Depois de sete anos, o Salão do Automóvel tenta se reinventar para cativar o público, mas apresentações foram muito aquém das antigas coletivas
O Salão do Automóvel de São Paulo voltou depois de um intervalo de sete anos. A mostra é a mais importante da América Latina e uma das mais tradicionais da indústria.
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Em 2025, a feira voltou. Mas voltou diferente. Para o público promete ser legal, com direito a experiências, com direito a dezenas de carros que poderão ser dirigidos numa pista feita dentro do próprio pavilhão de exposições do Anhembi.
Para a imprensa e fabricantes, o formato não foi o mais acertado. Isso porque tradicionalmente as coletivas são feitas já no pavilhão de exposições, cada marca recebe a imprensa em seu estande. Lá é possível ver todos os carros, chegar perto e claro partir para o “quebra-queixo” (aquela rodinha de entrevistas) com executivos.

Este ano, as coletivas (na verdade apresentações) ocorreram num palco comum. O tablado do Teatro Celso Furtado, ao lado do pavilhão. Cada marca tinha seu horário e poderia levar três carros. Um de cada vez para não comprometer o limite de peso do palco.
Assim, enquanto os executivos falavam os carros entravam e saiam do palco. Com iluminação ruim, e sem poder chegar perto, todo mundo sem espremeu na beira do palco e fez o que era possível. Quem filmou, filmou. Quem fotografou, fotografou. E quem anotou, anotou.
Na boca miúda, a insatisfação foi geral. Mas na hora de publicar, muitos colegas preferiram a política da boa vizinhança.
Se os jornalistas e produtores de conteúdo não ficaram felizes com o formato das apresentações. Os fabricantes também abriram o coração (em off) sobre o modelo adotado. Apesar de concordar com os termos, grande parte (ao pé do ouvido) revelou que não gostou.
Além de não permitir o contato da imprensa com os carros, de não poder conversar com os jornalistas, as marcas tiveram que selecionar o que levaria (e o que cabia) no palco. A insatisfação era grande, mas tudo na boca miúda, sem declarações públicas.

Muito se falou sobre marcas que tradicionalmente participavam do salão, mas ficaram de fora. Nenhuma delas veio a público dizer porque não foram. Mas nas conversas de pé de ouvido, era tácito que o espaço padronizado de cada estande não agradou as marcas.

Os organizadores definiram uma metragem limite para cada estande. Assim, todas teriam o mesmo espaço. Para uma marca com pouca verba, o formato se mostrou interessante. Mas para uma marca grande, em que a opulência faz parte do jogo e o modelo homogêneo é perda de prestígio.
Mas marcas imensas encararam as regras do Salão. A Fiat, líder de vendas no Brasil, fez seu estande do mesmo tamanho da novata chinesa Leapmotor, assim como Ram, Citroën, Peugeot e Citroën. Honda e Toyota também entraram na dança, assim como a Renault e sua sócia chinesa, Geely, além das sul-coreanas Kia e Hyundai.

E por falar em chinesas, o formato do salão será um prato cheio. A MG (que trocou Londres por Pequim), GWM, BYD, Omoda & Jaecoo e Caoa que é sócia das chinesas Chery e Changan não titubearam. Até a GAC, que cancelou sua apresentação terá seu estande aberto neste sábado.
As chinesas, com seus modelos moderníssimos estarão lado a lado para cativar o público, enquanto muitas tradicionais ausentes deixaram o espaço (homogêneo) aberto para que elas possam ser protagonistas. Afinal, se organizar direitinho, todo mundo… expõe.
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Que porcaria de salão. Ir num negócio desses, pagar uma grana alta, passar calor, pagar caro num lanche pra ver um monte de carro chinês ou carros que indo a uma concessionária de sua cidade você consegue ver. Sem Porsche, sem Ferrari, sem Lamborghini, sem Mercedes, sem BMW. Foi pro brejo toda a mística que envolvia as antigas edições do salão.