Semicondutores: Brasil deixou de fabricar mais de meio milhão de carros
Alckmin quer dar andamento em MP que ex-ministro Paulo Guedes cozinhou em fogo brando para facilitar instalação de fábricas de semicondutores
Alckmin quer dar andamento em MP que ex-ministro Paulo Guedes cozinhou em fogo brando para facilitar instalação de fábricas de semicondutores
A crise dos semicondutores é um assunto que vem se arrastando desde o final de 2020. E segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o Brasil deixou de fabricar mais de meio milhão de automóveis por conta da falta dessas peças.
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Para ser mais exato, foram 620 mil carros que deixaram de ser fabricados. 370 mil em 2021 e outros 250 mil no ano passado. E para este ano, o cenário ainda é incômodo e só deverá se normalizar no segundo semestre.
Mas essas dúvidas poderiam já ter desaparecido se houvesse vontade política, como explica o presidente da Anfave, Márcio de Lima e Leite. Isso porque durante o governo de Jair Bolsonaro, foi cozinhado em fogo brando uma medida provisória que facilitaria a entrada de fabricante de semicondutores.
A pauta se arrastou durante todo o ano. Com a derrota de Bolsonaro nas urnas, o então ministro da economia, Paulo Guedes, sugeriu deixar o assunto para o novo governo, como explica Leite.
“O semicondutor entrou de fato na pauta do ministro Geraldo Alckmin. Então essa conversa irá entrar novamente em discussão. Mas ainda estamos esperando a definição do secretariado, mas devemos ter um encontro ainda em janeiro”, comenta o representante da Anfavea.
De fato, ter fornecedores locais de semicondutores permitiria que a indústria eliminasse o gargalo na produção. Hoje, montadoras brasileiras disputam componentes com suas colegas ao redor do mundo. Em uma escala global, a falta chips fez com que 15 milhões de unidades deixassem de ser produzidas nos anos de 2021 e 2022.
A falta de chips obrigou montadoras a escolher qual carro deixar de produzir. no primeiro semestre de 2021, a General Motors interrompeu a produção de Onix e Onix Plus, para destinar os componentes ao Tracker, que tem maior valor agregado.
Marcas como Fiat, Honda, Jeep, Renault, Toyota e Volkswagen também precisaram suspender linhas por falta de peças. Muito do baixo desempenho do Polo em 2022, que licenciou apenas 8 mil unidades, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) também se deve a falta de chips, que foram destinados a modelos como Nivus e T-Cross, que também brigam numa prateleira mais valorizada.
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