Portas suicidas voltam à tona em novo Lincoln Continental
Sedã com portas que se abrem em sentidos opostos, será uma das atrações do Salão do Automóvel de Detroit; produção vai ser limitada em 80 unidades
Sedã com portas que se abrem em sentidos opostos, será uma das atrações do Salão do Automóvel de Detroit; produção vai ser limitada em 80 unidades
A Lincoln já anunciou qual será sua maior atração para o Salão do Automóvel de Detroit, que abre as portas nesta segunda-feira (14). A marca vai mostrar uma versão inédita do sedã Continental. Batizado de Coach Door Edition, o modelo tem como destaque as portas suicidas: nesse tipo de configuração, as traseiras abrem-se em sentido oposto ao das dianteiras. A produção é limitada a 80 unidades, uma vez que o lançamento é uma homenagem às oito décadas decorridas desde o lançamento da primeira geração do modelo.
Esse tipo de solução já foi muito comum no período do pré-guerra, mas depois disso foi caindo gradativamente em desuso. Ainda assim, alguns veículos continuaram fiéis às portas suicidas. Um dos mais icônicos foi produzido pela própria Lincoln: o Continental Four Door Convertible. A bordo de um exemplar desse modelo, adaptado para servir como limusine presidencial, John Kennedy foi baleado e morto em Dallas, nos Estados Unidos, em 1963.
As portas suicidas ganharam esse nome justamente por causa do sentido de abertura. Quando uma delas estiva mal-fechada, o deslocamento de ar criado pelo movimento do veículo fazia-a abrir completamente. Essa ação lembrava a de suicidário atirando-se repentinamente na via. Ao batizar sua nova criação de Coach Door Edition, a Lincoln parece querer evitar alusões às pessoas que atentam contra a própria vida.
As portas suicidas não são instaladas na fábrica da Lincoln. Em vez disso, a empresa preferiu terceirizar essa parte da produção. Os veículos saem da linha de montagem na versão Black Label, com portas convencionais, e são enviados à empresa Cabot Coach Builders, em Massachusetts, nos Estados Unidos. Porém, a marca garante que não há queda no padrão de qualidade, uma vez que o ferramental utilizado na transformação foi desenvolvido por sua própria equipe de engenheiros.
Além de receber as portas suicidas, o Continental Coach Door Edition ainda sofreu um aumento na distância entre-eixos. Isso permitiu aumentar ainda mais o espaço para as pernas no banco traseiro. A mecânica, porém, é a mesma das versões convencionais, capitaneada por um motor 3.0 biturbo, capaz de gerar cerca de 400 cv de potência e 55 kgfm de torque.
A Lincoln afirma ainda que o Continental Coach Door Edition é tão seguro quanto as demais configurações. Isso porque nem a introdução das portas suicidas nem o alongamento do entre-eixos comprometem o desempenho estrutural do modelo. Note que a coluna B (em posição central na carroceria) foi mantida, para assegurar a rigidez.
O preço do Lincoln Continental Coach Door Edition só será anunciado durante o Salão de Detroit. Porém, a expectativa é de que ele seja fixado em torno de US$ 100 mil. Em uma conversão direta, esse valor corresponde a aproximadamente R$ 370 mil.
Confira a galeria de fotos:
Apesar de raras, as portas suicidas podem ser vistas em alguns automóveis nacionais. O mais célebres são o sedã Belcar e a perua Vemaguet, da DKW. Ambos tiveram portas dianteiras com sentido de abertura invertido de 1958 até 1964. A partir de então, o fabricante passou a adotar componentes com arquitetura convencional. Atualmente, a Fiat lança mão desse recurso na picape Strada com cabine dupla. Nesse caso, há somente uma porta traseira, no lado direito. Ela pode ser movimentada apenas depois que a dianteira é aberta.
Fotos Lincoln | Divulgação
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No meu ponto de vista as portas abrindo ao contrario evitaria tambem varios acidentes ja ocorridos com motociclistas e ciclistas quando a pessoa abre a porta,sem observar se vem um desses na lateral,alem de ser mais confortavel para embarque e desembarque.
Gol Rogério da Silva Santana
Sempre que eu preciso tirar minha mãe de 92 anos de dentro do carro, eu me pergunto porque as portas não são suicidas, que seria bem melhor.
Eu também, com a minha de 87. Seria tão mais fácil já que a maioria tem problemas ortopédicos. Lembrando que esse nome vem de um tempo sem a obrigatoriedade do uso do cinto de segurança. As de correr como nas vans tb seriam bem vindas. Andei muito nos dkw 2T e tb na romi.
Ô saudade do fumacinha.