Com baixa presença de marcas, Salão de Paris 2022 abre suas portas praticamente com "pratas da casa", que levaram conceitos e modelos já lançados
O Salão de Paris abre suas portas, nesta segunda-feira (17). A bienal francesa ficará aberta até o próximo domingo (23) e reflete uma tendência que vinha se consolidando, bem antes da pandemia: o desinteresse da indústria.
O pavilhão de eventos Paris Expo Porte de Versailles parece ser um déjà vu do Cobo Center, de Detroit. Com poucas marcas, o que o visitante encontrará basicamente são fabricantes franceses. Elas aproveitaram para levar a público conceitos, muitos deles que não são novidade, mas que ainda não tinham sido exibidos em público devido ao rescaldo da pandemia do Covid-19.
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Para “preencher” os buracos, os organizadores da mostra resolveram unir o Mondial de L’Auto com o Equip Auto, que era outro evento destinado a sistemistas e fornecedores, justamente para dar volume. Se grandes marcas preferiram se abster, fabricantes chineses aproveitaram a falta de concorrência para ganhar visibilidade.
Confira quais são os destaques da mostra francesa e saiba quais delas têm chance de dar as caras por aqui.
A Alpine levou para o Salão de Paris o conceito Alpenglow, um supercarro elétrico que promete revelar os novos caminhos da marca de prestígio da Renault. Esse hypercarro futurista remete aos protótipos de Le Mans. O modelo promete propulsão híbrida livre de carbono, que combina motor elétrico com combustão a hidrogênio.
A chinesa BYD trouxe como destaque o Seal, um sedã que irã conviver num degrau abaixo do Han EV. Já à venda na China, o modelo tem diferentes configurações de motores, tração e potência das baterias. A autonomia pode variar de 550 km a 700 km.
A prima romena da Renault expôs o Manifesto. Trata-se de um buggy elétrico futurista. Com motor elétrico e pneus vazados, esse jipão Sci-Fi é responsável pela inauguração da nova identidade visual da marca.
A Citroën não deu as caras no Paris Expo Porte de Versailles, mas mandou como representante a DS Automobiles. A marca apresentou o DS 3, que apesar do nome, não tem nenhuma relação do com o hatch. Oferecido com motores a combustão e elétrico, a opção “livre de fumaça” pode rodar até 400 km com uma única carga.
A Ora, marca da chinesa Great Wall Motors, levou o Lightning Cat. Um simpático cupê elétrico que tem frente de Fusca e traseira de Porsche Panamera. O modelo é equipado com dois motores elétricos e acelera de 0 a 100 km/h em apenas 3,5 segundos.
Desconhecido de grande parte do público, a francesa Hopium quer ganhar mercado no segmento de elétricos. A marca acaba de revelar o conceito Machina Vision, com conjunto mecânico movido a hidrogênio. Com desenho limpo e jeitão de Tesla Model S, a marca não revela dados técnicos do conceito.
A Jeep foi a única marca que atravessou o Atlântico para expor em Paris. Mas veio com forte interesse. Ela apresentou o Avenger, seu SUV compacto elétrico que, no Velho Mundo, poderá substituir o Renegade e é uma das opções que podem se tornar realidade no Brasil.
Isso porque o executivo da Stellantis, Fernão Silveira, confidenciou ao Boris Feldman (que está em Paris), que o modelo pode desembarcar por aqui. O SUV conta com motor de 156 cv e 26 kgfm de torque, alimentado por baterias que prometem até 550 km de autonomia.
Lembra do Romi-Isetta? Aquele carrinho diminuto com versão de três rodas e que a porta era no para-brisas? Ele ganhou um sucessor elétrico batizado de Microlino. Ele mantém o acesso pela parte frontal, mas ganhou rodas motrizes no eixo dianteiro, além de receber eixo traseiro mais largo. O carrinho tem baterias que prometem 91 km de autonomia e velocidade máxima de 90 km/h.
Outra marca francesa desconhecida e que pretende brigar entre os elétricos é a NamX. Ela levou para o salão parisiense o HUV, um SUV cupê com motor de 550 cv, abastecido com hidrogênio. Segundo a fabricante, o modelo tem autonomia de até 800 km.
A estrela da marca do leão é o novo 408. O antigo sedã também passou pela metamorfose do SUV, mas com estilo cupê. Com quase 4,70 m de comprimento, o modelo oferece estilo agressivo, muito conteúdo e motorização híbrida, do tipo Plu-in, com versões de 180 e 225 cv. Suas vendas começam na Europa, em 2023.
A Renault resolveu homenagem aos 60 anos do clássico 4L, com um SUV anabolizado conceitual. O 4Ever tem desenho moderno, mas com elementos que remetem ao antigo utilitário francês. Elétrico, o jipinho servirá de base para nos projetos da marca francesa, inclusive uma releitura o 4L.
Outra marca chinesa que aproveitou o desinteresse das marcas europeias, norte-americanas e japonesas em Paris, foi a Seres. Ela levou dois modelos, entre eles o Seres 3, que inclusive já conta com site de vendas no Brasil. O SUV compacto conta com motor de 120 cv e 30 kgfm de torque e baterias para rodar até 400 km.
A catalã Silene atravessou os Pirineus para levar o S04, um microcarro elétrico, parecido com o Smart ForTwo. Ele conta com duas opções de motorização. A menos potente, que acelera a até 45 km/h, dispensa carteira de habilitação. Já a versão mais robusta, que vai a até 90 km/h, demanda carteira de motorista.
O Yoyo é um diminuto carrinho chinês elétrico. A princípio ele é apenas mais um. No entanto, seu grande diferencial está na possibilidade de trocar as baterias quando elas se descarregam. A empresa inclusive oferece pontos de troca. Basta substituir o módulo e colocar o descarregado para recarga, que será utilizado por outro automóvel.
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Correção: o Romi Isetta, ao contrário da matéria onde afirma ser de “… carrinho diminuto com versão de três rodas…” tinha/tem 4 rodas. Só não sei se houve “versóes” de 3 ou 4 rodas.
De todos os carros nas fotos, ainda fico com o Citröen 2CV.