Segmento mais concorrido do mercado conta com mais de 40 modelos a venda, mas há muitas diferenças entre cada um deles
Vinha eu andando por uma das vias de São Paulo, com seus perigosos buracos nas calçadas e nas ruas, quando comecei a reparar na quantidade de um mesmo modelo de carro. A cada cinco veículos, dois eram SUVs. E o que vem chamando minha atenção há algum tempo é que todos são muito parecidos. Quase iguais. Então, comecei a perguntar a algumas pessoas se elas eram capazes de dizer a marca de cada um deles. Fiquei surpreso com as respostas.
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Falei com 18 pessoas sobre o assunto, mostrando um SUV a uma distância de cerca de 20 metros ou mais, sempre visto pela lateral. Fiz isso em algumas ruas e também nos estacionamentos de dois shoppings. Entre essas pessoas, seis eram mulheres, jovens senhoras que desciam de um SUV. Nenhuma delas soube reconhecer o modelo observado do outro lado da rua ou a uma pequena distância no estacionamento.
Todas fizeram observações muito semelhantes: “Nossa, como é parecido com o meu carro. Sei que é outra marca, mas parece que só a cor é diferente”.
Não se deve atribuir exclusivamente ao público feminino o desconhecimento sobre marcas de carros. Isso lembra a antiga expressão “o problema está na rebimboca da parafuseta”, muito usada por mecânicos — nem sempre honestos — para impressionar e enganar clientes, especialmente mulheres, nas oficinas.
Acontece que apenas um, entre os representantes do público masculino, conseguiu reconhecer três modelos de SUV. Os demais — 11 deles — também não conseguiram identificar se o que viam, a uma certa distância, era um Peugeot, Fiat, Citroën ou qualquer outra marca. E um desses homens trabalhava em uma concessionária de veículos.
Adalberto Bogsan Neto foi uma das peças-chave de uma das maiores fabricantes no Brasil. Foi responsável por importantes lançamentos (Vectra, Omega e Corsa), desenvolvidos em conjunto com a equipe de design da fábrica alemã Opel, hoje controlada pela Stellantis.
Para ele, trata-se de uma questão de mercado. Se o desenho — principalmente o lateral — agrada, por que não reproduzir algo parecido, com pequenas modificações nos faróis, lanternas (sobretudo as traseiras), um friso aqui e outro ali, mas mantendo a maioria com um vinco lateral? Ele lembra que as frentes também se diferenciam, cada uma com sua grade, embora os faróis sigam um padrão visual semelhante.
O que muda, quando os modelos não fazem parte do mesmo grupo (como o da Stellantis), é o conjunto mecânico. Hoje, a maioria conta com motores turbo, que oferecem mais potência e ajudam na economia de combustível. Há também versões elétricas, que visualmente pouco diferem dos modelos a combustão.
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