Faz anos que os brasileiros preferem ter SUVs como carros familiares, mas em outros mercados ainda há demanda por peruas
Quem ainda gosta de perua no Brasil não tem para onde correr, sobraram apenas três carros com essa carroceria no mercado: Zeekr 001, Porsche Taycan Cross Turismo e Audi RS6 Avant. O mais “barato” aí custa R$ 459.000.
A última perua nacional, a Fiat Palio Weekend, saiu de linha em 2020. Infelizmente a preferência do público que compra carros novos agora é dos SUVs.
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Porém na maioria dos casos, esse veículos não possuem a praticidade das peruas. Muitos dos SUVs novos são hatchbacks “bombados”. Dentre os compactos, apenas o novo Nissan Kicks, o Renault Duster e o Citroën Aircross possuem porta-malas realmente grande para o uso familiar.
Hoje não vamos ajudar na dor de cotovelo dos fãs de peruas. Essa lista traz sete carros nacionais que tem ou tiveram versões com essa carroceria em outros mercados.
Em 2004, quando o carro da moda eram as minivans, a Toyota foi ousada ao lançar a Corolla Fielder no Brasil. A única média que existia era a Fiat Marea Weekend e o sucesso no segmento médio familiar era o Chevrolet Zafira, Citroën Xsara Picasso e o Renault Scenic.
Na troca de gerações, em 2008, a Toyota justificou o fim da Fielder por essa carroceria só existir no modelo japonês, com carroceria mais estreita. Seria preciso criar uma versão específica para cá ou vender um modelo menor.
Hoje esse problema não existe mais, a atual geração do Corolla possui uma versão perua derivada do sedã que é produzido no Brasil. Mas a Toyota preferiu trazer o SUV Corolla Cross, que é derivado do hatch e possui entre-eixos mais curtos.
Além de ter mais espaço para passageiros, a atual perua do Toyota Corolla tem volume de 598 litros no porta-malas. Um banho no Corolla Cross, com seus 440 litros de bagageiro.
O Renault Logan fez sucesso por causa de seu espaço interno, era um sedã classificado como compacto mas com espaço de médio. Esse fator aliado com a mecânica robusta fez dele um queridinho dos taxistas.
Na Europa existiu a perua Dacia Logan MCV, apenas nas duas primeiras gerações do modelo. Ela adicionava um grande porta-malas a essa fórmula, o que poderia ter desbancado a Fiat Palio Weekend em seu final de vida.
A segunda geração da Logan MCV contava com porta-malas de 573 litros. Ela teve também a versão aventureira Stepway, com suspensão elevada.
A chegada da Toyota Corolla Fielder e da Renault Megane Grand Tour fez a Chevrolet considerar uma perua do Vectra no Brasil. A terceira geração do sedã tinha desenho inspirado no Opel Astra alemão e, por isso, a imprensa chegou a flagrar uma unidade da perua europeia rodando aqui.
A versão familiar contava com o mesmo entre-eixos mais longo do sedã, 2,70 m, e seu desenho era bem resolvido. O porta-malas tinha capacidade para 500 litros no modelo europeu.
Se o modelo tivesse chegado ao mercado, ele poderia agradar em cheio ao público mais tradicionalista que ficou órfão da Fielder depois de 2008.
A Volkswagen tirou a Santana Quantum de linha em 2003 e não apostou nas minivans no Brasil. Quem procurava um carro médio familiar da marca nos anos 2000 tinha que se contentar com o sedã Bora ou levar uma Parati mais equipada.
Nesse período ela poderia muito bem ter produzido aqui a perua do Golf de quarta geração. Ela foi vendida na Europa com a frente do hatch ou com a do sedã Bora.
O estilo da traseira lembrava muito o da Passat Variant, já o porta-malas tinha capacidade para 963 litros até o teto. Não encontramos a medida no padrão usado no Brasil. Só tivemos uma perua do Golf aqui com a sétima geração, mas era importada.
O Ford Focus ainda é um queridinho dos entusiastas por carro. Ele é bom de dirigir e foi pioneiro em usar suspensão traseira multilink no segmento de carros médios.
Todas as gerações dele tiveram a opção de carroceria perua na Europa. No Brasil ela nem deve ter sido considerada devido ao projeto do EcoSport, que criou o segmento dos SUVs compactos.
Mas se tivesse chegado ao nosso mercado, teria um publico cativo entre os entusiastas. Mesmo que bem menor que o do suvinho produzido na Bahia.
O Honda Fit é um hatch compacto com espaço interno impressionante, graças ao uso inteligente da cabine feito pela engenharia. Mesmo na primeira geração, a menor delas, havia bom espaço para quatro adultos e um porta-malas superior ao de muitos dos SUVs atuais.
No Japão ele tinha uma versão perua, que na primeira geração era chamada de Airwave e nas duas seguintes era Fit Shuttle. Por conta do tamanho maior, o motor era sempre o 1.5 com VTEC, com a opção de tração integral ou de sistema híbrido.
O Honda Fit Shuttle da foto que usamos para ilustrar a matéria tem porta-malas com 496 litros mais um compartimento de 94 litros sob o assoalho. Se rebater o banco traseiro é formada uma plataforma plana de carga, se rebater também o banco do passageiro dianteiro é possível levar objetos de até 2,7 metros de comprimento.
As marcas premium alemãs sempre ofereceram as suas peruas no Brasil, mas o sucesso dos SUVs fizeram elas cortarem essa oferta. Fora a esportiva Audi RS6 Avant, a última station “comportada” alemã disponível aqui foi a Audi A4 Avant 2019.
A BMW parou de vender peruas no Brasil em 2009, quando encerrou as importações da 325i Touring. Enquanto isso, na Europa, a perua do Série 3 nunca deixou de ser vendida.
A geração atual tem uma perua apenas na Europa, com as mesmas opções de motorização que o sedã. Para nós uma 320i Touring já agradaria, mas a M340i com 387 cv chamou mais a atenção.
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Obrigado pela matéria, Eduardo!
É muito gratificante conhecer essas versões SW, mesmo que a maioria delas já tenha ficado no passado.
No caso da sobrevivente Toyota Fielder, considerando-se a faixa média de idade do publico do Corolla, acredito que ela faria muito sucesso aqui no Brasil. Porém entendo que a Toyota não vá querer arriscar um “fogo amigo” contra o seu muito bem sucedido Corolla Cross (que diga-se de passagem, é um dos pouquíssimos “suvs” com jeitão-de-SUV mesmo).
De qualquer jeito é muito bom saber que a Fielder continua existindo, mesmo que só lá fora!
