Melhores e piores estados quando o assunto é gestão, educação e fiscalização do trânsito

Observatório Nacional de Segurança Viária avalia condições das rodovias e gestão do trânsito nos estados brasileiros e define ranking

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Estudo utilizou os Indicadores Rodoviários Integrados de Segurança com várias bases de dados para determinar os resultados (Foto: Gil Leonardi | Reprodução)
Por Julia Vargas
Publicado em 05/11/2025 às 09h00

A mobilidade e o trânsito impactam diretamente a vida de toda a população brasileira, sendo de responsabilidade direta do governo, especialmente no âmbito estadual. E não é segredo para ninguém que existem as mais variadas condições de vias, atuações dos condutores e infraestrutura de trânsito entre os estados, alguns possuindo um desempenho melhor do que outros.

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Por isso, por meio do Indicadores Rodoviários Integrados de Segurança (Iris), o Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV) listou os melhores e piores estados brasileiros no enfrentamento aos sinistros de trânsito. O estudo fez uso dos pilares do Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans) para a avaliação. São eles:

  • Condições das rodovias;
  • Ações de fiscalização;
  • Gestão do trânsito;
  • Iniciativas de educação.

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O levantamento reúne dados que permitem identificar as principais fragilidades do país, evidenciando boas práticas e falhas que ainda dificultam a redução das mortes no trânsito. Os resultados completos estão disponíveis no painel interativo do IRIS, com opção de detalhamento por eixo de análise.

O índice IRIS, ou seja, a ‘nota’ que cada estado recebe, foi desenvolvido a partir da Análise de Componentes Principais (ACP) e gera uma classificação por estrelas (1 a 5), que mede o desempenho relativo entre os estados.

Distrito Federal é destaque na gestão de trânsito, enquanto Pará e Amapá afundam

Um dos principais focos do estudo é o pilar de Gestão da Segurança no Trânsito, que revelou grandes disparidades entre os estados nos seguintes pontos avaliados:

  • Integração dos municípios ao Sistema Nacional de Trânsito (SNT),
  • Qualidade das informações do Registro Nacional de Entidades de Trânsito (RENAEST);
  • Nível de transparência dos Detrans.

O levantamento revela que, mesmo após mais de duas décadas de exigência legal, milhares de municípios ainda não estão integrados ao SNT, o que os impede de exercer funções essenciais como fiscalização, engenharia de tráfego e educação para o trânsito. Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul têm os maiores índices de integração municipal, enquanto Tocantins e Piauí permanecem com os menores.

O estudo também aponta que os dados do RENAEST estão desatualizados e inconsistentes, o que compromete diagnósticos locais e dificulta a formulação de políticas públicas. Além disso, apenas sete estados mantêm informações claras e acessíveis em seus portais oficiais. No outro extremo, Roraima e Pará sequer disponibilizam dados básicos sobre suas estruturas de trânsito.

Ranking – Gestão da Segurança no Trânsito

  • Melhores desempenhos: Distrito Federal, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e Mato Grosso.
  • Piores críticos: Rio Grande do Norte, Roraima, Piauí, Pará e Amapá.

Rio Grande do Sul é referência na educação no trânsito, enquanto Amazonas e Roraima têm o pior desempenho

No pilar Educação, o IRIS avaliou o comportamento dos condutores e a atuação dos órgãos fiscalizadores a partir de cinco indicadores principais:

1. Relação entre condutores habilitados e frota veicular

  • Melhores proporções: Santa Catarina, Distrito Federal
  • Maiores desequilíbrios: Maranhão, Piauí

2. Taxa de infração por consumo de álcool

  • Maiores taxas (maior fiscalização): Acre, Rondônia, Mato Grosso
  • Menores taxas: Ceará, Rio de Janeiro, Bahia

3. Taxa de infração por excesso de velocidade

  • Maiores taxas: Distrito Federal, Goiás, Rio de Janeiro
  • Menores taxas: Norte e Nordeste (fiscalização fraca)

4. Não uso de cadeirinha infantil

  • Maiores autuações: Rio de Janeiro, Sergipe, Rio Grande do Sul
  • Menores: Roraima, Amapá, Mato Grosso

5. Uso de celular ao volante

  • Maiores índices: Goiás, Rio de Janeiro, Distrito Federal
  • Menores: Pará, Rio Grande do Sul, Tocantins

Ranking de educação no trânsito

  • Melhores desempenhos: Rio Grande do Sul, Tocantins e Santa Catarina.
  • Piores desempenhos: Piauí, Roraima e Amazonas.

Fiscalização ainda é insuficiente em boa parte do país

No eixo referente à normatização e à fiscalização, o estudo constatou que a presença de tecnologia de monitoramento e a capacidade de registrar infrações variam amplamente entre os estados. Três indicadores foram considerados:

1. Taxa de infração por frota:

  • Maiores: Distrito Federal, Rio de Janeiro, Goiás
  • Menores: Acre, Amazonas, Roraima

2. Taxa de câmeras por frota:

  • Maiores: Distrito Federal, Goiás, Tocantins
  • Menores: Amazonas, Acre, Rondônia

3. Eficiência das câmeras (infrações por velocidade por câmera):

  • Maiores: Rio Grande do Sul, Tocantins, Amazonas
  • Menores: Amazonas, Rondônia, Rio de Janeiro

Ranking de fiscalização

  • Melhores desempenhos: Distrito Federal, Goiás, Ceará, Rio de Janeiro e Tocantins.
  • Desempenhos mais críticos: Acre, Amazonas, Rondônia, Roraima e Maranhão.

Ranking geral: os estados mais seguros e os mais vulneráveis

Com base no cruzamento dos resultados de Gestão, Educação e Fiscalização, o IRIS 2025 identificou os estados com melhores índices gerais de segurança viária e aqueles com maiores desafios estruturais.

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Foto: ONSV | Reprodução
  1. Distrito Federal
  2. Rio Grande do Sul
  3. Rio de Janeiro
  4. Paraná
  5. Goiás
  6. São Paulo
  7. Rondônia
  8. Mato Grosso do Sul
  9. Ceará
  10. Pernambuco
  11. Mato Grosso
  12. Espírito Santo
  13. Tocantins
  14. Sergipe
  15. Santa Catarina
  16. Rio Grande do Norte
  17. Paraíba
  18. Minas Gerais
  19. Bahia
  20. Piauí
  21. Асre
  22. Alagoas
  23. Roraima
  24. Maranhão
  25. Аmара
  26. Pará
  27. Amazonas

Além dos pilares de gestão, educação e fiscalização, o IRIS também analisou áreas como Vias Seguras, Segurança Veicular, Vigilância e Promoção da Saúde e Atendimento às Vítimas. Todos os indicadores e classificações estão disponíveis para consulta pública no painel interativo do IRIS, mantido pelo Observatório Nacional de Segurança Viária.

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