Brasil está entre os países campeões de mortes no trânsito, mas canetada do Contran vai levá-lo ao lugar mais alto do pódio
Diz o José Simão que o Brasil é o país da piada pronta. Tem razão. Só que, às vezes, é o país da piada de mau gosto pronta. Como a canetada recente do Contran que dispensou a auto-escola para o candidato à CNH.
Ou seja, nós estamos num país que está entre os campeões do mundo em mortes por acidentes de trânsito: são 40 mil anuais, número limitado às estatísticas no local da ocorrência, fora os óbitos nos hospitais nos dias seguintes.
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O governo chama o novo sistema de “democratização” da habilitação, pois reduz significativamente o custo para a obtenção da CNH, realmente elevado, cerca de R$ 4.000.
Com a canetada, caiu a exigência da auto-escola. O curso teórico pode ser feito por internet, os instrutores podem ser autônomos. Qualquer carro pode ser utilizado no curso prático e não mais o específico para auto-escola com duplo comando de pedais. Mas, um dos pontos mais preocupantes é que, em vez de 20 horas mínimas, bastam duas horas de treino prático. Dá para acreditar?
Os Detrans continuam responsáveis pelas provas e emissão da CNH e não se modificam as exigências para a habilitação. Não tem dúvida de que o custo será drasticamente reduzido. Mas, como a maioria dos acidentes de trânsito é provocado por deficiência do motorista, resta a certeza de que a CNH será concedida para um candidato ainda pior preparado e com maior probabilidade de provocar acidentes no trânsito.
No passado, o presidente a associação de auto-escolas de São Paulo chegou a afirmar que nos cursos preparatórios para a CNH, o aluno fingia que aprendia, o professor fingia que ensinava…

Já se falou demais em aumentar o nível de exigência aos candidatos à habilitação mas, insensível à gravidade do problema e sob o frágil e inconsistente argumento de democratizar a obtenção da CNH, o governo afrouxa em vez de apertar as exigências.
Não torna obrigatório o simulador, nem mais rigorosos os exames. Nem se criam provas qualificatórias mais objetivas para designar os examinadores, tornando mais rígidos e confiáveis os critérios para a concessão da habilitação.
Alguém duvida de que, com estas novas e medíocres regras estabelecidas pelo governo, vai aumentar o número de acidentes de transito no Brasil?
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Quando o BORIS FELDMAN faz esses comentários, Brasil é o país da piada de mau gosto pronta, como a canetada recente do Contran que dispensou a auto-escola para o candidato à CNH, nós estamos num país que está entre os campeões do mundo em mortes por acidentes de trânsito: são 40 mil anuais, número limitado às estatísticas no local da ocorrência, fora os óbitos nos hospitais. Informações sem FONTES fica sem credibilidade
Fiz minha habilitação no tempo que era com a polícia, sem auto escola. Tenho 28 anos de direção e nunca causei acidente e recebi apenas UMA multa nesses anos todos (por andar sem cinto). Essa mafia de auto escolas obrigatórias não serviu para nada, tanto é que o país continuou campeão de acidentes e mortes em trânsito, com quase 30 anos das novas regras.
Conversa fiada. Fala como se o recém habilitado saísse um motorista exemplar das autoescolas. Autoescola é só burocracia e gasto de dinheiro. Todos sabemos que a escola é o trânsito do dia a dia. Oque falta para diminuir as mortes é mais fiscalização e estradas modernas, não um processo de 5 mil reais em que você aprende fazer baliza e trocar marcha.
Tenho 53 anos e por experiência posso que o principal problema do trânsito ser violento não é a prática do motorista mas sim imprudência conectada diretamente a falta de educação, falta consciência em avaliar as consequências da imprudência.
Concordo!
E acrescento:
O pior vilão e a falta de punidade efetiva aos causadores de graves acidentes, a maioria dos quais dirigem de forma criminosa e estão pouco se lixando pra CNH, Leis ou multas, pois sabem que a leniencia do nosso código penal os livrará da cadeia aonde deveriam apodrecer.