Porsche fez e você não sabia: 10 projetos da engenharia alemã
Famosa por seus esportivos, a marca alemã também atua prestando consultoria e já trabalhou em projetos surpreendentes
Famosa por seus esportivos, a marca alemã também atua prestando consultoria e já trabalhou em projetos surpreendentes
Quando falamos em Porsche a primeira coisa que vem a mente são os esportivos, talvez os SUV de luxo. Mas e se alguém te disser que a Chevrolet Zafira também é um Porsche? Essa pessoa não estará precisando de intervenção psiquiátrica, a minivan da General Motors é apenas um dos projetos paralelos da empresa alemã.
Além de ser um fabricante automotivo, a Porsche é uma empresa de engenharia que presta serviço a quem procurar. Por isso, o currículo da marca vai além dos carros que leva o seu emblema no capô: de aviões a maquinário pesado. Confira alguns desses trabalhos de engenharia.
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Como falamos na introdução, a nossa boa e velha Zafira foi uma criação da Porsche. O projeto começou em 1994 a pedidos da Opel, divisão alemã da GM. A firma de engenharia conseguiu fazer uma minivan de sete lugares para uma categoria onde só existiam modelos com cinco assentos.
Além disso a Porsche conseguiu fazer uma fora de embutir a terceira fileira de assentos no assoalho, facilitando a vida na hora de levar carga. O lançamento na Europa foi em 1999, dois anos depois a Zafira chegou ao Brasil com emblemas da Chevrolet. Sua sucessora foi a Spin, que passa longe da Zafira em dirigibilidade e não embute os bancos no assoalho.
A Harley-Davidson é uma marca que vive da tradição: seus clientes fieis querem motos cruiser com um grande motor V2 com o som característico e muito torque. Porém a tradição ajuda apenas a manter os clientes fiéis, que estavam — e ainda estão — envelhecendo.
Para buscar um público novo e mais jovem, a Harley precisava de uma revolução. Assim nasceu a V-Rod, uma custom com estilo moderno e inovador. O seu motor foi desenvolvido pela Porsche, tendo como base um V2 feito pela Harley nos anos 90 para uma moto de corrida.
O motor foi batizado como Revolution e trazia duplo comando de válvulas no cabeçote, refrigeração líquida, quatro válvulas por cilindro e potência de 117 cv. A moto, assim como o motor, foram muito elogiados pela imprensa especializada, mas teve resistência do público tradicionalista.
Nos anos 90 a China queria entrar no mercado automotivo mundial. Até então o país fazia poucos carros, sempre com projetos vindos de outro país como o Volkswagen Santana. Para dar a partida na indústria o governo criou o plano de criar um carro para atender às famílias chinesas e convidou fabricantes de todo o mundo para apresentar suas ideias.
A Porsche entrou nessa competição como o C88. O carro é um sedã compacto com soluções inteligentes para reduzir o custo e agradar aos chineses. O projeto foi feito em tempo recorde: 3 meses e meio. Wendelin Wiedeking, o CEO da Porsche, aprendeu mandarim para apresentar o veículo ao governo chinês.
Segundo o CEO, o governo chinês viu o carro, pegou as ideias, agradeceu e foi embora. O C88 nunca foi produzido, mas era possível ver influências dele nos carros chineses.
A Airbus foi fruto de várias parcerias na Europa, com a intenção de competir com a Boeing no mercado de aeronaves grandes. O A310 era menor que o A300 original e foi o segundo modelo do consórcio. Uma inovação sua foi o cockpit, que usava seis telas CRT para mostrar informações a tripulação.
Esse cockpit foi projetado pela Porsche, que teve como foco a melhoria na qualidade de vida dos pilotos. Esse estilo de cockpit foi adotado pelos outros modelos da Airbus e virou uma referência na indústria aeronáutica.
O Seat Ibiza é o carro mais vendida na história da marca espanhola. Ele é conhecido por ser derivado do Volkswagen Polo, mas a sua primeira geração foi um projeto da própria Seat. Com exceção de duas partes: o motor e o câmbio.
