Sega Super GT foi tão fascinante e efêmero como o BPR

Com até oito máquinas, arcade da Sega foi inspirado em um das competições de endurance mais insanas do automobilismo

sega super gt tela inicial
Sega Super GT levou para o fliperama corridas de endurance, como já tinha feito com rali e Nascar (Fotos: Sega | Reprodução)
Por Marcelo Jabulas
Publicado em 25/11/2023 às 17h03

Um dos campeonatos mais insanos e fascinantes do automobilismo foi o BPR Global GT Series, realizado entre 1994 e 1996. Era tão empolgante que depois se tornou o FIA GT Championship que conhecemos atualmente e foi o combustível para a criação do clássico “Sega Super GT”.

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Nesta competição, que utilizava versões preparadas de super carros como Ferrari F40, McLaren F1, Porsche 993, Jaguar XJ220, Lotus Esprits e até mesmo o exótico De Tomaso Pantera, o circo correria o mundo em oito etapas, com provas no Japão e até na China.

sega super gt mclaren fi gtr gameplay
Em 1996, um fliperama como um McLaren F1 era uma das coisas mais legais que se podia querer experimentar

Na mesma época, a Sega vivia um ótimo momento com suas máquinas de fliperama “Daytona USA” e “Sega Rally”. Um campeonato com carros de sonho não demorou para percorrer os corredores da empresa, no bairro de Shinagawa, em Tóquio.

Projeto Sega Super GT

A empresa trabalhava em conjunto com a Lockheed Martin (que fabrica aviões de guerra) no sistema Model 3. Tratava-se de uma placa de fliperama super moderna, que tinha capacidade para receber a ROM do novo jogo.

Para a empreitada, o produtor Toshihiro Nagoshi, que tinha trabalhado em “Daytona USA”, foi escalado para tocar o projeto. Uma parceria foi acertada com os chefões da BPR, Jürgen Barth, Patrick Peter e Stéphane Ratel, que inclusive dão nome à competição, a logo do BPR aparecia no jogo, uma sacada bem legal.

sega super gt maquina dupla
Maquinas gêmeas permitiam duelos entre jogadores, mas game suportava até oito gabinetes sincronizados; nos EUA o game se chamava SCUD Race (Foto: Reprodução | Twitter)

O projeto era ambicioso e permitia conectar até oito máquinas, o que criava um verdadeiro campeonato com jogadores reais nas casas de fliperama. Foram desenvolvidas máquinas siamesas e também gabinetes de luxo, que reproduziam o cockpit do bólido.

O game ficou pronto no final de 1996, momento em que a FIA já tinha crescido o olho no campeonato e que em 1997, já se tornaria o FIA GT. Curiosamente, “Sega Super GT” foi rebatizado de “SCUD Race” nos Estados Unidos. A sigla se traduz em Sport Car Ultimate Drive. A versão globlal era bem mais legal, sejamos francos.

sega super gt ferrari f40 gameplay
Textura do jogo era infinatamente superior aos antecessores como “Sega Rally” e “Daytona USA”

O jogo trazia gráficos avançados, que exploravam todo o potencial do Model 3. Visualmente, o game dava um show em “Daytona USA” e “Sega Rally”.

O jogador tinha quatro opções de traçado e poderia escolher quatro carros: Dodge Viper GTS-R, Ferrari F40 Competizione, McLaren F1 GTR e Porsche 993 GT2. Os carros ficaram lindos e o gameplay era frenético, com possibilidade de alterar a visualização para dentro do cockpit ou fora do carro.

Mas “Sega Super GT”, assim como o BPR caiu no ostracismo. A Sega cancelou o port para o Sega Saturn e assim que as máquinas foram caindo em desuso, o game praticamente desapareceu. Hoje, sobrevive em algumas casas de jogos que ainda mantêm os gabinetes e em emuladores para computadores.

A Sega bem que poderia fazer um pacotão com “Sega Rally”, “Daytona USA” e “Sega Super GT”, para múltiplas plataformas. Tenho certeza que venderia muito.

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