Pogačar vence Mundial de Ciclismo em Kigali após ataque solo de 77 km e conquista dobradinha histórica com o Tour de France
No domingo, 28 de setembro de 2025, o mundo do ciclismo assistiu a mais um capítulo épico da carreira de Tadej Pogačar. Em Kigali, Ruanda, ele conquistou a prova de estrada masculina do Campeonato Mundial de Ciclismo de Estrada, reafirmando sua condição de figura dominante no pelotão global.
O Mundial de 2025 foi historicamente o primeiro realizado em solo africano. O percurso da prova masculina contou com 267,5 km de extensão, com mais de 5.475 metros de altimetria acumulada. Há quem a classifique como uma das mais difíceis já disputadas em campeonatos mundiais.
Desse trajeto, apenas 30 ciclistas concluíram a prova entre os 165 que largaram. Esse dado por si só já evidencia o grau de exigência: não apenas força física, mas resistência mental, cálculos de estratégia, controle de ritmo e adaptação ao terreno foram determinantes.
Pogačar não esperou pelos momentos finais. Com cerca de 104 km restantes, lançou um ataque no trecho da subida de Mont Kigali, que contou com 5,9 km de extensão e inclinação média robusta. Ele partiu inicialmente junto com Juan Ayuso e Isaac del Toro, mas logo se desvinculou do grupo.
Com cerca de 77 km solo, sustentou a liderança até a linha de chegada, construindo uma vantagem final de 1 minuto e 28 segundos sobre o segundo colocado, Remco Evenepoel. Ben Healy ficou com o bronze, terminando a 2’16”.
Em 2024, Pogačar já havia vencido o Mundial de Estrada em Zurique. Agora, em 2025, repetiu o feito e tornou-se o primeiro ciclista a vencer tanto o Tour de France quanto o Campeonato Mundial de estrada em dois anos consecutivos.
Realizar o Mundial em Kigali impôs não só desafios técnicos, mas simbólicos. O ciclismo caminha para uma maior presença em continentes tradicionalmente subrepresentados no cenário de elite. Ruanda quis mostrar ao mundo capacidade de receber grandes eventos e a paixão local pelo esporte.
Para Pogačar, vencer em solo africano foi emocionalmente importante: ele declarou que a experiência foi “incrível” e que vencer ali deu um valor especial à conquista.
No Mundial de 2025, Henrique Avancini foi o único brasileiro na prova de estrada. Ele participou com garra, ocupando posição intermediária até as subida mais duras, mas acabou sendo eliminado conforme os cortes de tempo.
O fato de apenas 30 ciclistas terem terminado mostra tamanha exigência, mais do que a “simples” força, importa a capacidade de resistir aos desgastes sucessivos.
O Mundial de 2025 coroou não apenas uma vitória isolada, mas uma “dobradinha histórica”: vencer o Tour de France e o Campeonato Mundial no mesmo ano já é feito raro; repetir essa dobradinha por dois anos consecutivos coloca Pogačar numa faixa que poucos nomes ousam almejar.
No Campeonato Mundial de Ciclismo de Estrada 2025, a prova feminina também teve um desfecho emocionante. A canadense Magdeleine Vallière conquistou o título na categoria Elite Feminina, coroando uma performance consistente e estratégica ao longo dos 267,5 km do circuito em Kigali.
Vallière não foi a mais agressiva em toda a prova, mas aproveitou o momento certo para garantir sua vitória, demonstrando resistência e “timing”. Sua conquista reforça a crescente competitividade do ciclismo feminino em mundiais de estrada e marca um momento simbólico: uma nova campeã com presença forte no cenário internacional.
A vitória de Vallière confirma um movimento mais amplo: cada vez mais, as provas femininas são disputadas com profundidade tática, alto nível técnico e exigência física. Para o público e as ciclistas brasileiras, esse resultado representa estímulo para olhar com mais atenção para o ciclismo feminino, investir em treino, infraestrutura e cobertura.
Resultados completos no site oficial.
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