Norma dificulta criação de vagas de estacionamentos para carros elétricos
Espaçamento de cinco metros, mureta de proteção, sistemas anti incêndio automático e outras exigências parecem feitas para desmotivar os estacionamentos
Espaçamento de cinco metros, mureta de proteção, sistemas anti incêndio automático e outras exigências parecem feitas para desmotivar os estacionamentos
O Comando do Corpo de Bombeiros do estado de São Paulo (CBPMESP) emitiu um parecer técnico com normas para vagas de estacionamento para carros elétricos. As sugestões saíram no Diário Oficial do estado.
Segundo o parecer, a motivação foi o aumento nas vendas de carros elétricos, o que resulta em maior demanda por vagas com carregadores. As medidas de segurança proposta foram feitas levando em consideração a dificuldade em apagar um incêndio em uma bateria de ions de lítio.
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As normas propostas no documento para as vagas de carros elétricos parecem alarmistas, sugerindo soluções pouco práticas que inviabilizam a adoção. Veja a seguir as sugestões.
A primeira alternativa proposta pelos bombeiros é um distanciamento de cinco metros entre cada vaga de estacionamento para carros elétricos. A distância foi estipulada para que o incêndio em um veículo não afete os outros.
A segunda proposta é dividir as vagas para carros elétricos com barreiras de 1,60 m de altura por 5 m de comprimento. Com isso, não é necessário o afastamento da outra sugestão.
Os bombeiros sugerem que toda vaga de estacionamento para carros elétricos tenha um sistema automático de chuveiros, conhecidos também como sprinklers. Elas também devem ter um sistema de detecção de incêndios.
Em estacionamentos fechados é exigido que exista um sistema de ventilação mecânica capaz de trocar o volume do ambiente cinco vezes por hora. Também são exigidas rotas de fuga e sistemas para controle de fumaça.
Os carregadores para carros elétricos precisam ter um ponto para desligamento com 40 metros de distância de onde estão instalados. Eles também devem ter um disjuntor para ser desligados em caso de incêndio.
Apesar de ser válida a preocupação contra os incêndios, ainda não foram registrados casos disso no Brasil. Para um carro elétrico pegar fogo, é preciso haver a perfuração da bateria. Isso era mais comum em modelos mais antigos, onde não havia proteção adequada.
As normas propostas pelo Corpo de Bombeiros, caso sejam implementadas, tornarão cara a instalação de um ponto de recarga nos estacionamentos. Atualmente, eles são usados como chamariz para atrair clientes.
Criar vagas espaçadas para carros elétricos irá diminuir a quantidade de locais disponíveis para o estacionamento. As muretas representam uma perda menor, porém irá dificultar a manobra de carros maiores.
As exigências de sistemas automatizados de combate ao incêndio também são caras. A obrigatoriedade disso pode fazer que a quantidade de vagas com carregadores diminua.
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Wagner, você já parou para pensar que basta um caso dentro de um estacionamento lotado para acontecer uma desgraça? Pare para pensar um pouco. Incêndio em carro elétrico é extremamente difícil de apagar, sendo comum o veículo ser totalmente consumido pelas chamas e afetar vários outros no entorno.
As vagas “Atualmente, eles são usados como chamariz para atrair clientes”.
É justamente ai é que mora o perigo, se não organizar, em pouco tempo haverão as piores e mais baratas “gambiarras” apenas para atrair clientes, e quando um desastre real acontecer vão culpar o poder público e a falta de fiscalização, ninguém da imprensa entrevistará ou porá em dúvida a idoneidade do dono do estabelecimento.
Exatamente. A reportagem coloca como um empecilho, mas a mesma imprensa vai massacrar os órgãos públicos por falta de normas ou falta de fiscalização quando um único carro elétrico provocar o incêndio de um piso inteiro de shopping cheio de automóveis, pela dificuldade de apagar o incêndio nos veículos elétricos.