O show da Mercedes Classe X
Mercedes revela versão final de sua picape média global, que será feita na Argentina e vendida no Brasil a partir de 2019
Mercedes revela versão final de sua picape média global, que será feita na Argentina e vendida no Brasil a partir de 2019
Foi revelada hoje (18), na Cidade do Cabo, África do Sul, a versão de produção da Mercedes Classe X. A primeira picape global da marca alemã começa a ser vendida no continente europeu a partir de novembro por valor inicial de 37,3 mil euros. No Brasil, o utilitário será comercializado em 2019, importado da Argentina. O AutoPapo esteve antes, na Alemanha, para uma apresentação prévia do modelo.
Não dirigimos a picape, apenas andamos no banco do carona. Porém, ficou um certo desapontamento no ar, pois o estilo extremamente ousado dos modelos conceituais não se fez presente na realidade. Até a estrela que reluzia na grade dianteira perdeu o brilho.
A Classe X conta com três linhas de design distintas, todas enfatizando robustez, mas sem deixar de lado as características mais luxuosas presentes nos Mercedes. A fabricante também promete pacotes de personalização com amplo portfólio de acessórios para evidenciar diferentes aspectos da picape.
A Mercedes Classe X será produzida graças a uma parceria dos alemães com a aliança Renault-Nissan. A picape terá como base a Frontier, já testada pelo AutoPapo, e terá sua produção dividida entre Espanha e Argentina. Vale destacar a esperteza dos alemães, que nunca tinham produzido uma picape em sua centenária história, e se valeram da experiência dos japoneses da Nissan, uma dos pioneiras do segmento.
Por aqui, seremos abastecidos com os produtos da fábrica argentina da Renault, localizada em Córdoba. A Alaskan, utilitário dos franceses que chega ao mercado brasileiro em 2018, também sairá de lá. O modelo também pegará “emprestada” a plataforma da picape nipônica.
O utilitário da marca da estrela conta, a princípio, com quatro opções de motorização. A única versão a gasolina é a X200, equipada com motor quatro cilindros que gera 165 cv de potência. Essa, a princípio, não está prevista para o mercado brasileiro. As demais são empurradas por motores a diesel. As configurações e seus respectivos propulsores são:
A transmissão oferecida será a manual de seis velocidades. O câmbio automático de sete velocidades pode casar com os motores a diesel. A tração é integral 4MATIC. Já a configuração topo de linha X350 d será empurrada por motor V6 de 258 cv, casada com transmissão automática de sete velocidades.
De olhos fechados – se fosse possível, é claro – tanto faz dirigir uma Frontier ou uma Mercedes Classe X, pois a plataforma é a mesma. Nas versões básicas, até o motor de quatro cilindros biturbo e o câmbio de seis marchas da alemã e japonesa são idênticos. O câmbio G-Tronic de sete marchas (da Mercedes) será opcional nos motores diesel. E virá também mais tarde no motor V6 diesel 3.0 Mercedes.
Quanto às dimensões, a Mercedes Classe X tem 5,34 m de comprimento, 1,92 m de largura, 1,81 m de altura, 3,15 m de entre-eixos, 1,58 m de comprimento da caçamba, 1,56 m de largura da área da caçamba e generosa capacidade de carga útil de mais de 1 tonelada. A capacidade para reboque, dependendo da motorização e dos equipamentos, fica entre 1.650 kg e 3.500 kg.
Nove cores estão disponíveis para todas as versões. As sólidas são: vermelho-danakil, branco-chicana e verde-granito. As metalizadas são: preto-kabara, azul-cavansita, prata-diamante e branco-bering. Conforme a versão, a Mercedes disponibiliza aros 17”, 18” ou 19”. Segundo a fabricante, no total estão disponíveis seis rodas distintas — de série ou opcionais.
É preciso fazer justiça para diferençar as gêmeas. Claro que a Classe X recebeu muita sofisticação tecnológica da marca alemã. A cabine, por exemplo, faz lembrar a de um automóvel Mercedes e muito mais requintada que a japonesa. Vários recursos eletrônicos de segurança, conforto e infotenimento são exclusivos da picape alemã.
O chassi da Classe X é tipo escada. Na dianteira, a picape conta com suspensa independente. Entretanto, a suspensão traseira é comum as três picapes (Frontier, Alaskan e Classe X) e leva a vantagem de ter molas helicoidais ao invés do tradicional feixe de molas. Mas, enquanto a Nissan chamou-a de “multi-link” (multibraço), a Mercedes preferiu explicar que apenas o “eixo traseiro é multibraço”.
Ou seja, a suspensão traseira é a mesma, mas a mentira da Nissan é maior que a da Mercedes. A rigor, um suspensão multibraço impede a variação de cambagem das rodas traseiras e, para isso, ela deve necessariamente ser independente. Impossível no caso em pauta, que tem eixo rígido ligando as rodas traseiras.
Por fim, uma curiosidade: o primeiro automóvel do mundo com suspensão traseira multilink (multibraço) foi exatamente um Mercedes, o modelo “190” lançado em 1982 e que daria origem, mais tarde, à Classe C.
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