Captur 2022 estreia ‘motor Mercedes’ na linha Renault
SUV ganha nova motorização 1.3 turbo e reestilização visual para se adequar ao gosto do cliente do segmento mais desejado do nosso país
SUV ganha nova motorização 1.3 turbo e reestilização visual para se adequar ao gosto do cliente do segmento mais desejado do nosso país
A Renault escolheu o Captur 2022 para estrear sua nova motorização no Brasil – que, em um futuro não tão distante, também deve fazer parte de outros produtos da gama de veículos da empresa.
Falamos do 1.3 turbo que também já é utilizado em alguns carros da Mercedes-Benz, parceira da marca francesa no desenvolvimento do motor. Flex, ele é identificado pela sigla “TCe” (de “Turbo Control Effiency”) e rende até 170 cv e 27,5 kgfm de torque com etanol – são 162 cv com gasolina, único número que se altera -, o que faz do Captur o novo SUV compacto mais forte/torcudo de todo o mercado nacional.
VEJA TAMBÉM:
A marca, durante sua apresentação de produto, afirmou que a renovação do SUV tem como principal objetivo “captar” – com o perdão do trocadilho – a essência do consumidor brasileiro dessa categoria, que busca cada vez mais carros conectados, bonitos, seguros, eficientes e econômicos. Foi por isso que adotou a série de novidades que vamos detalhar abaixo.
Combinado ao novo propulsor está a caixa de câmbio CVT X-tronic, também usada pela Nissan, uma das marcas da Aliança composta por Renault-Nissan-Mitsubishi – recalibrada para receber o novo motor, ela agora simula oito marchas (antes a emulação era de seis).
E as novidades não param por aí: reformulado visualmente, ele expande o leque de versões, que recebem os mesmos sobrenomes de Kwid, Sandero, Logan e Duster: Zen, Intense e Iconic. Anote os preços:
A Renault, apesar do lançamento de todas as versões com motor turbo, não tira de linha neste primeiro momento o Captur movido pelo 1.6 aspirado, reconhecido pela sigla SCe, que rende 120 cv e 16,2 kgfm de torque (118 cv com gasolina).
Segundo executivos da empresa, o modelo segue em produção com o motor de aspiração natural, mas voltado a clientes especiais, como vendas jurídicas ou mesmo para clientes PCD – que está com novo teto dependendo da sanção do presidente Bolsonaro.
Visualmente, a frente do carro é a parte que mais recebe mudanças. Um novo para-choques, grade remodelada e faróis com tecnologia full-LED são as principais novidades, claramente inspiradas no Kaptur vendido no mercado leste-europeu, que também é feito sobre a base do Duster – e não no Captur comercializado na França, construído sobre a plataforma da quarta geração do Clio.
Na traseira, há apenas alterações leves no formato dos para-choques. E por dentro, todo o revestimento e formato do console são novos e há estilo em dois tons na cabine, embora a estrutura do painel seja a mesma.
Em suma, o carro era bonito e ficou ainda mais sofisticado e elegante, embora esteja claro que a alteração seja maior mecânica do que estética. Mas ele vem mais equipado, e isso é importante destacar. Vamos, abaixo, destrinchar versão por versão:
Vem de série com quatro airbags (dois dianteiros e dois laterais); sensor de estacionamento traseiro com câmera de ré; controles eletrônicos de tração e estabilidade; dois ganchos Isofix no banco traseiro; assistente de partida em rampa; DRL em LED; sensor de pressão dos pneus; chave estilo cartão; sistema start-stop para economizar combustível; controlador automático de velocidade; volante multifuncional com coluna ajustável em altura e profundidade; rodas de 17 polegadas e sistema multimídia Easylink com tela de oito polegadas que oferece espelhamento de smartphones via Android Auto e Carplay por cabo, uma entrada USB e seis alto-falantes, além, claro, de direção com assistência elétrica, ar-condicionado, vidros e travas elétricos e alarme, entre outros equipamentos de modelos dessa categoria.
Vem com os mesmos equipamentos da versão Zen e adiciona ao pacote ar-condicionado com função automática; luzes de neblina em LED com auxílio em curvas; sensor de chuva e crepuscular (limpadores do pára-brisas e faróis automáticos); duas saídas USB para o banco traseiro e faróis com função “Follow me home”, que permanecem acesos mesmo após o carro ser trancado para ajudar em momentos sem luz.
Junte tudo que já foi falado e adicione faróis full-LED; sensor de ponto cego nos retrovisores; sistema de câmeras nos quatro lados do SUV chamado de Multiview (assim como no Duster) e partida remota do motor – estes três últimos equipamentos totalmente novos na lista de itens oferecida para o modelo.
São oito combinações de cores, incluindo seis combinações em dois tons — o teto pode ser preto ou prata. A carroceria também ganhou duas novas cores: bege Dune e azul Iron, que se somam às cores branco Glacier, vermelho Fogo, prata Etoile e cinza Cassiopée.
