‘Ofensiva Brasil’ da Renault terá SUVs, picapes, híbridos e elétricos
Marca francesa prepara grande pacote de lançamentos para os próximos três anos, incluindo cinco produtos regionais, motor híbrido flex e elétricos de nicho
Marca francesa prepara grande pacote de lançamentos para os próximos três anos, incluindo cinco produtos regionais, motor híbrido flex e elétricos de nicho
Renault Kardian. Este será o nome do novo SUV de entrada da Renault no Brasil, conhecido antes pelo código de projeto HJF, derivado do Dacia Sandero Stepway de terceira geração europeu. Revelei esta informação dias atrás na Mobiauto. A produção começa em outubro, com chegada às lojas no começo de 2024, mas ele não virá sozinho.
Depois dele, posso afirmar que a marca francesa terá uma nova família com três modelos, a serem lançados entre 2025 e 26, também derivados da plataforma CMF-B, a mesma do Kardian. A diferença é que estes terão porte maior, compacto-médio, derivando-se do Dacia Duster de terceira geração. A ideia da empresa é ter:
Além disso, apostará em novos produtos eletrificados, tanto híbridos (flex) quanto elétricos. E cumprirá seu objetivo em prazo relativamente curto, em menos de três anos. O Kardian será só o começo desse plano de reestruturação. Chega como rival direto de Nivus e Fiat Pulse, abrindo os trabalhos, logo no princípio de 2024.
Já os produtos compactos-médios serão distribuídos em dois SUVs, um de cinco e um de sete lugares, ambos provavelmente produzidos no Brasil, e uma picape, cuja produção na Argentina já está confirmada e com direito a uma irmã gêmea com insígnia Nissan. E uma surpresa: é bem possível que nenhum desses modelos se chame Duster ou Oroch.
No caso do Duster, a empresa vai reestilizar o SUV produzido atualmente no Brasil em meados de 2024, como linha 2025. A ideia será deixá-lo em linha pelo menos até 2028, convivendo com sua nova geração por algum tempo. Daí a necessidade de diferenciar a terceira geração, chamando-a de New Duster ou trocando em definitivo seu nome.
Essa segunda alternativa faz mais sentido quando lembramos que os franceses querem tirar dos produtos brasileiros a pecha de “carros da Dacia com emblema Renault”. Por isso mesmo, o New Duster terá proposta mais premium e ocupará uma faixa de preço maior, para brigar contra as versões de topo de Jeep Renegade, VW T-Cross e Hyundai Creta.
Já a picape trocará de RG porque o nome Oroch nunca pegou ou gerou a valorização pretendida pela companhia. Aqui, para a Renault, quanto mais a novata puder se dissociar de sua antecessora, melhor. Sua missão será rivalizar de maneira mais incisiva contra a Fiat Toro, deixando para a própria Oroch, se esta sobreviver para contar história, a missão de seguir brigando contra Fiat Strada Cabine Dupla e Chevrolet Montana.
O SUV de sete lugares, por sua vez, tem grandes chances de se chamar Bigster, como o conceito Dacia apresentado anos atrás. Tende a rivalizar mais com o Jeep Compass em faixa de preço do que com o Commander, apesar de ter dois assentos extras. Este, aliás, será um trunfo seu dentro do segmento de SUVs C ou compactos-médios.
Por fim, a picape média Renault Alaskan deve ser profundamente renovada entre 2024 e 25, com objetivo de enfim ser lançada no mercado brasileiro. Sua principal inspiração em termos de posicionamento de mercado será a Fiat Titano, que está para ser lançada no Brasil via Uruguai.
A própria Alaskan, será importada da Argentina, onde compartilha plataforma e linha com a Nissan Frontier. Com isso, a gama de produtos regionais da empresa ficará assim:
O plano de reestruturação da fabricante na América do Sul e no Brasil prevê, ainda, transferência de parte da produção do Kwid para a Colômbia, a fim de abrir espaço na fábrica de São José dos Pinhais (PR) para esses novos produtos.
Além disso, engenheiros locais já desenvolvem um motor híbrido flex de 145 cv, derivado do atual propulsor 1.6 SCe aspirado, previsto para ser aplicado em todos os produtos regionais feitos sobre a plataforma CMF-B. Deve estrear efetivamente entre 2025 e 26, justamente quando os modelos compactos-médios regionalizados também debutarão por aqui.
Para finalizar, virão por aí outros três importados elétricos entre 2024 e 25. Entre eles, uma configuração elétrica da Master. Os outros dois produtos são ainda um mistério, mas o novíssimo Scénic E-Tech ou os ainda conceituais Renault 4 e Renault 5 não seriam apostas ruins.
Tempos atrás, publiquei o quanto a Renault parecia perdida na América Latina. Agora, a fabricante parece ter reencontrado o rumo. Claro que muitos erros foram cometidos no passado e há muito terreno para se recuperar. Mas ela pelo menos tem um plano, o que já é um começo, e ele parece robusto.
Os laços com a Nissan foram novamente estreitados e se a execução for tão boa quanto o cronograma no papel, a marca tem boas chances de ser bem-sucedida. Mas não há tempo a perder: a faca está no pescoço e, se tudo der errado, podemos não ter um plano B.
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