Sinto-me refém no carro elétrico

Chicolelis comenta como foi a experiência de acelerar um Mustang Mach-E, mas com pânico de ficar sem carga da bateria

ford mustang mach e gt 2021 laranja modelo europeu em uma rodovia de pista simples
Mustang Mach-E é um carro superlativo, mas que não nos livra do temor de ficar sem bateria (Fotos: Ford | Divulgação)
Por Chico Lelis
Publicado em 09/06/2024 às 17h03

Não, não pensem que tem alguma coisa a ver com segurança veicular, incêndio ou qualquer outro risco relacionado a este tipo de veículo. Mas, ouvindo pelo menos sete colegas jornalistas, ouvi deles a mesma resposta para minha pergunta: você se sente refém do marcador da capacidade da bateria do carro 100% elétrico?

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Sim! Foi a resposta de seis deles. Apenas um disse que, de tanto andar em carro elétrico, inclusive em viagem à China, já não se “liga” tanto no marcador.

Eu já andei em cinco carros elétricos, sempre me incomodando com a minha exagerada atenção para com o marcador da capacidade da bateria. Olhava mais para ele do que para o trânsito.

Mas foi, no início desta semana, ao andar no Mustang elétrico que esta coisa mais me impressionou. Ocorre que sai de Campinas com 310 km de autonomia. Ainda dentro da cidade, parando nos “PARE” e nos semáforos, estava tranquilo, cheguei na estrada com 290.

painel ford mustang mach e cluster indicador de carga
O indicador de carga não difere do marcador de combustível, mas a diferença é que não há pontos de recarga como há postos disponíveis

Daí em diante, a agonia. Precisei dar uma “pisada” forte (que maravilha de arrancada) e a queda foi impressionante. Aterrorizante, melhor dizendo! Em menos de um quilômetro, baixou para 240. Aconselhado pelo meu amigo Fraga, por celular, baixei a velocidade para menos de 90 km/h e não mais tirei os olhos do marcador, que baixava muito rápido. E os caminhões “apertando” na traseira.

O único colega, que disse não ter mais problemas como o que enfrentei, disse tratar-se de “fobia de autonomia”, igual aquelas que todos nós enfrentamos quando, no carro à combustão, o marcador bate no “vermelho” e não há perspectiva de um posto de abastecimento à frente.

Outro conta que tinha planos para passar o fim de semana na praia, mas que a ideia foi abandonada nos primeiros quilômetros da estrada, porque a queda da reserva da bateria caiu vertiginosamente. Voltou para casa e passou o fim de semana em São Paulo e no trânsito da cidade o elétrico não “negou fogo” e na segunda-feira ainda tinha 40 km de autonomia.

Outro colega não arriscou viajar 130 km com a família para o litoral santista, apesar do marcador garantir autonomia de 400 km. “E se acabar a carga, tenho que chamar um guincho? Optou por também ficar na capital e chegar na segunda com autonomia de 170 km, rodando por toda São Paulo, inclusive ir ao Morumbi (ele mora na Zona Norte e o estádio fica na Zona Sul) ver o seu São Paulo jogar.

Agora falando da minha tristeza em sentar em um Mustang e não poder acelerar. Triste, não? E, pior, quando tirava os olhos do marcador e olhava para os motoristas que me ultrapassavam com um sorriso de ironia.

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3 Comentários
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Deojpereira@gmail.com 10 de junho de 2024

Por estas razões estou no meu segundo Volvo híbrido, não fico olhando para os dois e na estrada !!! Dentro do que ela me oferece até 100 por hora, com boas e seguras ultrapassagem, sem mistério

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Victor Hugo 10 de junho de 2024

Cara é cada probleminha chique de rico.
Pobre sai quase sem combustível, não sabe se vai dar pra chegar muito menos pra voltar. E medo do tanque vazio na estrada? A conta bancária já tá no vermelho rapaz se a gasolina acabar né, posto tem, mas não tem é dinheiro pra encher o tanque. Você acha que todo mundo tem 171 reais agora no bolso pra encher o tanque do uno 2005 com 50 litros de álcool? Ah tá de carro moderno pô pesquisa aí posto de recarga no caminho. Sabia que já tem auto socorro que não faz só guincho mas leva conjunto gerador pra recarregar carro elétrico?? Tranquilo…

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Ricardo Regadas 9 de junho de 2024

Utilizo um veículo elétrico e convivo com a mesma sensação: a emoção de acelerar nas arrancadas, nas ultrapassagens e de manter um ritmo mais acelerado nas estradas vem acompanhada de uma queda muito significativa na carga da bateria. Perde 40% da autonomia !!! Aí se não tiver carregador no caminho acabo dirigindo de uma maneira diferente do que faria se meu carro fosse a combustão

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