Equipe do AutoPapo teve a oportunidade de rodar cerca de 120 km com o novo Captur entre São Paulo e cidades do interior de SP para conhecer a novidade. Importante registrar a evolução interna do modelo, percebida principalmente na configuração Iconic, que tem acabamento biton e sistema de som de muito boa qualidade. O painel tem praticamente o mesmo formato do modelo anterior, mas o apoio de braço agora é integrado ao console e há um novo porta-copos.
O motor é, de fato, excelente. Responde muito bem, é esperto e recebeu tratamento merecido da caixa de câmbio do tipo CVT, que é rápida e responde exatamente de acordo com a necessidade do motorista. O novo Captur anda muito!
Segundo a Renault, o carro precisa de 9,2 segundos para chegar a 100 km/h partindo do zero com etanol no tanque (são 9,5 s com gasolina) e pode chegar a 190 km/h de velocidade máxima. Para se ter noção, ele é apenas 0,5 segundo mais lento que um Volkswagen T-Cross na arrancada, fato que só acontece porque o carro da Renault pesa alguns quilos a mais – são 1.366 kg do Captur contra 1.292 kg do VW, que tem 25,5 kgfm de torque.
E mesmo com desempenho muito mais esportivo do que o Captur anterior conseguia entregar, ele não faz feio quando falamos em consumo de combustível graças às tecnologias da Fórmula 1 empregadas no novo motor, que tem injeção direta, válvula wastegate eletrônica e duplo comando de válvulas variável com atuadores elétricos. De acordo com a Renault, a utilização destes componentes de última geração garantiram nota A no selo do programa brasileiro de etiquetagem do Inmetro.
Em nossas medições, ficamos com o número na casa dos 7 km/l. O combustível do teste era etanol e rodei o percurso inteiro (misto, com grandes trechos de cidade e estrada) com o ar-condicionado ligado. Na volta para São Paulo, com marcador ajustado para medir o consumo apenas na estrada, alcancei a casa dos 8,5 km/l com etanol.
Boris comenta quando uma marca usa componentes de outra:
Os bancos seguram muito bem em curvas mais acentuadas, mesmo que a posição do motorista seja um pouco mais alta do que o habitual (e mesmo que o assento esteja na posição mais próxima do assoalho) e não cansam em viagens mais longas, o que é ótimo para um carro com proposta familiar.
Em termos de espaço interno, o SUV segue com bom espaço para quatro adultos e até cinco passageiros se os ocupantes do espaço traseiro forem crianças. O SUV manteve os 4,38 m de comprimento e 2,67 m de entre-eixos – destacados pela Renault como “as maiores dimensões entre SUVs compactos com motores turbo do mercado”.
E realmente é bom o espaço traseiro mesmo com o banco dianteiro ajustado para uma pessoa com 1,80 m – só fica mais apertado para quem vai no meio se os três passageiros de trás forem grandes. O porta-malas tem capacidade para 437 litros, outro número excelente entre SUVs dessa categoria.
É nítido que o carro está mais equipado e que o sistema multimídia Easylink melhorou. Mas a entrada USB para conexão de dados com o sistema ainda é na tela (e não na parte de baixo do console), o que faz com que o cabo do seu celular precise ficar pendurado no painel, como já acontecia com o Captur anterior – faz falta, por exemplo, a conectividade via CarPlay ou Android Auto por Bluetooth.
E também senti falta de recursos de auxílio à condução e de maior conectividade com a internet, possibilidades que já conseguimos encontrar até mesmo em carros de categorias inferiores, como no Chevrolet Onix, Volkswagen Nivus e Peugeot 208.
Já o sensor de ponto cego ajuda, sem dúvida, mas o sistema de câmeras Multiview é discreto – para ser sincero, só lembrei que ele estava ali à minha disposição durante uma manobra mais apertada.
Faltam, também, alguns equipamentos de segurança que já deveriam ser obrigatórios em carros dessa categoria e desse valor, como o sistema de frenagem autônoma de emergência com detecção de pedestres, o de frenagem automática pós-colisão e, por que não, um assistente de permanência na faixa de rolagem.
Mas ainda vamos ter que esperar um tempo para ver esses conteúdos em carros da Renault, pelo visto, já que mesmo em um belo Captur 2022 cheio de recursos eletrônicos ainda temos que ver freios a tambor nas rodas traseiras… Em resumo, captar a essência do comprador não parece tarefa difícil, mas sim uma missão cada vez mais custosa.
Fotos: Renault | Divulgação
👍 Curtiu? Apoie nosso trabalho seguindo nossas redes sociais e tenha acesso a conteúdos exclusivos. Não esqueça de comentar e compartilhar.
TikTok | YouTube | X |
Ah, e se você é fã dos áudios do Boris, acompanhe o AutoPapo no YouTube Podcasts:
Podcast - Ouviu na Rádio | AutoPapo Podcast |
inacreditável, em agosto de 2019 comprei o Captur Iconic completíssimo. R$ 86.700,00 sendo 50% entrada e 36 x sem juros algum. Agora pagar mais de 150 mil reais por um 2022 só pq o motor é turbo. Dá licença não dá para engolir
Incrível como a Renault investe tanto em tecnologia e mantém os antigos freios a tambor nas rodas traseiras. Tenho uma Captur 2018 e a média é a mesma deste motor 1.3 turbo, consigo fazer 7.5 com etanol na cidade e 9 na estrada, já com gasolina faço 8.5 a 9 na cidade e 12 na estrada. Em miúdos, pensei que seria um carro mais econômico porém acho que permanece o mesmo consumo.
