Qualidade do ar e fumaça de queimadas podem danificar seu carro
O aumento da poluição atmosférica exige mais atenção dos motoristas, que devem adotar cuidados com a pintura e a qualidade do ar no interior dos veículos
O aumento da poluição atmosférica exige mais atenção dos motoristas, que devem adotar cuidados com a pintura e a qualidade do ar no interior dos veículos
Com o aumento das queimadas no Brasil, a baixa qualidade do ar e a poluição atmosférica, muitos motoristas se perguntam se a fumaça e a fuligem podem prejudicar os veículos. A maioria dos componentes dos carros é preparado para enfrentar as mais adversas condições climáticas, mas existem, sim, riscos em algumas partes.
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A pintura do carro é um dos componentes que podem ser mais afetados pelas condições climáticas adversas. De acordo com Ricardo Vettorazzi, gerente de Repintura Automotiva da PPG, quando há acúmulo de partículas de fuligem no ar elas podem aderir na superfície do carro, e sendo difícil a remoção, podendo causar um desgaste na pintura ou manchas, além de corroer a tinta, se não forem limpas regularmente. Com o tempo, isso pode levar a uma degradação acelerada da camada protetora do verniz.
A fumaça das queimadas pode conter substâncias ácidas, o que possibilita a formação de chuva ácida. Em contato com a pintura, essa chuva pode aumentar o risco de corrosão e degradação da superfície metálica do carro. Além dos danos a pintura, a entrada de partículas no sistema de ventilação do veículo pode afetar o desempenho e a qualidade do ar. Afirma Vettorazzi.
Ainda segundo Vettorazzi, os donos de veículos que prezam pela aparência da lataria do carro devem estar atentos e não se descuidar. Afinal, a pintura é um dos itens que mais sofrem com os efeitos da qualidade do ar e, por isso, necessita de medidas preventivas para garantir seu aspecto original.
Visando proteger a pintura do carro para que esse tipo de dano não ocorra ou minimizar os efeitos, é recomendável a lavagem regular do veículo, utilizar produtos específicos para remoção das partículas de fuligem e, se possível, utilizar a capa protetora diariamente, estacionar em locais cobertos e manter recorrente a aplicação de cera protetora para minimizar os danos.
A recomendação do especialista da PPG é de quando ocorrer o dano devido ao excesso de poluição, e a baixa qualidade do ar é a lavagem com água e sabão de pH neutro para remover as partículas superficiais. Após a limpeza, é importante secar o veículo com panos adequados para evitar o acúmulo de novas sujeiras e manchas na pintura.
Visando proteger a pintura do carro, muitas pessoas acreditam que fazer polimento periodicamente pode ajudar na preservação da lataria. Todavia, Vettorazzi afirma que para que a vida útil da pintura seja prolongada, uma boa dica é não exagerar nesse tipo de procedimento estético.
Se utilizado com frequência, o polimento pode ocasionar a diminuição da camada de verniz ou esmalte. E esse cuidado vale para veículos de todas as cores, inclusive brancos, prevenindo danos a longo prazo e a manter aparência do veículo em bom estado.
Algo que gera muitas dúvidas é se a baixa qualidade do ar resultada pelas queimadas pode causar algum dano aos componentes internos do veículo, como o motor.
De acordo com Gilberto Pose, engenheiro da Shell Brasil desde 1993, nenhum dano é esperado aos carros, pois o filtro de ar do motor retém as partículas sólidas evitando que danifiquem o desempenho. Se houver partículas finas e médias em suspensão, elas serão retidas pelo filtro. Já se houver partículas que não conseguimos enxergar, serão queimadas dentro do motor.
Questionado de o uso nessas condições pode ser considerado uso severo, Pose foi enfático em dizer que não.
Dirigir nessas condições não pode ser considerado uso severo porque não esforça o motor como acontece em áreas de poeira. Em uma estrada de poeira em suspensão, é considerado uso severo, pois partículas finas dessa poeira podem entrar no motor e servirem como um abrasivo, como se fosse um produto de limpeza em pó, e danificar o motor.
O engenheiro da Shell ainda passou alguns cuidados especiais, mas que não envolvem diretamente danos aos veículos, seriam voltados para a condução do carro nas estradas onde há queimadas acontecendo.
Existem maneiras de dirigir preventivamente, como evitar entrar nas áreas onde há presença de fumaça, sinalizar bem a sua parada, caso seja necessário, além de buscar informações, com antecedência, sobre queimadas na região e procurar um caminho alternativo.
Além disso, é possível contribuir para a prevenção, por exemplo, evitando jogar bitucas de cigarro pela janela do carro, e avisar rapidamente as autoridades caso aviste algum incêndio por meio de telefones válidos em todo o Brasil, para que o fogo possa ser combatido enquanto ainda é pequeno.
O técnico em refrigeração automotiva, Décio Januzzi, faz algumas recomendações de cuidados com o ar condicionado para a situação atual de fumaça e tempo seco.
É recomendado trocar o filtro do ar em intervalos menores. Além disso, é aconselhável realizar a oxi-sanitização do habitáculo do veículo. Mesmo com o sistema de recirculação do ar fechado, o interior do carro não é hermético, permitindo a entrada de poeira tóxica que pode comprometer a qualidade do ar interno.
Essa manutenção preventiva ajuda a garantir um ambiente mais saudável para os ocupantes do veículo, especialmente em regiões com altos níveis de poluição e fumaça. A oxi-sanitização elimina possíveis micro-organismos e partículas perigosas, proporcionando mais segurança e conforto durante a
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