Criança atropelada expõe perigo da marcha à ré: como evitar acidente?
Mais de 10 mil pessoas ficam feridas todos os anos ao serem atropeladas por carros manobrando, mas dispositivo simples pode ser aliado na prevenção
Mais de 10 mil pessoas ficam feridas todos os anos ao serem atropeladas por carros manobrando, mas dispositivo simples pode ser aliado na prevenção
Nesta quarta-feira (15), um acidente fatal envolvendo expôs o perigo de manobras em marcha à ré: o pai, ao manobrar a sua caminhonete atropelou a filha, uma criança de 2 anos que não resistiu aos ferimentos. O fato aconteceu em Iturama, na região do Triângulo Mineiro.
Não existem estatísticas oficiais no Brasil sobre o número de vítimas em acidentes com marcha à ré, mas nos Estados Unidos, dados do NHTSA, órgão governamental de segurança rodoviária, estima que 264 mortes e cerca de 12 mil feridos ocorrem anualmente em acidentes neste tipo de manobra.
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O NHTSA estima que 39% das fatalidades em marcha à ré ocorrem em espaços residenciais, como calçadas e estacionamentos de complexos de apartamentos e moradias.
A maior presença de SUVs e picapes nas ruas ainda agrava a situação, pois eles têm zonas cegas maiores do que veículos menores, em grande parte porque ficam mais acima do solo, tornando mais difícil para os motoristas verem crianças e menores. objetos próximos à traseira do veículo.
A Consumer Reports divulgou que um motorista com altura de 1,70 que estiver dirigindo um SUV médio tem uma ponto cego de 5,4 metros atrás do veículo. Se este mesmo motorista estiver em um sedã, a zona sem visibilidade cai para 3,9 metros.
As câmeras de ré melhoram muito a visibilidade atrás de um veículo. Um estudo do IIHS – ONG que promove a segurança do trânsito nos Estados Unidos, descobriu que elas reduzem a zona em que uma criança não pode ser vista em cerca de 90%, em média. Por isso, desde 2018, a câmera de ré se tornou equipamento obrigatório naquele país.
Hoje, a câmera de ré se tornou equipamento padrão em muitos carros novos, mas seu custo, instalado como acessório comprado em mercado paralelo, é baixo e se justifica pela segurança que ela proporciona em manobras com a visibilidade comprometida, como é o caso da marcha à ré.
A câmera de ré funciona integrada com a tela do sistema multimídia e é acionada toda a vez que a marcha à ré é engatada. Alguns carros mais sofisticados também têm câmera frontal. Outros automóveis ainda têm a chamada câmera 360 que capta imagens ao redor do carro e faz uma projeção em forma de imagem aérea: além das câmeras frontal e traseira, eles têm ainda duas laterais, uma em cada retrovisor.
O Código Brasileiro de Trânsito prevê, em seu artigo 194, que o motorista pode transitar em marcha à ré, salvo na distância necessária a pequenas manobras e de forma a não causar riscos à segurança. Fora dessas condições, o condutor comete infração grave com multa de R$ 195,23 e 5 pontos no prontuário.
É importante também que os pais ou tutores ensinem as crianças do risco de se posicionar atrás de carros e, de preferência, que elas não brinquem ou façam atividades em garagens ou estacionamentos.
Vale ressaltar também que a tecnologia não substitui a atenção exigida do motorista ao realizar qualquer tipo de manobra, então, observe atentamente ao redor, os espelhos retrovisores e sempre mantenha a velocidade baixa nessa situação.
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