Metamorfose: por que todo carro está virando um SUV elétrico?
Vários modelos mudaram a carroceria para as formas de utilitários e trocaram o motor a combustão por elétricos, mas não perderam o nome
Vários modelos mudaram a carroceria para as formas de utilitários e trocaram o motor a combustão por elétricos, mas não perderam o nome
A indústria do automóvel é guiada por tendências, com base na aceitação do mercado e potencializada pelo marketing. Se um modelo cair no gosto popular, é construído uma estratégia de desejo em torno dele.
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Foi assim com o sedã, lá atrás, depois com o monovolume, nos anos 1990, e atualmente os SUVs estão na crista da onda. E como o utilitário-esportivo é o carro do momento, aqui e no resto do mundo, ele foi eleito para ser o porta-bandeira da eletrificação.
É um fenômeno curioso tem sido a metamorfose de modelos de diferentes carrocerias que se tornaram SUVs elétricos. Na verdade, são produtos distintos, sem nenhuma correlação de plataforma e que só aproveitaram um nome forte.
No entanto, tiveram que mudar de forma para se tornar atrativos no mercado eletrificado, uma vez que há uma sedução em torno do SUV. Há uns cinco, um executivo da Mitsubishi, proseando após um almoço, explicou que o SUV seria o porta-bandeira do carro elétrico. Não por opção da indústria, mas por ter maior valor agregado.
Um exemplo foi o que aconteceu com o Chevrolet Bolt EV, que ganhou uma derivação SUV, a EUV, que aqueceu as vendas do elétrico da GM. Para se ter uma ideia, o Bolt EV vendeu de janeiro a junho deste ano 12.333 nos Estados Unidos, enquanto o SUV emplacou 21.326 carros. Pelo visto, o executivo da japonesa sabia do que falava. Confira cinco exemplos de nomes consagrados que se transformaram em SUVs a bateria.
O Citroën C4 estreou no mercado em 2004, nas versões hatch, cupê e monovolume. Posteriormente ganhou uma versão sedã (Pallas), que foi substituída pelo Lounge.
Em 2020 o C4 passou por sua metamorfose mais radical. Todas as carrocerias convergiram num SUV cupê, com direito a uma versão 100% elétrica.
O exemplo mais emblemático desse movimento kafkiano é o Mustang Mach-E. Para coroar sua entrada no mercado de carros 100% elétricos, a Ford combinou o nome do Mustang, com a carroceria SUV e motores a bateria.
O modelo estreou em 2021, com opções de motores de motor único (traseiro) e motores duplos. O modelo abriu caminho para outros elétricos como a picape F-150 Lighting. O Mach-E chega ao Brasil ainda em 2023.
O Peugeot 3008 foi um dos primeiros modelos a passar pela metamorfose de carroceria. O modelo que nasceu como um monovolume em 2007, se tornou um SUV em 2016, com direito a uma versão híbrida.
A marca percebeu que o segmento de monovolumes estava em baixa e resolveu apostar em um SUV. Agora, em 2023, a marca lançou a nova geração do SUV, que ganhou estilo cupê e motor 100% elétrico que promete autonomia de 700 km. Por aqui, a marca oferece e-2008.
O Renault Megane estreou no mercado europeu em meados dos anos 1990. Ele chegou para aposentar o RN 19 e trouxe uma família extensa, com versões cupê, perua, sedã, conversível em monovolume (Scénic).
Com o passar das gerações, o Megane manteve as carrocerias hatch, sedã e perua. Mas no ano passado, o nome forte da Renault batizou um SUV, o Megane E-Tech, que chega por agora no Brasil.
A Renault sempre foi referência no segmento de monovolumes e o Scenic chegou junto com o restante da família Megane, em 1996. Durante quase 30 anos, o modelo evoluiu por quatro gerações como minivan, mas o inevitável aconteceu.
O Scenic E-Tech foi revelado no Salão de Munique como SUV 100% elétrico. Equipado com baterias de 87 kWh e motor de 220 cv, o modelo promete autonomia superior a 600 km, no modo Europeu.
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