Nascido em Minas e morador do Distrito Federal, Adélio Júnior teve ideia inesperada para homenagear o pai que vivia na estrada
Na cerimônia de casamento, o carro que leva a noiva à entrada da igreja é item escolhido a dedo por muitas mulheres. No casamento do engenheiro Adélio Júnior, entretanto, a chegada triunfal ocorreu em um ônibus da Gontijo, com o noivo e os padrinhos.
“O casamento era em um sítio, e havia um espaço de uns 300 ou 400 metros entre a entrada e o local da cerimônia. O ônibus cobriu todo esse percurso e me deixou próximo ao ponto em que podia seguir a pé até o altar”, conta o morador de Brasília (DF) ao AutoPapo.
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Mas o meio de transporte não foi escolhido por azar ou algum atraso no caminho. Foi, na verdade, uma declaração de amor. “Eu brincava com o fato de que, para as outras pessoas, isso não fazia sentido”.
Adélio Júnior cresceu em Patos de Minas (MG), mas o Adélio pai nem sempre estava por lá. “Desde que eu nasci, meu pai trabalha com ônibus. Hoje ele é motorista da Continental, e está na empresa há 14 anos”.
A ausência do amigo doía, principalmente nas datas mais importantes. O adolescente, entretanto, nunca sentiu raiva: compreendia a necessidade de sustentar a família, e tinha compaixão do pai.
“Mesmo quando meu pai estava ausente, ele sempre marcava presença. É uma frase que já disse várias vezes para ele”.
Há alguns, entretanto, foi Júnior quem saiu de Patos de Minas, se mudando para a capital federal. A distância aumentou, mas os ônibus rodoviários, que eram causa da saudade, se tornaram alívio para os dois.
Isso porque a rodoviária de Brasília se tornou o novo ponto de encontro de pai e filho, nem que por alguns minutos. Como explica o recém-casado, “ficava mais fácil vê-lo ali, com todas as rotas que passavam, do que ir até a minha cidade”.
“Um pouco antes da cerimônia”, relata Júnior, “fui encontrá-lo em uma cidade próxima a Brasília, na garagem da empresa. Pensei: ‘por que não entrar de ônibus no meu casamento e homenagear meu pai, que fez tanto por mim ao longo desses anos?’ Dei a ideia, imaginando que achasse meio brega, mas ele apoiou na hora”.
A permissão da noiva, conta, também veio tranquilamente: “Ela super me apoia, e é uma parceira de verdade. Achou a ideia muito bonita e significativa”.
Mas faltava o ônibus, que ficou a cargo de Adélio pai. O motorista experiente decidiu recorrer aos contatos e, ao propor o plano à Gontijo, recebeu o apoio da empresa com facilidade surpreendente.
A viação ofereceu um Comil Invictus 1200, com espaço para 46 passageiros e motor 13 litros de 410 cv. O ônibus saiu de Goiânia e foi até a chácara, no Distrito Federal, sem custos. A viagem incomum virou assunto entre os funcionários e, até no Instagram a Gontijo, divulgou a iniciativa.
Além do volante, senhor Adélio também fez de DJ e, na hora de levar o filho ao altar, escolheu uma música de Fagner para a entrada triunfal.
Júnior e os cinco padrinhos desembarcaram, junto ao motorista, sem nenhum problema. As mulheres só não foram de ônibus por questão de segurança; afinal, saltos altos e vestidos longos representavam risco desnecessário.
Mas, do início ao fim, a festa correu sem tropeços. “Para mim foi incrível e fiquei muito feliz. Não imaginava que o gesto — tão humilde e simples — fosse ser tão admirado pelas pessoas”, completou Adélio Júnior ao AutoPapo.
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Muito bacana mesmo!!!
Uma idéia muito genial, e pra lá de original!!
Parabéns, e felicidades!!!