Os desconhecidos Scania 145 e 146 com motores V8
Em 2024, montadora sueca completa 55 anos utilizando motores V8 em sua linha de caminhões, mas alguns não fizeram tanto sucesso
Em 2024, montadora sueca completa 55 anos utilizando motores V8 em sua linha de caminhões, mas alguns não fizeram tanto sucesso
Em 1969, se os americanos celebravam o feito da conquista da lua, na Suécia, a Scania celebrava o lançamento do DS14, o seu motor de 14 litros V8 gerava 350 cavalos de potência. O motor logo se tornou um sucesso. Para ajudar, em 1970, a Alemanha alterou a sua legislação e os caminhões puderam carregar mais carga, o que casou perfeitamente com o novo motor, já que ele era o mais potente em sua época.
É claro que esse sucesso também fez o caminhão ganhar um apelido, King Of The Road (Rei da Estrada em tradução livre), marca que a Scania utiliza até hoje, inclusive algumas séries limitadas. Naquela época, apenas o modelo frontal ou cara chata recebia o motor, já que o bicudo, o 111S ou Jacaré para os íntimos, não comportaria o grande motor V8.
VEJA TAMBÉM:
Para atender a demanda dos clientes por um caminhão bicudo e com motor V8 para serviços pesados, a Scania lançou em 1972 um novo modelo, por encomenda, que era 140 frontal, mas com um capô, novos entre-eixos e melhorias no chassi: inicialmente foram os L e LS140 e 141.
Os caminhões Scania 140 e 141 não tinham tanta diferença entre si, porém os modelos 145 e 146 que seriam apresentados em um futuro breve sim. Eles eram equipados com suspensão traseira ou bogie de 24 toneladas, com cubos redutores e mola com 10 lâminas de cada lado. O chassis também foi aprimorado, usando perfil de 9,5 mm de espessura e, no interior, travessas de 8 mm.
Tanto o 145 e 146 eram exclusivamente 6×4, porém, o motor tinha uma pequena diferença. Enquanto o 145 recebia o V8 de 350 cavalos, o 146 já recebeu o novo motor V8 com turbo que chegava a 375 cavalos de potência.
A produção dos modelos também teve as suas diferenças. Os modelos 140 e 141 tiveram início em 1972 e foram até 1974. Já o modelo 145 ficou apenas um ano no mercado, de 1975 a 1976. Por fim, o 146 foi de 1974 até 1981, o que encerrou a produção do curioso modelo.
Por se tratar de um caminhão bem específico e para serviços pesados, não restaram muitos. Na verdade pouco mais de 1.000 unidades foram produzidas e, hoje, estima-se que pouco mais de 100 destes caminhões estão em excelente estado de conservação.
Outra questão é que por serem caminhões por encomenda, não há muitas informações, poucas especificações técnicas e algumas brochuras ainda salvas, essas em sua grande maioria em alemão, o que dá a entender que este mercadio foi o que mais absorveu o modelo.
Uma curiosidade, é que ao olhar a nomenclatura que a Scania dava para os seus caminhões, os modelos eram série 5 e série 6, que seriam apresentadas alguns bons anos à frente.
Com a chegada do Scania série 2, em 1980, a montadora focou em uma linha mais dinâmica e com uma maior configuração, e com isso não houve espaço para um modelo como o 146. Isso o tornou um caminhão raro e curioso é que poucos conhecem hoje em dia e muito menos do que poucos tiveram a oportunidade de trabalhar com um em sua época.
Os caminhões Scania 140, 141, 145 e 146 podem não ter sido os mais vendidos ou não tiveram a glória do série 3, porém nos 55 anos do grandioso motor V8 da marca sueca, vale a pena conhecer, mesmo que de forma breve, a rápida passagem desse modelo no mercado.
👍 Curtiu? Apoie nosso trabalho seguindo nossas redes sociais e tenha acesso a conteúdos exclusivos. Não esqueça de comentar e compartilhar.
TikTok | YouTube | X |
Ah, e se você é fã dos áudios do Boris, acompanhe o AutoPapo no YouTube Podcasts:
Podcast - Ouviu na Rádio | AutoPapo Podcast |