Road Train: conheça as gigantescas ‘carretas’ dos australianos
Com até 200 toneladas de capacidade, o Road Train é reconhecido no mundo inteiro como uma das maiores composições de uso rodoviário
Com até 200 toneladas de capacidade, o Road Train é reconhecido no mundo inteiro como uma das maiores composições de uso rodoviário
Quando se pensa na Austrália, o que vem à mente são os insetos gigantes da região, ou da música “Beds Are Burning” da banda Midnight Oil. Entretanto, hoje vamos falar daqueles caminhões gigantes, chamados de Road Trains. Esses colossos foram desenvolvidos pelo mecânico Kurt Johansson (1915 -2002).
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Ele combinou um velho caminhão M19 Tank Transporter, do exército norte-americano, capaz de tracionar 45 toneladas com quatro carretas para transporte de gado. O caminhão militar era equipado com um motor Hercules DFXE de 201 cv, que dava conta do recado, afinal o M19 era usado para carregar tanques de guerra. Assim, ele poderia carrega cinco vezes mais cabeças de gado do que um caminhão convencional da época. Com isso nasceu o primeiro Road Train.
Após fazer esse experimento, Johansson notou que havia potencial no uso, já economizava tempo e dinheiro. Com o passar do tempo, mais e mais transportadoras passaram a usar combinações. E com isso, algumas regras e leis foram criadas para regulamentar o setor.
O Road Train também chamou atenção do setor de mineração. As composições de Kurt Johansson otimizou o processo logístico da indústria de extração, que é um dos pilares da economia australiana. Inclusive, já mostramos aqui no AutoPapo um caminhão de 1.000 cv usado no setor.
É claro que existem alguns limites, mas os Road Trains podem iniciar com a combinação de um caminhão com duas carretas (como o bitrem). A combinação máxima é chamada ABB-quad, que é um caminhão que puxa quatro carretas. Eles podem ter até 53 metros de comprimento. E, dependendo do estado, eles só podem rodar em rodovias especiais, chamadas de “Road Train Network”.
Além dessa combinação, existem alguns casos especiais. Chamados de Powertrain, trata-se de uma composição em que o caminhão puxa seis carretas. Esses grandalhões geralmente usando para o transporte de minério em estradas particulares.
Por fim, o sistema de Road Trains tem sido exemplo de eficiência em logística para diversos países, inclusive o Brasil. É claro que incidentes e acidentes acontecem, mas com o passar do tempo tem ficado mais seguro e ágil.
Você já deve ter notado, até pelas fotos neste texto, que os caminhões podem ter receber reforçosos como mata-cachorro (aquele protetor de faróis e radiador, que era comum em picapes antigas). Mas não se trata de uma moda cafona. O mata-cachorro tem uma aplicação funcional e triste.
Por regulamentação, caminhões que trafeguem por determinadas rotas devem ter o acessório, uma vez que o risco de atropelamento a cangurus é alto. E como eles se caminham com saltos, no caso dos caminhões frontais ou cara-chata, eles podem pular na altura do para-brisa. Com o impacto, há o risco do marsupial atingir o caminhoneiro, na cabine.
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Isso é muito irresponsável, deve ser proibido
Falta de respeito aos outros motoristas.
E
Um risco enorme de acidente nas estradas
Aqui no Brasil com os lixos de nossas estradas não dá nem pra pensar em ter estes equipamento por aqui. A alguns anos perdemos uma família inteira (prima, marido e filhas) que foram mortos por um bitrem que deu um L na estrada. Estas porcarias deveriam ser proibidas no Brasil.
Olá Érico, se um dia quiser conversar com um motorista destas máquinas me escreva, ja opero isso há 7 anos.
Na Suzano da unidade de Três Lagoas no MS, tem caminhões Hexa Trem transportando eucalipto para a fábrica de Celulose.
Na África do Sul tem caminhões muito mais longos. Pesquise por “rotran south africa”.
Excelente matéria!
Estes fantásticos “trens” sobre pneus são uma verdadeira instituição da Austrália. Rodando longas extensões e transportando grandes quantidades de carga, por regiões em que não há demandas para ramais ferroviários, mas aonde caminhões comuns não dariam conta. O modesto trânsito nas regiões atendidas, e a topografia suave, também ajudam a viabilizar o uso destes gigantoes.
Com devidas considerações (dimensionais) me fez lembrar da infância passada em sítio. Naquela época tinha recém nascido em casa e tinha muitas latas de leite em pó. Eu as pegava fazia furos na tampa e no fundo enchia com um pouco de areia e passava arame para puxar com barbante. Com tempo is “engatando” uma lata atrás da outra formando um “treminhão” de hoje.
Bons tempos que não voltam mais. Duvido que “crianças” de hoje nem imaginem do que estou falando…