O turbo permitiu que motores pequenos entreguem performance elevada, mas é preciso uma série de cuidados para evitar aborrecimentos
Os motores turbo já são uma fatia grande do mercado de carros novos no Brasil. Muitos consumidores até preferem essa configuração, torcendo o nariz para os aspirados. No passado eles exigiam cuidados especiais na hora da manutenção, a tecnologia mudou isso? É o que vamos responder aqui.
Um motor turbinado de fábrica já foi projetado para ter uma durabilidade similar a de um aspirado, com a vida útil dentro dos parâmetros do fabricante. É diferente de um motor preparado, que exige mais atenção.
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Ainda assim, é bom que o motorista tome alguns cuidados básicos para que seu motor tenha vida longa e sem problemas. São ações preventivas para garantir a tranquilidade e evitar as visitas à oficina fora de hora.

Os motores modernos em geral são montados com maior precisão, o que resulta e menor tolerância para desleixos. Usar fluídos e peças fora da especificação original acabam sendo economias porcas.
Com o motor turbo isso é amplificado, eles costumam ser mais sensíveis a negligências do proprietário. Ou seja, é melhor seguir o plano de manutenção à risca e ficar atento ao uso, se é severo ou não.
O AutoPapo consultou Ludovico Ballesteros, mecânico experiente e proprietário da Pitucha Centro Automotivo, para saber quais cuidados adicionais o proprietário precisa ter.
Segundo o especialista, é preciso usar sempre o óleo correto e trocar dentro do prazo recomendado, nada de adiar o serviço. O mesmo vale para o filtro de ar, é importante ter ele sempre limpo, já que esse ar passa pela turbina.
Ludovico também recomenda tomar cuidado na hora de trocar as velas. É necessário usar a especificação correta e também monitorar o estado delas.
Por fim, ele diz para usar combustível de qualidade. Em outros países os motores turbo exigem gasolina de alta octanagem. A comum do Brasil possui essa característica, porém muitos postos batizam ela.

O motor 1.3 turbo da Stellantis, que equipa os modelos nacionais da Jeep, a Fiat Toro e a linha Abarth virou alvo de críticas na internet devido ao consumo de óleo. As primeiras unidades realmente baixavam o lubrificante mais rápido que o normal, mas isso já foi corrigido pela empresa. Só que a fama ficou.
O consumo de óleo em motores turbo é maior sim, Ludovico comenta o seguinte sobre isso:
É normal consumir um pouquinho mais, por isso é bom estar sempre verificando o nível. É normal ele consumir mais por causa da rotação e da temperatura.
No manual do carro vem a informação de quanto ele consome do óleo a cada 1.000 km em uso normal. Se o volume que baixa na vareta estiver dentro dessa tolerância, está tudo certo com o motor.
Devido a esse comportamento, é importante verificar com maior frequência o nível do óleo. O procedimento é simples e deve ser feito com o motor frio, de preferência antes da primeira partida do dia.
Basta abrir o capô, puxar a vareta, limpar a ponta com um pedaço de papel ou pano que não solte fiapos, inseri-la novamente até o fundo e puxar novamente. Na vareta existe uma marcação de nível mínimo e máximo, o óleo precisa estar entre esses limites. Se estiver abaixo, complete o reservatório com um pouco do lubrificante com a mesma especificação do que já está em uso.

A maioria dos motores turbo flex vendidos no Brasil hoje contam com injeção direta. As únicas exceções são o 1.0 turbo do Chevrolet Onix e o 1.5 turbo da Caoa Chery, que ainda usam injeção multiponto no duto de admissão.
Mesmo sendo flex, esses carros podem ser sensíveis ao etanol. O ponto fraco são os bicos injetores. Segundo o engenheiro mecânico Renato Passos, esse combustível pode ressecar a peça em uso prolongado, além de gerar um tipo de goma.
Os fabricantes recomendam usar um tanque de gasolina a cada 10 mil km rodados com etanol em carros com injeção direta. Ela lubrifica os bicos e pode soltar essa goma.
Se o combustível vegetal for mais vantajoso em sua região, vale a pena alternar entre os combustíveis para garantir a longevidade. Os danos causados pelo uso prolongado do etanol em um motor turbo saem mais caro que em um aspirado.

Quem já dirigiu um veículo turbodiesel antigo ou teve carro preparado se lembra que era preciso ficar um minuto com o motor em marcha lenta antes de desligá-lo. Isso era feito para esfriar o motor e evitar desgastes prematuros.
Nos motores atuais não é preciso mais ter esse cuidado, o próprio gerenciamento eletrônico cuida disso. Eles deixam o sistema de arrefecimento e a lubrificação funcionando por um tempo se for preciso.
Por isso, não se assuste se você desligar o carro e a ventoinha continuar armada por um minuto. Esse é um dos segredos para os carros turbinados atuais terem a durabilidade de um aspirado.
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