Confira quais são as montadoras que têm participação estatal
Muitos governos, regionais ou federais, detêm ações de grandes grupos automotivos, isso sem contar os incentivos concedidos a fabricantes
Muitos governos, regionais ou federais, detêm ações de grandes grupos automotivos, isso sem contar os incentivos concedidos a fabricantes
Muito se fala em liberalismo econômico e intervenção mínima do estado na economia. Mas na indústria automotiva não é bem assim. Diferentes montadoras mundo agora têm participação estatal. São casos em que governos municipais ou mesmo federais têm ações nas fabricantes. Geralmente, são poucos papéis, mas que ajudam a compor a organização societária.
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Sem falar na participação indireta do estado. No Brasil, há a questão dos benefícios fiscais. Entre 2000 e 2021 os incentivos às montadoras somaram R$ 69 bilhões na forma de redução de tributos para instalação de novas fábricas. Veja agora as montadoras que têm participação estatal.
O Governo da França tradicionalmente sempre teve participação estatal na montadora. Hoje, a administração federal francesa detêm cerca de 15% das ações do Grupo Renault.
Dizem que isso, inclusive, foi um dos motivos para a mais recente tensão na aliança com a Nissan. A mídia europeia afirmava que uma das questões para a japonesa querer maior equilíbrio na parceria com o aumento das ações se daria também por um desconforto com o maior acesso do governo francês ao grupo.
Recentemente, foi resolvido que a participação da Renault na japonesa seria reduzida dos atuais 43% para 15%. Mesma fatia que a Nisaan tem na francesa.
O Grupo Volkswagen é grande e bem “fatiado”. Quase 32% das ações estão nas mãos da Porsche, mas o governo do estado da Baixa Saxônia (Alemanha) detém 11% doa papéis.
Tem outra participação estatal na montadora alemã. Um fundo de investimentos liderado pelo governo do Catar é o dono de uma fatia de 17% na composição societária do Grupo VW.
O gigante automotivo nascido em 2021 fruto da fusão entre FCA e PSA também tem uns papéis nas mãos do estado. E mais uma vez é o Governo da França quem bota as manguinhas de fora.
São 6,2% de ações na composição da Stellantis. Essa participação estatal na montadora, contudo, tem origem desde que governo tinha papéis da holding entre Peugeot e Citroën
As montadoras chinesas, quase em sua totalidade, são do governo ou têm participação estatal forte. Daí, abrimos uma exceção para uma marca brasileira.
É que a Chery chegou aqui em 2009 e até instalou uma fábrica em Jacarei (SP). O negócio nunca decolou e, em 2017, o Grupo Caoa, que já montava modelos da Hyundai, comprou mais da metade das operações brasileiras da montadora estatal chinesa.
Hoje, a Caoa Chery produz modelos em Anápolis (GO) e importa SUVs híbridos, que chegam aqui sob a marca sino-brasileira.
Sim, a indústria automotiva símbolo do capitalismo já deu um gostinho que nem os seguidores do socialismo utópico poderiam imaginar. No caso das montadoras, dois casos emblemáticos fariam Karl Marx rir na cova.
Em 1997, o Governo da Coreia do Sul teve de intervir para evitar a falência do Grupo Kia. O banco de desenvolvimento do país (espécie de BNDES deles) tornou-se acionista majoritária da fabricante, que acumulava uma dívida de US$ 10,4 bilhões.
Na operação, a instituição financeira estatal ficou com 30% de participação na montadora coreana. Como parte do programa de reorganização financeira da empresa, um ano depois o governo fez um leilão e a Hyundai adquiriu 51% da Kia Motors e também da Ásia Motors – que fazia parte do Grupo Kia.
O caso mais famoso de socorro e participação estatal envolve uma das maiores montadoras do mundo. A crise financeira de 2008 atingiu em cheio a General Motors, que teve de ir a Washington com o pires na mão para pedir ajuda.
Para salvar a fabricante, o Governo dos Estados Unidos assumiu o controle e ficou com 60% das ações da GM. Só seis anos mais tarde que a montadora conseguiu reaver todos os papéis que estavam sob controle do Tesouro Nacional norte-americano.
Detalhe é que o Estado levou um prejuízo. De acordo com um levantamento da época, o Tesouro tinha gasto US$ 49,5 bilhões na compra das ações em 2008. Em 2014, a GM tinha pago US$ 39 bilhões no total.
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