Quando a Michelin usou um Citroën para testar pneus de caminhões
Chamado de PLR, o protótipo era estranhamente fascinante, montado numa espécie de DS alongado com vários eixos
Chamado de PLR, o protótipo era estranhamente fascinante, montado numa espécie de DS alongado com vários eixos
Nos velhos tempos, quando não tínhamos toda essa tecnologia, fazer uma tarefa que hoje pode ser executada em minutos, antigamente levaria horas ou dias. E de uma forma geral, as coisas eram bem mais loucas e excitantes.
Imagine a necessidade de testar algum componente de um carro. Hoje é fácil, todo fabricante tem centros de desenvolvimentos e laboratórios para validar todas as peças de um veículo. Mas no passado, o cenário era bem diferente.
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Os engenheiros tinham que ser criativos para testar os componentes, e às vezes era necessário fazer verdadeiras loucuras para certificar que o funcionamento de algum componente. Uma delas foi quando a Michelin que resolveu pegar um Citroën para testar pneus de caminhões e ônibus. Mas como?
Em 1972, a Michelin recorreu a um Citroën DS Safari para testar os pneus que seriam usados nos veículos de grande porte. Na época, a marca do Bibendum era acionista majoritária da Citroën e mandou transformar o carro em um verdadeiro monstro de 10 rodas, dois eixos direcionais e três eixos traseiros. Essa combinação criou um carro de quase sete metros de distância entre eixos e quase 10 toneladas de peso. O carro foi batizado de Poids Lourd Rapide (PLR).
Claro que para elevar esse monstro a velocidades extremas para testar os pneus, foi instalado não um, mas dois motores V8 de 5.7 litros da General Motors, bloco que na época equipava o Corvette C3. Cada motor entregava 350 cv, o que dava ao PLR quase 700 cv e isso explica a quantidade de entradas de ar na lateral do protótipo. Ele ainda tinha 5 radiadores só para resfriar os motores.
Curiosamente um dos V8 tracionava apenas os pneus de caminhão que estava montado dentro do carro. Eles foram posicionados entre os eixos comuns, justamente para permitir o teste de rodagem sem elevar demais a altura do DS. E como era levado ao limite, em caso de estouro, os demais eixos não deixavam que o veículo perdia sua estabilidade.
O PLR conseguia chegar a 180 km/h, velocidade muito além do que um caminhão consegue atingir, inclusive nos dias de hoje. Mas o objeito do DS era justamente levar o composto do pneu ao seu ponto de fadiga. E para alimentar os V8 foram instalados dois tanques de 90 litros. Os testes eram realizados na pista de testes em Ladoux localizada em Clermont-Ferrand, na França. No entanto, com o avanço tecnológico no desenvolvimento de novos produtos, o PLR foi se tornando obsoleto, e atualmente fica em exibição no L’Aventure Michelin, museu que conta a história da fabricante de pneus.
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