Mobilidade como serviço tende a crescer no Brasil

Quase 60% dos brasileiros que utilizam algum tipo de serviço de mobilidade consideram deixar de ter veículos próprios e passariam a usar somente eles

vw t cross sense 2021
VW T-Cross Sense (Foto: Volkswagen | Divulgação)
Por Fernando Calmon
Publicado em 18/06/2021 às 12h12

Está difícil prever quando a produção mundial de semicondutores será regularizada. Antes se estimava que ao longo do próximo semestre havia a tendência de empresas especializadas no exterior começassem a regularizar seu fornecimento. Agora isso parece ter sido adiado para o primeiro trimestre de 2022. No caso do Brasil há quem veja dificuldades também ao longo do próximo ano.

Em nível mundial, a queda de produção em 2021 da indústria automobilística, sobre o que antes estava projetado, alcançará algo em torno de 5% ou cerca de quatro milhões de unidades perdidas. Isso não quer dizer que 2021 será pior que 2020, mas indica uma recuperação mais lenta. No Brasil, o crescimento das vendas em torno de 15% parece assegurado e da produção, 25%, basicamente para recompor estoques e cumprir compromissos de exportação.

Como cada fabricante aqui vai arbitrar o atendimento da procura por veículos, é um fato a observar. Entretanto, parece certo que a prioridade ficará com o varejo em detrimento das vendas por atacado a locadoras, frotistas e governos. A versão Sense do VW T-Cross, por exemplo, criada para atender especificamente PcD (Pessoas com Deficiência), está sendo oferecida no varejo por R$ 93.000.

Segundo André Vieira, da Solution4Fleet, há também um gargalo prejudicial ao crescimento acelerado dos serviços de carros por assinatura. “Em consequência da produção atual fortemente comprometida até outubro deste ano, prevejo volta à normalidade apenas por volta de março de 2022”, afirma.

O que pode acontecer mais adiante e como se darão as vendas futuramente foram objeto de um estudo divulgado nesta terça-feira, 15, pela consultoria internacional R/GA, com filial em São Paulo (SP). Após pesquisas ao redor do mundo, que incluíram o Brasil, o relatório sobre Mobilidade como um Serviço (MaaS, em inglês) destacou:

  • Quase 60% dos brasileiros que utilizam algum tipo de serviço de mobilidade consideram deixar de ter veículos próprios e passariam a usar somente MaaS nos próximos dez anos.
  • Em comparação aos dados globais, os consumidores brasileiros em geral têm 15% mais chances de substituir seu carro por MaaS na próxima década.

Toda pesquisa envolvendo o longo prazo está sujeita a condicionamentos. Não se pode descartar, todavia, que quem experimente os serviços de assinatura acabe por retornar ao uso do veículo particular. A taxa de conversão definitiva ainda é uma incógnita.

Elétricos: países do G-7 desistem de datas

Mais de uma vez expressei ceticismo em relação a datas ou prazos para migração total dos atuais motores a combustão para os 100% elétricos. Pois no comunicado oficial da reunião do G-7 (grupo dos sete países mais desenvolvidos), no domingo passado, o discurso mudou. O G-7 se comprometeu a fazer mais para eletrificar o setor de transporte, porém sem estabelecer datas-alvo firmes. Além de problemas técnicos, os custos envolvidos tanto dos veículos quanto de infraestrutura são muito altos.

Em outras palavras, o rumo está correto, porém o ritmo precisa de avaliações cautelosas. Os híbridos deveriam estar em um estágio mais avançado, antes de se tentar ou forçar uma migração sem volta ao elétrico puro. Erros por precipitação podem cobrar seu preço e atrapalhar qualquer plano.

Alta roda

NOVO diretor-geral no Brasil e presidente da Nissan Mercosul, o brasileiro Airton Cousseau, manterá estratégia de produtos rentáveis (Kicks e Versa V-Drive), exportar mais para países vizinhos e tentar a liderança entre elétricos com o Leaf.  Outra providência, já colocada em prática, foi renovar o acordo com o Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares) para acelerar pesquisas sobre veículos elétricos. A partir de etanol, com estrutura de distribuição já existente, pode se obter hidrogênio a bordo e um reformador levar eletricidade para o motor.

FIAT TORO continua sua rota de sucesso com as mudanças estilísticas na parte dianteira: grade, para-choque e capô novos. Na versão Volcano avaliada faróis principais, de neblina e DRL são em LED. Impressiona o desempenho do novo motor turbo flex com potência e torque específicos elevados: 1,33 L/185 cv e 27,5 kgf.m. Sem comparação ao motor aspirado de um 1,75 litro (ainda disponível). No interior modernizado destaca-se o sistema multimídia: internet dedicada, Wi-Fi e conexão com celular sem fio. Tudo fácil de operar.

fiat toro volcano 2022 t270 branca turboflex dianteira foto alexandre carneiro

DIFERENÇAS entre os mercados brasileiro e argentino são evidentes. Não apenas pelas picapes que recebem incentivos fiscais generosos no país vizinho e estão entre os modelos mais vendidos (Hilux à frente). O sedã Cronos, de pouca representatividade aqui, lidera entre os automóveis lá. E agora chegou o primeiro lote de EcoSport fabricado na Índia. Enquanto o modelo aqui saiu de produção, continua a ser vendido na Argentina.

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1 Comentário
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Polvo 18 de junho de 2021

Pelos preços dos carros, a tendência é essa mesmo. A renda das pessoas estão em queda e os preços só sobem. Carro 0 Km voltará a ser acessível quando houver algum programa do governo para estimular vendas, como foi com os populares na década de 90.

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