O motor era simples, um quatro cilindros em linha com comando simples no cabeçote, duas válvulas por cilindro e versões com carburador ou injeção eletrônica. Existiam versões 1.2, 1.5, 1.5 turbo e 1.7, com potência de 63 cv no menor a 109 cv no turbinado.
Apesar do motor ter sido projetado pela Porsche, a Seat tinha que pagar 7 marcos alemães por cada unidade fabricada para poder usar o nome “Porsche System” gravado no cabeçote. O primeiro Ibiza trazia outro nome forte no projeto: o design foi feito por Giorgetto Giugiaro.
A Mercedes-Benz foi pega de surpresa com o lançamento do Lexus LS400. A engenharia de alta precisão do sedã japonês fez que os alemães direcionassem todos os seus esforços na nova geração do Classe S. Mas eles não podiam ficar parados no mercado até que o modelo novo ficasse pronto.
A solução foi chamar a Porsche para ajudar. A ideia era colocar o novo motor V8 desenvolvido para a nova geração do Classe S no Classe E. O problema era que o sedã menor havia sido projetado para motores em linha e tinha as longarinas mais próximas entre si.
A Porsche fez as modificações necessárias para receber o V8 e alargou os para-lamas para caber a nova suspensão e os pneus mais largos. Mas isso causou outro problema: o carro não cabia na linha de montagem da Mercedes.
O processo de fabricação começava com a Mercedes mandando um monobloco para a Porsche fazer as alterações para receber o V8, era enviado de caminhão de volta para a Mercedes para ser pintado, depois ia para outra fábrica da Porsche com uma caixa de peças para terminar de ser montado e por fim voltava para ser inspecionado na Mercedes. Um processo que levava 18 dias.
O resultado final era um carro caro para o seu porte, porém com desempenho forte nas Autobahn. A Mercedes finalmente conseguiu desbancar o BMW M5 do trono de sedã mais rápido do mundo e fazia isso com mais conforto.
Ao mesmo tempo que ajudava a Mercedes-Benz com o sedã mais rápido do mundo, a Porsche ajudava a Audi a fazer a perua mais rápida do mundo. A RS2 Avant foi um projeto em conjunto entre as duas marcas feito sobre a pacata perua do Audi 80.
A Porsche ficou por conta de produzir o carro (sem ter que ficar mandando de volta como era no 500E), projetar o sistema de freios e suspensão, fornecer as rodas e preparar o motor 2.2 turbo de cinco cilindros. As rodas eram as mesmas Cup usadas pelo 911 da época e o nome Porsche vinha gravado nas pinças de freio e no porta-malas.
O Brasil foi um dos maiores mercados para a RS2 Avant fora da Europa, foram 50 unidades importadas oficialmente pela Audi Senna, sem contar as unidades que vieram de forma independente. Uma quantidade considerável para um carro com apenas 2.891 unidades feitas no total.
Em 2010 a Scania firmou uma parceria com a Porsche para o desenvolvimento da cabine de sua nova geração de cabines. Os conhecimentos da Porsche em construção de baixo peso e segurança foram pontos chaves para o desenvolvimento da cabine.
Em 2016 foi lançada a nova geração de caminhões da Scania usando essa nova cabine. Uma novidade foi a Série S, com piso plano. A cabine já virou padrão na marca, com as séries L, P, G, R e S. E essa cabine é fabricada pela Scania no Brasil, podemos dizer que temos um Porsche nacional no mercado.
Você já reparou no design das empilhadeiras? Provavelmente não, pois são todas parecidas. Uma exceção são as da Linde, empresa alemã que pediu para que a Porsche desenhasse suas máquinas nos anos 80.
Elas usam a cor vermelha e um olhar atento revela que o design traz linhas curvas e detalhes diferenciados. A Linde já foi premiada com o Red Dot Award, um prêmio para design industrial.
Durante os anos 80 a Porsche contribuiu com os soviéticos da Lada para atualizar o 2103, o sedã que conhecemos como Laika. Os russos acabaram mudando de ideia e não colocaram as evoluções em prática, mas aproveitaram a ajuda dos alemães em seu primeiro carro de tração dianteira: o Samara.
