Esses regimes de produção com baixo — ou nenhum — índice de nacionalização voltou a ser assunto após a BYD mostrar seus planos para o Brasil
Os métodos de produção CKD e SKD voltaram a ser assunto com o anúncio da fábrica da BYD. Essas siglas representam métodos de produção mais simples, usando componentes importados.
O Brasil incentiva a produção nacional dos carros, com componentes feitos localmente. Algumas marcas fazem modelos de baixo volume em CKD e SKD, que já paga menos tributos que a importação.
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Mas o que significa essas siglas de fato? É o que vamos explicar aqui.
O método SKD (semi knocked-down) significa que o carro chega na linha de montagem semi desmontado. Ou seja, ele é importado em kits praticamente prontos, esse “Lego” é apenas montado na fábrica em um processo simples.
A carroceria já chega pintada, alguns acabamentos estão montados, a mecânica chega toda pronta também e os pneus estão montados nas rodas. A Audi produz o Q3 com esse método na fábrica de São José dos Pinhais (PR), apenas o líquido de arrefecimento é colocado localmente.
A BYD diz que sua fábrica em Camaçari (BA) irá operar nesse regime até meados de 2026. Atualmente a alíquota de impostos para carros feitos dessa forma é de 18%, menor que a taxação de 35% para os importados.
Já o CKD, que significa complete knock-down, traz o carro em kits ainda mais desmontados. Dessa forma é possível usar alguns fornecedores locais e, em alguns carros, a carroceria é pintada na linha de montagem.
Essa complexidade maior da produção em CKD exige mais funcionários para a produção. Em muitos casos esse processo é adotado quando há uma certeza de nacionalização, fazendo um aumento gradativo do uso de fornecedores locais.
Com a profusão de marcas chinesas novas que querem entrar no mercado brasileiro, o assunto da produção em kits semi prontos ficou popular. O principal motivador para isso é o aumento nos impostos de importação para veículos elétricos e híbridos.
Para quem pretende vender em grande volume, a produção nacional em CKD ou SKD permite manter os preços agressivos que são praticados hoje sem grandes investimentos. Fora a já citada BYD, a GWM também está com uma fábrica prestes a ser aberta — mas ainda não confirmou qual método de produção irá adotar.
A Geely estreou no Brasil com o apoio da Renault, podendo usar a fábrica da marca francesa para montar seus carros em CKD. Outras estreantes, como a GAC, a Omoda & Jaecoo e a Zeekr, já disseram que pretendem produzir localmente.
A empresa Comexport, que trabalha com logística de importação para vários fabricantes grandes, pretende usar a antiga fábrica da Troller no Ceará como uma unidade multimarcas. Ela irá montar carros em CKD ou SKD, de forma similar a feita pela Nordex no Uruguai.
Até mesmo algumas marcas tradicionais estudam montar em CKD seus elétricos importados. O portal Autos Segredos apurou que os modelos da Leapmotor serão feitos pela Stellantis na planta de Goiana (PE).
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