Os japoneses estão tentando enxugar os custos de todas as formas possíveis para evitar a falência, a ponto de afetar a Mercedes-Benz
Em crise, a Nissan parece estar dependendo da ajuda vinda dos chineses para continuar funcionando. Seu maior destaque no Salão de Tóquio foi o N7, um sedã médio elétrico desenvolvido em parceria com a Dongfeng.
Esse tipo de colaboração com marcas chinesas é algo comum para o mercado interno da China. Mas a Nissan deseja internacionalizar os modelos de sua joint-venture com a Dongfeng, incluindo o N7 e a Frontier Pro.




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Em entrevista a Auto Esporte, o CEO da Nissan, Ivan Espinosa, afirmou que irá usar dessa parceria para entregar produtos tecnológicos com o custo de produção e velocidade que apenas a China pode oferecer. Ele citou a linha mexicana da Chevrolet, que já utiliza muitos produtos asiáticos.
O Salão de Tóquio também foi o local onde a Nissan confirmou o nome Kait para o seu “novo” SUV compacto produzido no Brasil. Colocamos aspas na palavra novo pois ele será uma reestilização do atual Kicks Play, com mudanças na dianteira, traseira e no painel.




O Nissan N7 é um sedã grande, maior que o Sentra, com motorização elétrica. Ele mede 4,93 m de comprimento, 1,89 m de largura e 2,91 m de entre-eixos. Ele é irmão do Dongfeng eπ 007, compartilhando a mesma carroceria, desenho da traseira e interior, se diferem apenas pela dianteira.
Curiosamente, o Nissan N7 possui motor elétrico tracionando apenas o eixo dianteiro, enquanto o irmão de emblemas chineses pode ter tração traseira ou integral.
O sedã já foi flagrado rodando em testes no Brasil e foi o único modelo chinês exposto em Tóquio. Isso pode ser um sinal de que ele será o primeiro a ser globalizado.
Outro carro da joint-venture com a Dongfeng que está cotado para o Brasil é a Frontier Pro. Ela foi mostrada no Salão de Xangai e conta com plataforma que permite usar motores a combustão ou sistemas híbridos plug-in.
A Frontier Pro utiliza chassi do tipo escada e suspensão traseira por eixo rígido com molas helicoidais — como no modelo atual. A versão híbrida plug-in tem a bateria abaixo da caçamba e motor elétrico dentro do câmbio, como no GWM Tank 300.
O moto a combustão nessa versão é um 1.5 turbo de origem chinesa, que entrega potência combinada de 435 cv junto da unidade elétrica. A opção de motor diesel, sem eletrificação, conta com o 2.3 biturbo de 190 cv que já conhecemos.
Assim como o N7, a nova Frontier Pro é derivado de um produto chinês, o Dongfeng Z9. O porte é maior que o das médias tradicionais, com 5,51 m de comprimento, assim como a Foton Tunland e a GWM Poer P30.
Dentro da cabine é possível notar que a identidade é toda chinesa, com uma grande tela no centro do painel e poucos botões. Outra característica bem chinesa é o volante de dois raios.

O plano de reestruturação da Nissan envolve enxugar os custos. Ela confirmou que irá fechar sete fábricas e reduzir a quantidade de plataformas para voltar a lucrar.
Uma que já teve as atividades encerradas foi a Santa Isabel, na Argentina. Essa unidade produzia a Nissan Frontier e sua irmã gêmea Renault Alaskan.
A linha de montagem de caminhonetes era um “puxadinho” na planta da marca francesa. A Renault segue fazendo o Kangoo, o Logan, o Sandero e o Stepway na parte principal da fábrica.
Na página brasileira da Nissan contam apenas três versões da Frontier: Attack, Platinum e Pro-4X, indicando que os estoques são limitados. A picape deverá sair de linha assim que os estoques esgotarem.

Segundo o portal Wards Auto, a próxima unidade fabril que deverá ser fechada fica em Aguascalientes, México. A Nissan possui outras fábricas no país, essa em específico é parte de uma joint-venture com a Mercedes-Benz.
Lá é o único local onde o GLB é produzido no mundo. Segundo a marca alemã, o SUV de sete lugares irá sair de linha em 2026, confirmando o fim da unidade.
A Nissan usa o local para fazer carros da sua divisão de luxo, a Infiniti. Os SUVs QX50 e QX55 saem dessa unidade e parecem que não serão realocados para outra unidade.
A Nissan já fechou também a fábrica de Cuernavaca, sua planta mais antiga fora do Japão. Ela produzia a Frontier e motores, enquanto os carros de passeios são feitos em outra unidade.
Esse encerramento acabam com as possibilidades da Frontier atual seguir em linha no Brasil vinda do México. Por enquanto, a unidade brasileira está com o futuro garantido e recebeu investimentos para fazer o novo Kicks e o Kait.
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