuldades e limitações. Comparando estes ao Brasil, aqui temos apenas 3.500 carregadores”, afirma Habib.
Mesmo que a comercialização de carros elétricos do Brasil seja bem menor, cerca de 3,5% na atualidade, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), este número de carregadores não atende quem quer se deslocar fora de grandes centros urbanos.
De Belo Horizonte para Vitória, por exemplo, não tem nenhum posto de recarga para elétricos. E é assim em várias localidades. Não existe de Belo Horizonte para Brasília, de Brasília para Salvador. Então o cidadão que quer viajar com a família, com o carro elétrico ele não consegue, por conta da estrutura do Brasil”, critica o empresário.
Há ainda outro ponto que desanima as marcas internacionais. Junto dessa percepção que o condutor está começando a ter sobre o veículo 100% elétrico, as políticas de importação estão ficando mais custosas. Hoje o imposto de importação é de 18% para os elétricos e 20% para os híbridos, mas até 2026 ambos estarão em 35%.
Várias novas marcas virão, ou ao menos dizem que vem, mas com o mercado desta forma é possível que não fiquem muito tempo por aqui”, diz Habib.
O especialista ainda aponta que quem quiser evitar cair em enrascadas e comprar um modelo que pode ser um raro no país, o melhor é apostar nas mais tradicionais.
A Jac já está no Brasil há quase 15 anos e existem outras como a BYD e GWM que embora mais novas estão bem consolidadas no Brasil. Estas provavelmente não vão abandonar o mercado”, finaliza o especialista de mercado.
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A Seres não saiu do Brasil, só está corrigindo o erro de estratégia que ela cometeu ano passado em vender carros de imaarva chinesa desconhecida somente pela internet, sem concessionárias pelo país para os consumidores conhecerem os carros e fazer teste drive!
Não deu, finalmente se convenceram disso e nos próximos meses vão começar a corrigir isso abrindo concessionárias pelo país nas principais cidades e regiões.
Não mesmo. A BYD veio para ficar e bombar
Bombar mesmo, literalmente! Olha quanto defeito as bombas já dão !