Já me pronunciei antes, mas creio que estamos recebendo mais um carro aperfeiçoado em equipamentos mas sem evolução adequada em eficiência energética. Uma lástima, não creio que dure dois anos no mercado. eu não recomendo a ninguém, acho que T Cross, Tracker, Nivus ( feio que dói ) Fiat 363, 2008 THP são mais eficientes, ficando Creta 2022 ( horroroso )na berlinda. Já recebi a proposta da concessionária local da Renualt e já respondi que não interessa mais. Queria um SUV realmente mais eficiente para os dias atuais. Até parece que o que está saindo de linha de algumas montadoras está sendo jogado para cá com algumas “garibadas” de melhoria, numa reciclagem geral em mútuo acordo de reaproveitamento de velharias.
Tenho um captur iconic novo. Comprei o primeiro dia do lançamento. Moro em Cabo Frio. O carro faz 8 km por litro na cidade com gasolina e 13 na estrada . Talvez em cidade maior com percursos maiores consuma menos.
O que me impressionou foi o teste do Duster 1.3 Turbo com médias de consumo muito melhores ( ou melhor, muitíssimo)…Significa uma Captur mal regulada com um motor bom da Mercedes? Outra mancada da Renault? Com o preço da gasolina e etanol nas alturas a marca deu outro fora?
Tenho uma Captur 2018 CVT 1.6 completíssima. Na cidade uma média de 7,5 no álcool, na estrada 12 km/litro na média de 90/100 km/h. Com gasolina na cidade média de 8,5, na estrada 14 km/litro na média 90 km/h. Se andar a 80 faz 15,4 km litro. Acelera muito bem em retomadas, tem que saber dirigir pois o carro requer aceleração forte nas retomadas o que a maioria não faz. Está com o motor novo do Recall da Renaul para carros que baixavam um pouco o óleo, com uns 20 a 25.000 km . Acho tão boa na aceleração, dirigibilidade e equipamentos que achei a nova 1.3 uma decepção no consumo. Se trocar, provavelmente não será por uma mais gastona só porter turbo e ganhar 1 segundo em aceleradas.
Tenho uma OROCH 2.0, 2019, 143 cv com etanol. O consumo com etanol, na cidade, sempre com o ar ligado, é de 7,5 km/litro. Assim, não vi vantagem no consumo da nova Captur. Está com muita força, 170 cavalos é muito bom.
Mas, vou esperar a Duster com o mesmo motor. Tem mais espaço interior. Já tive uma 1.6 e achei pouco motor para o grande carro. Com o 1.3 turbo vai ficar excelente. Parabéns à Renault.
Excelente upgrade. Mas a preço salgado. Quem sabe pego um seminovo daqui 4 anos.
Pois é, o articulista enfatizou: “freios a tambor” …
A questão é que mexer na mecânica é caro; então, toca encher de penduricalhos eletrônicos, de utilidade discutível, para ter o que dizer, ter com o q rechear o catálogo de propaganda.
A meu ver, o calcanhar de aquiles de todos os carros de um certo porte para baixo é a suspensão traseira, super-simplória e, conseqüentemente, incompetente para lidar com todas as diferentes condições de utilização (carregado/vazio, cidade/estrada, devagar/veloz, …) transmitindo um bom conforto para os ocupantes; começa-se a sair do mínimo em Corolla, Civic, Renegade, … Então, para vender em terra de índio, tome espelhos e apitos !!!
Melhorou um pouco a frente, está aceitável, não bonito, era tosco de feio… traseira pelo visto não recebeu alterações, ou seja, horrível… mas recebeu um bom motor e melhorou acabamento… isso conta bastante… pois quase todos os altinhos são feiinhos mesmo, WRV, T-cross,Creta e Renegade são péssimos no quesito design, mas tem suas qualidades mecânicas… em fim, não veiculos baratos de entrada e o visual é sim, bem relevante, pois quem paga mais de 100.000 num compacto altinho, deve se importar com estética também. Único altinho que eu compraria sem pensar seria o Nivus, mas a VW está salgando o bacalhau demais. Prefiro um bom usado hacht/sedan medio ou pickup pelo mesmo preço, muito mais negocio.
Quem paga 140 mil num SUV compacto, paga 160 mil num SUV médio: Compass.
Pois é, mas convehamos, com 160.000 dá para comprar muito coisa por aí de excelente qualidade em termos de usados, ou digamos.. pouco usados, ou mesmo comprar uma cabine dupla diesel zerinho…
Com esse primoroso conjunto mecânico, espaço interno, aliado ao ótimo acabamento e tecnologias oferecidas, deixa o VW T-Cross na berlinda.
O problema é a tradição da marca, ou melhor a falta dela,… concorrer com Renegade & Compass e agora Corola Cross… a vida é dura.