Salão do Automóvel: ruim para imprensa, agridoce para as marcas, mas bom para o visitante

Depois de sete anos, o Salão do Automóvel tenta se reinventar para cativar o público, mas apresentações foram muito aquém das antigas coletivas

COLETIVA DO SALÃO DO AUTOMÓVEL SP 2025
Com apresentações realizadas no palco do Teatro Celso Furtado, o contato com os carros do salão foi mínimo. (Fotos: Marcelo Jabulas | AutoPapo)
Por Marcelo Jabulas
Publicado em 22/11/2025 às 09h00

O Salão do Automóvel de São Paulo voltou depois de um intervalo de sete anos. A mostra é a mais importante da América Latina e uma das mais tradicionais da indústria.

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Em 2025, a feira voltou. Mas voltou diferente. Para o público promete ser legal, com direito a experiências, com direito a dezenas de carros que poderão ser dirigidos numa pista feita dentro do próprio pavilhão de exposições do Anhembi.

Para a imprensa e fabricantes, o formato não foi o mais acertado. Isso porque tradicionalmente as coletivas são feitas já no pavilhão de exposições, cada marca recebe a imprensa em seu estande. Lá é possível ver todos os carros, chegar perto e claro partir para o “quebra-queixo” (aquela rodinha de entrevistas) com executivos.

HONDA PRELUDE SALÃO DO AUTOMÓVEL
Um carro como o Honda Prelude merecia uma apreciação mais próxima

Este ano, as coletivas (na verdade apresentações) ocorreram num palco comum. O tablado do Teatro Celso Furtado, ao lado do pavilhão. Cada marca tinha seu horário e poderia levar três carros. Um de cada vez para não comprometer o limite de peso do palco.

Assim, enquanto os executivos falavam os carros entravam e saiam do palco. Com iluminação ruim, e sem poder chegar perto, todo mundo sem espremeu na beira do palco e fez o que era possível. Quem filmou, filmou. Quem fotografou, fotografou. E quem anotou, anotou.

Na boca miúda, a insatisfação foi geral. Mas na hora de publicar, muitos colegas preferiram a política da boa vizinhança.

Salão do Automóvel igualitário?

Se os jornalistas e produtores de conteúdo não ficaram felizes com o formato das apresentações. Os fabricantes também abriram o coração (em off)  sobre o modelo adotado. Apesar de concordar com os termos, grande parte (ao pé do ouvido) revelou que não gostou.

Além de não permitir o contato da imprensa com os carros, de não poder conversar com os jornalistas, as marcas tiveram que selecionar o que levaria (e o que cabia) no palco. A insatisfação era grande, mas tudo na boca miúda, sem declarações públicas.

JEEP AVENGER SALÃO DO AUTOMÓVEL
Jeep conseguiu fazer da apresentação padronizada num espetáculo ao quebrar uma vidraça com o Avenger

Muito se falou sobre marcas que tradicionalmente participavam do salão, mas ficaram de fora. Nenhuma delas veio a público dizer porque não foram. Mas nas conversas de pé de ouvido, era tácito que o espaço padronizado de cada estande não agradou as marcas.

MAPA SALÃO DO AUTOMÓVEL

Os organizadores definiram uma metragem limite para cada estande. Assim, todas teriam o mesmo espaço. Para uma marca com pouca verba, o formato se mostrou interessante. Mas para uma marca grande, em que a opulência faz parte do jogo e o modelo homogêneo é perda de prestígio.

Mas marcas imensas encararam as regras do Salão. A Fiat, líder de vendas no Brasil, fez seu estande do mesmo tamanho da novata chinesa Leapmotor, assim como Ram, Citroën, Peugeot e Citroën. Honda e Toyota também entraram na dança, assim como a Renault e sua sócia chinesa, Geely, além das sul-coreanas Kia e Hyundai.

AVATAR SALÃO DO AUTOMÓVEL
A Avatr, linha de prestígio da Changan, é uma das muitas chinesas que estarão no Anhembi

E por falar em chinesas, o formato do salão será um prato cheio. A MG (que trocou Londres por Pequim), GWM, BYD, Omoda & Jaecoo e Caoa que é sócia das chinesas Chery e Changan não titubearam. Até a GAC, que cancelou sua apresentação terá seu estande aberto neste sábado.

As chinesas, com seus modelos moderníssimos estarão lado a lado para cativar o público, enquanto muitas tradicionais ausentes deixaram o espaço (homogêneo) aberto para que elas possam ser protagonistas. Afinal, se organizar  direitinho, todo mundo… expõe.

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1 Comentário
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Gonzalo 22 de novembro de 2025

Que porcaria de salão. Ir num negócio desses, pagar uma grana alta, passar calor, pagar caro num lanche pra ver um monte de carro chinês ou carros que indo a uma concessionária de sua cidade você consegue ver. Sem Porsche, sem Ferrari, sem Lamborghini, sem Mercedes, sem BMW. Foi pro brejo toda a mística que envolvia as antigas edições do salão.

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