Próximo SUV da Nissan nada mais é que o Kicks Play maquiado de carro novo, repetindo uma estratégia antiga da indústria
A Nissan acabou de confirmar que seu novo SUV se chamará Kait, quem acompanha o AutoPapo já sabia disso. E também já sabia que o próximo produto da marca japonesa é na verdade o Kicks Play fantasiado de modelo inédito.
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Isso mesmo, ruim das pernas, a Nissan vem rebolando para se manter de pé lá fora. Basta observar que no Salão de Tóquio, que está com as portas abertas, a marca só apresentou um produto, o Elgrand, uma minivan executiva, enquanto suas conterrâneas mostraram conceitos, esportivos e novos SUVs.

E se a matriz tem pouca novidade, resta para a filial fazer um mexido com o que tem na geladeira. O Kait é isso aí, a Nissan vai aproveitar a carroceria e o conjunto mecânico do Kicks original. Para conseguir preços competitivos, a marca vai eliminar equipamentos e fatalmente deverá optar por uma acabamento mais simples para posicionar o modelo num patamar de preços na faixa de modelos como Pulse, Tera e Kardian.
Mas o Kait não é o primeiro carro velho fantasiado de carro novo. Confira cinco modelos que adotaram essa prática para reduzir custos.

O Agile chegou ao mercado no fim dos anos 2000, como parte do projeto Viva. Depois de a GM exibir um conceito com jeitinho de SUV compacto, a realidade era bem diferente, ainda mais que a gigante de Detroit vivia um pesadelo financeiro, que acabou respingando na filial brasileira.
O hatch era na verdade a primeira geração do Corsa, com uma carroceria redesenhada. As formas do Chevrolet estavam longe de ser as mais harmoniosas, uma vez que deveria caber no projeto do Corsinha.
Com acabamento simples e oferecido apenas com motor 1.4 de 102 cv e 13,5 kgfm, o modelo era posicionado acima do Corsa (de segunda geração). Para ludibriar o consumidor, ele vinha com ar-condicionado analógico, mas com gráfico digital e quadro de instrumentos com computador de bordo em destaque.

A Ford também utilizou um carro para fazer dois. E o pior, praticamente idênticos. Em 1981, ela resolveu ampliar sua gama e transformou o Corcel II no Del Rey.
Visualmente o Del Rey se diferenciava da coluna B para trás. A traseira fastback do Corcel dava lugar ao um estilo sedã, com porta-malas horizontal. Na dianteira, a grade tinha grelha vertical para se diferenciar do Corcel.
Por dentro, o acabamento era mais refinado e a cereja do bolo era o relógio digital logo acima do retrovisor. A ideia da Ford era oferecer o modelo como opção mais sofisticada, um carro de luxo para bater de frente com o Opala.
Funcionalmente tinha a vantagem de ser oferecido com quatro portas, diferentemente do Corcel II. Mas seu motor 1.6 de 69 cv estava longe do vigor da “viatura” da GM.

O Peugeot 207 foi o clássico “lavou tá novo”. Em 2008, a marca francesa não tinha caixa, prestígio e nem mercado para trazer o novíssimo 207 europeu, apresentado em 2006, para o Brasil.
Daí, resolveu fazer uma cirurgia plástica de fundo de quintal no hatch, que utiliza faróis alongados (como no modelo europeu), assim como grade maior. O problema é que no Velho Mundo, toda a carroceria se harmonizava com a cara nova.
Por aqui, o carro ficou desengonçado e para piorar, a PSA não corrigiu velhos problemas do compacto, como a suspensão frágil, assim como corriqueiros defeitos de parte elétrica. Em 2013 foi substituído pelo 208, que sofreu com imagem arranhada do antecessor.

Quando a Renault apresentou o Symbol na Rússia, ela viu que poderia vender o sedã por aqui também. Afinal, não era necessário gastar muito, bastava dar um tapa na carroceria do Clio Sedan e tudo estava resolvido.
E foi isso que ela fez em 2009. Apesar de ter aplicado novos faróis, para-choques, e até mesmo uma janela espia na terceira coluna, não dava para esconder que se tratava de um Clio.
Se não bastasse, o modelo era bem mais caro que o Logan e com menor oferta de espaço. E naquela época, em que se vendia carro popular sem entrada e com financiamento a perder de vista, o brasileiro queria saber o que cabia na prestação. E no final das contas, o Symbol subiu ao telhado em 2013, com menos de 25 mil unidades vendidas.

No final do anos 1990, Volkswagen e Audi se uniram para erguer a planta de São José dos Pinhais (PR). E os primeiros frutos foram o Golf (de quarta geração) e o Audi A3, que eram o mesmíssimo carro, mas com mais refinamento para o modelo das quatro argolas.
O Audi ficou em linha até 2006, e o Golf seguiu seu caminho. Na Europa, a quinta geração já tinha sido apresentada em 2003. Mas a filial brasileira não tinha bala na agulha para bancar a nova geração muito mais moderna e que seria mais difícil de ser absorvida pelo mercado.
Assim, Em 2008, os marqueteiros da Volks resolveram aplicar uma plástica medonha no “sapão” e vender como um carro novinho em folha. O resultado era controverso, pois o carro tentava imitar as lanternas do Golf V e a frente recorria a elementos presentes no Gol. Debaixo da carroceria era bom e velho Golf de sempre, mas sem grandes aprimoramentos. Era melhor ter deixado o carro com a carinha original, que era linda.
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Mais um artigo cheio de bobagens para confundir os leitores menos atentos.
Há erros de grafia no artigo: Corceu (Corcel), Clion (Clio). Além disso, há locais onde a vírgula poderia ser substituída por dois pontos. Assim o artigo ficaria melhor redigido.
Na medicina, o Brasil é um dos principais centros mundiais de cirurgia plástica.
O mesmo vale também para os automóveis.