Briga acirrada entre SUVs compactos no semestre
Nos primeiros seis meses do ano, o segmento de utilitários-esportivos anotou um volume de 315 mil unidades licenciadas no Brasil
Nos primeiros seis meses do ano, o segmento de utilitários-esportivos anotou um volume de 315 mil unidades licenciadas no Brasil
Ainda sem atingir a normalidade da produção pela falta de chips e atrasos na cadeia global de logística, o primeiro semestre do ano mostrou que os SUVs ocuparam 37% do mercado brasileiro de veículos leves. Foram vendidas 315.362 unidades em quatro segmentos. Os compactos, com dois segmentos, somaram 266.481 unidades (31%). Somando-se os 54.563 hatches subcompactos aos hatches e sedãs pequenos a participação sobe para 38%.
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Entre os 14 segmentos que dividem o mercado dois modelos se destacaram. O HB20 firmou-se na liderança entre os hatches compactos, deslocando para segunda posição o Onix que ainda enfrenta dificuldades de produção.
Outra mudança aconteceu entre os SUVs compactos. Com 212.739 unidades comercializadas representaram 25% do mercado total. O T-Cross liderou pela primeira vez, mas a disputa foi tão acirrada que apenas 1 ponto percentual de diferença separou os primeiros cinco colocados. Renegade, líder em 2021, caiu para a quarta posição.
Um modelo que chegou, viu e venceu foi o Commander entre os SUVs médios-grandes.
O Corolla alcançou participação recorde de 70% com a saída de cena do Civic, que voltará como híbrido importado e, assim, com pouca força de vendas. Mas nada se compara aos 87% da picape Strada. Foram entregues 50.945 unidades, individualmente o veículo mais vendido no Brasil, ressalvando que só há três produtos nesse segmento contra 16 entre os hatches compactos e 20 entre os SUVs compactos.
Ranking da coluna tem critérios próprios e técnicos com classificação por silhuetas. Referência principal é distância entre eixos, além de outros parâmetros. Base de pesquisa é o Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam). Citados apenas os modelos mais representativos (mínimo de dois) e maior importância do segmento. Compilação de Paulo Garbossa, da consultoria ADK.
Previsões para o mercado brasileiro em 2022 estão em baixa segundo a Anfavea, em linha com que a Fenabrave anunciou no começo deste mês. Em dezembro de 2021 a associação das fabricantes estimava para este ano expansão de 8,5% nas vendas internas, 9,4% na produção e 3,6% nas exportações. Cerca de 170.000 veículos deixaram de ser produzidos no Brasil até agora.
A inflação puxou os juros para cima e afastou parte dos consumidores, embora ainda exista forte demanda reprimida. Estoques nas fábricas e concessionárias subiu para 24 dias ainda longe do mínimo de 35 dias considerados normais. Márcio Leite, presidente da Anfavea, prevê agora crescimento de apenas 1% no mercado interno, de 4,1% na produção e alta expressiva de 22,2% nas exportações.
Leite não comentou, porém, o mercado externo pelo visto foi priorizado por dois motivos claros: desvalorização do real tornou os modelos nacionais mais competitivos e vendas perdidas no exterior ficam mais difíceis de recuperar.
O presidente do Sindipeças, Claudio Sahad, é mais cauteloso: produção de autoveículos teria leve retração de 0,7% este ano.
Tecnologia para veículos autônomos avança, apesar de acidentes recentes com carros de teste no tráfego. Em um aspecto não há evolução: preço continua proibitivo. Em entrevista à Bloomberg, Dick Hilgenberg, líder da Cariad, subsidiária da VW para softwares, afirmou que atualizações remotas não servirão apenas para melhorar o desempenho dos carros.
“Existe um novo modelo de negócios – assinatura ou função sob demanda – quando você pode dirigir de forma autônoma, se quiser, pelos próximos 100 quilômetros, por exemplo”, afirmou o executivo. Essa seria uma forma de ajuda aos motoristas que se sintam cansados ou preferem adiantar alguma tarefa antes de chegar ao destino.
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No caso do Civic, a Honda entregou de bandeja o nicho pra Toyota.