A combinação da restauração com modernização se tornou uma tendência que produz carros exclusivos com design marcante e apelo emocional
Quem acompanha o AutoPapo deve ter conferido a matéria assinada por Eduardo Passos sobre como os carros estão ficando iguais e com pouca identidade. E uma forma que o mercado encontrou para sair da mesmice é o restomod. A tendência não é nova, mas se intensificou nos últimos anos por conta do avanço de equipamentos, novas tecnologias, como impressão 3D e uso de software de precisão, dentre outras inovações que aceleram o mercado.
O termo restomod é uma combinação de “restoration” (restauração) e “modification” (modificação) e define um tipo de projeto automotivo que mantém o visual clássico de um veículo, mas incorpora componentes mecânicos, elétricos e eletrônicos contemporâneos. O objetivo é preservar a estética e o design originais, ao mesmo tempo em que se atualizam desempenho, conforto, segurança e eficiência.
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A tendência surgiu nos Estados Unidos, impulsionada pela cultura de preservação de carros clássicos e pelo acesso a tecnologias modernas. A prática ganhou força nas décadas de 1990 e 2000, quando colecionadores e oficinas especializadas começaram a instalar motores mais potentes, sistemas de freio com discos ventilados, suspensões independentes e centrais multimídia em modelos antigos. A popularização do restomod também foi favorecida pelo crescimento do mercado de peças de reposição customizadas e pela demanda por veículos que unissem estilo histórico com confiabilidade de uso diário.
Empresas de referência no segmento incluem a Singer Vehicle Design, conhecida por seus projetos baseados no Porsche 911 clássico; a Icon 4×4, que atua em modelos como Ford Bronco e Toyota Land Cruiser; a Eagle, especializada em versões modernizadas do Jaguar E-Type; e a Alfaholics, que aplica o conceito a modelos Alfa Romeo antigos. Outras oficinas, como a Ringbrothers e a Classic Recreations, se destacam por transformar muscle cars norte-americanos, como Ford Mustang e Chevrolet Camaro, em veículos de alta performance com aparência de época.
Entre modelos notáveis de restomod estão o Singer Porsche 911 DLS, o Eagle Speedster, o Icon FJ40, o Ford Mustang Eleanor recriado pela Classic Recreations e o Chevrolet Camaro Defiant da Ringbrothers. Esses projetos mantêm elementos visuais originais, mas podem receber motores V8 modernos, transmissões automáticas ou manuais de múltiplas marchas, sistemas de injeção eletrônica, direção elétrica e ar-condicionado digital.
O negócio é lucrativo, mas também demanda investimento pesado em maquinário e insumos. Para se ter uma ideia, o processo de desenvolvimento de um Singer 911 custa em média US$ 500 mil (R$ 2,7 milhões), além do carro. Por outro lado, a valorização é espantosa. Em maio, um 911 da Singer foi a leilão pela Bonhams com a expectativa de ser arrematado por até US$ 2,25 milhões (R$ 12,2 milhões).
O restomod também tem influenciado fabricantes com conceitos que buscam inspirações no passado para projetos modernos. A Renault por exemplo apresentou o novo R5 com uma proposta futurista do modelo lançado nos anos 1970.
A BMW também buscou essa inspiração quando revelou o BMW Vision Neue Klasse Concept, com inspiração na linha de sedãs de mesmo nome que chegou ao mercado nos anos 1960. O conceito servirá de bússola para futuros modelos eletrificados.
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