A Porsche prestou consultoria para a Lada no desenvolvimento do Samara, o carro também foi testado nas instalações alemãs de Weissach. Já o cabeçote foi desenhado pela Porsche, mas não levava o nome da marca como foi feito pela Seat.
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• O MOTOR CICLO OTTO A ÁLCOOL •
Na condição de engenheiro, gostaria de apresentar um breve resumo sobre a verdadeira história do motor a álcool, da qual – aqui no Brasil – tive a honra de participar no Centro Técnico da Aeronáutica (CTA), em São José dos Campos-SP nos meses de julho de 1978 e julho / dezembro de 1979 como estagiário de Engenharia.
Graças ao Professor Coronel Urbano Ernesto Stumpf & equipe (modestamente eu incluso) foi desenvolvido (redesenvolvido, já que Otto criou seu motor para queimar álcool) o motor a álcool brasileiro e com ele o PROALCOOL, programa estudado, estabelecido e consolidado enquanto foi possível, até o final da presidência do Gal Figueiredo, e a seguir sucateado, ficando – assim – incompleto; estivesse completo, hoje (2022) teríamos no mínimo uma parcela expressiva de nossa frota de veículos comerciais movida a álcool; chegasse à conclusão, agora em 2022 petróleo no Brasil poderia ser só coisa do passado, com benefício inestimável à nossa MÃE TERRA.
Em termos absolutos (PPM – Partes Por Milhão) a emissão de CO2, num percurso de 100 km por um veículo Otto a álcool e outro idêntico a gasolina é algo como 75% inferior um do outro, vantagem evidente para o álcool, pois aquele que tem menos carbono na molécula (na sua composição química) obviamente irá emitir menos dióxido de carbono: notemos as fórmulas do álcool (C2H5OH) e da gasolina (C8H18…). Vejam: dois divididos por oito é igual a 0,25 – ou seja – 25% – E 100% – 25% = 75% !!! – – é só mera Aritmética !!! – – Por conta da produção massiva de cana-de-açúcar vale lembrar o seguinte: aproximadamente 50% de nosso terreno agricultável se acha improdutivo e fora das regiões florestais, ou seja, não à toa somos a reserva mundial de alimentos, apesar do desperdício das terras produtivas. Ou seja, mais uma vez, plantar cana-de-açúcar e fabricar álcool não se trata de problema e sim de solução.
Prova inconteste de quão expressiva é a contribuição do Professor Urbano & equipe é constatável no feito de duas empresas, a VOLKSWAGEN, que nunca deixou de oferecer veículos somente a álcool, e a EMBRAER com um avião – UM AVIÃO – movido a álcool, o IPANEMA, primeira aeronave no mundo equipada com motor LYCOMING a álcool, que assim saltou de 300 HP para 325 HP usando o excelente combustível vegetal pouco poluidor; vale lembrar, o álcool – além de emitir cerca de 75% menos de dióxido de carbono, também não libera hidretos e ácidos de enxofre, de nitrogênio comuns à queima dos derivados de petróleo, nem muito menos a fuligem do Diesel.
Pode parecer hipérbole de minha parte, porém ínsito na afirmação de que o PROALCOOL foi o projeto mais importante do mundo quanto a preservar e diminuir drasticamente a poluição do nosso planeta.
– – – DEPOIS VOLTAMOS – – –
???????
–
Prezado articulista Eduardo,
Pensei muuuiiito se deveria comentar … ao fim, julguei q sim, e cá estou !
Por favor, no texto da cabine do caminhão, “pontos-chave” ! “Pontos chaves” são dois substantivos soltos, q representam, cada um, um objeto, um ente em nosso mundo, d i f e r e n t e s do terceiro q você quer referenciar quando une os dois !
Assim, os pontos-chave do uso de substantivos compostos são o uso do hífen e o significado, diverso daquele de qualquer dos vocábulos unidos.
Portanto, nunca compre um carro com teto-solar (já li !) porque é um que não existe !
Abraço.