Meu susto no 11 de setembro
Naquele 11 de setembro de 2001, Chicolelis quase "matou" seu chefe de susto ao contar sobre o atentado contra às Torres Gêmeas
Naquele 11 de setembro de 2001, Chicolelis quase "matou" seu chefe de susto ao contar sobre o atentado contra às Torres Gêmeas
Para mim, o 11 de setembro não foi apenas um atentado terrorista. Foi pior que isso. Foram horas de angustia. Como fazia regularmente (e faço até hoje) ouvia o rádio na minha sala, quando o locutor da JP anunciou a tragédia norte-americana, o ataque às Torres Gêmeas.
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Corri para a sala do meu chefe, onde tinha uma TV e pedi a ele que ligasse “correndo”, para assistirmos as cenas geradas de Nova York. Ao ouvir a minha justificativa para tamanha afobação, ele ficou vermelho, com os olhos cheios de lágrima e disse: “meu filho está lá e tinha programado para hoje uma visita às Torres Gêmeas”, mal conseguindo concluir a frase e se levantar da cadeira.
Imediatamente tentou falar com o hotel onde o jovem estava hospedado com um amigo – o salvador da dupla – pois a comunicação com Nova York estava totalmente interrompida.
Por que o colega do filho do meu amigo e chefe foi o salvador da dupla? Simples, ele se atrasou e perderam quase meia hora para tomar o Metrô e seguir para o local do atentado. Duas estações antes daquela que os deixaria ao pé da tragédia.
Mas ele só soube disso quando, horas depois, conseguiu comunicar-se com o filho que, a exemplo de todo jovem e, junto com seu amigo, não se conformou em não chegar ao seu destino. Assim, ao sair do metrô, ao invés de voltar, tentaram chegar lá nas torres. Mas, quando viram aquela nuvem de poeira provocada pela queda dos dois prédios seguir na sua direção, colocaram-se a correr e o único dano maior foi nos cabelos (compridos), que ficaram como se tivessem mergulhado em um tanque com cimento.
Quase toda a diretoria da empresa estava fora, mas lembrei-me que o vice-presidente de Finanças, norte-americano, estava em seu escritório. Antes mesmo que o segundo avião atingisse a outra torre, fui até a sala dele e falei do atentado. Incrédulo, ele disse que era: “impossível, que aquilo não pode ter acontecido nos Estados Unidos”.
Minutos depois ele se juntou a nós para assistir o final da tragédia, enquanto meu amigo tentava desesperadamente contatar alguém que pudesse lhe informar sobre o seu filho, designer, que hoje vive na Alemanha, com dois filhos, trabalhando em um fabricante ligado à Stellantis.
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