Metanol e fogo ‘invisível’: relembre acidente assustador na Indy

Em 1981, Rick Mears sofreu queimaduras graves nas 500 Milhas de Indianápolis por chamas invisíveis de metanol durante um pit stop dramático

mecanico de rick mears em incendio com metanol
Apesar do desespero das vítimas, foi difícil entender o que estava acontecendo com o fogo 'invisível' (Foto: Reprodução)
Por AutoPapo
Publicado em 05/10/2025 às 13h00

Indianápolis, 1981: um dos momentos mais dramáticos da história da Fórmula Indy aconteceu durante as 500 Milhas de Indianápolis, quando o carro de Rick Mears foi envolto por chamas invisíveis durante um pit stop. O combustível usado na época, o metanol, era altamente inflamável e queimava com uma chama quase imperceptível à luz do dia — um fator que tornava incêndios especialmente perigosos.

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Durante a parada nos boxes, uma falha no sistema de abastecimento fez com que o metanol se espalhasse sobre o carro e o corpo de Mears. Sem perceber o fogo de imediato, o piloto e os mecânicos só reagiram quando começaram a sentir o calor e as queimaduras.

Veja o vídeo do acidente:

O saldo foi grave: Mears sofreu queimaduras faciais e precisou de cirurgia plástica, enquanto outros 14 membros da equipe foram hospitalizados.O acidente evidenciou os riscos do metanol, que havia sido adotado como combustível oficial da IndyCar em 1965.

A escolha pelo metanol se deu por razões técnicas — menor risco de explosão e maior controle térmico — mas o episódio com Mears mostrou que a segurança nos boxes precisava ser repensada. A resposta veio décadas depois.

Troca para etanol

Em 2005, a IndyCar iniciou a transição para o etanol, um biocombustível renovável que, além de ser mais seguro em caso de incêndio, também representava um avanço ambiental. A mudança foi concluída em 2007, quando a categoria passou a usar 100% etanol em suas corridas.

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Por que o metanol era utilizado na Fórmula Indy?

  • Menor risco de explosão: ao contrário da gasolina, o metanol é menos volátil e tem uma taxa de combustão mais controlada, o que reduz o risco de explosões em acidentes.
  • Combustão mais fria: o metanol queima a temperaturas mais baixas que a gasolina, ajudando a manter os motores mais frios e permitindo maior eficiência térmica em corridas de longa duração.
  • Alta octanagem: com índice de octanagem elevado, o metanol permite maior compressão nos motores, o que se traduz em mais potência sem risco de detonação (batida de pino).
  • Mistura com ar mais rica: o metanol pode ser usado com uma mistura ar-combustível mais rica, o que favorece o desempenho em motores de alta rotação.
  • Facilidade de extinção: em caso de incêndio, o metanol pode ser apagado com água, ao contrário da gasolina, que exige agentes químicos específicos.

Apesar dessas vantagens, o principal problema era a chama invisível durante a combustão, especialmente perigosa em pit stops e acidentes — como o caso emblemático de Rick Mears em 1981. Esse fator foi decisivo para a transição ao etanol, que mantém boa performance e é mais seguro visualmente em caso de incêndio.

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