Por Bernardo Castro
Publicado em 03/06/2023 às 11h02

Atualmente, no Brasil, a idade mínima para aposentadoria em empregos convencionais CLT é de 62 anos para mulheres e 65 anos para homens. Nos esportes de alto nível, no entanto, os atletas acabam precisando se retirar das atividades – geralmente – antes dos 40 anos, e isso também acontece na Fórmula 1 apesar dos pilotos “apenas sentarem nos carros e dirigirem em círculos”.

Compartilhe no WhatsApp

Compartilhe no Telegram

Mas porque eles precisam se ausentar das pistas de maneira tão precoce? Bom, existe uma série de razões para isso. Assim como em todo esporte de alto nível, seja futebol, luta, ou atletismo, o automobilismo também exige muito do corpo, e a atividade pode ser muito desgastante.

VEJA TAMBÉM:

Embora tenha muito ‘tiozão’ que diga que automobilismo não é esporte, simplesmente porque precisa apenas dirigir um carro, guiar um Fórmula 1, por exemplo, exige muito mais do que “braço” ou boas habilidades de direção. Foco, reflexos, e preparo são alguns dos elementos essenciais, e esses atributos acabam se esvaindo à medida que a idade avança.

Nos primórdios da categoria, era comum encontrar pilotos com mais de 50 anos ainda em atividade, uma vez que os carros eram consideravelmente mais simples e não exigiam tanto das condições físicas de quem o conduzia. Hoje, no entanto, isso é algo impensável.

Geralmente, a trajetória de um piloto de Fórmula 1 começa com pouco mais de 20 anos de idade, e, quando ele está próximo dos 35 anos, mais ou menos, ele já está na fase final da carreira. Alguns ainda se aventuram além dos 40 anos, como é o caso de Fernando Alonso. E o espanhol, que já completou “41 primaveras”, tem mostrado ótimos resultados na pista e conquista pódios de forma corriqueira com a Aston Martin em 2023. No entanto, estamos falando de um bicampeão mundial, que está na prateleira das lendas do esporte. Ele é uma exceção.

Como o físico do piloto é exigido na Fórmula 1

Os pilotos são submetidos a diferentes fatores físicos que são exigidos durante uma corrida de quase duas horas. Alcançando velocidades que ultrapassam os 300 km/h, o corpo dos competidores está a todo momento sobre tensão, com batimentos cardíacos acelerados e adrenalina elevadíssima. Com isso, o nível de atenção pode acabar caindo – o que seria um problema – e o piloto precisa saber conduzir isso da forma adequada para acertar a volta perfeita.

Além disso, em algumas etapas, a temperatura do cockpit pode ficar muito quente, chegando aos 50ºC. O GP de Singapura, por exemplo, é considerado o mais desgastante do calendário atual por causa da condição climática que envolve calor e umidade extremamente elevadas. Em 2013, Romain Grosjean chegou a perder 4 kg durante a prova, o que é preocupante, visto que a performance cognitiva começa ficar pior quando a pessoa perde de 1% a 2% do seu peso de forma tão brusca.

Além disso, existe a força G, que pode fazer com que em algumas cursas seja imprimido uma força de mais de 30 kg sobre o pescoço do atleta.

Preparação de um piloto de F1

Para se preparar para um GP, os competidores passam, basicamente, por três tipos de treinos: aeróbicos, neuromusculares e de reflexos.

O primeiro estimula a distribuição de sangue no coração para o corpo, para que a fadiga e o cansaço seja maior. Para melhorar nesse quesito, alguns praticam ciclismo, atletismo (corrida), natação, e por ai vai…

A atividade neuromuscular são atividades realizadas no mesmo padrão de movimento que são realizados nas corridas. Com isso, o atleta acostuma os músculos ao movimento. Essa prática é focada, principalmente, no antebraço, mãos e pescoço (que é a parte que mais sofre com a força G).

E, por último, estão os exercícios para aprimorar os reflexos, ou os tempos de reação. Existem exercícios específicos, que os pilotos têm de reagir ao acender as luzes, além de atividades com bolinhas de tênis, como malabarismo.

Abaixo você pode conferir alguma dessas práticas: