Sucesso lá fora, o SUV popular pode ser a salvação do mercado brasileiro

Modelos abaixo dos 4 metros e dos R$ 65 mil têm o potencial de fazer o mercado finalmente crescer e ainda dar ao consumidor o que ele procura

nissan magnite 1
Nissan Magnite é produzido sobre a plataforma do Renault Kwid (Foto: Nissan | Divulgação)
Por Zeca Chaves
Publicado em 26/02/2021 às 15h16

Dizer que o SUV é o futuro do mercado já é chover no molhado. O gráfico abaixo dá uma boa ideia da temperatura dessa febre que contagiou o país. Decidi somar a participação nas vendas dos dois segmentos que têm os automóveis mais baratos (hatches compactos e modelos de entrada) e comparei com os SUVs. Dê uma olhada abaixo e tire sua conclusão.

grafico vendas

Fica claro que os SUVs não param de crescer ano a ano, enquanto os hatches perdem lentamente a participação do mercado. O fato é ainda mais impressionante porque esse domínio ocorre mesmo sendo os SUVs bem mais caros. Os cinco primeiros da categoria (Renegade, T-Cross, Compass, Tracker e Creta) não custam menos que R$ 82.000. Já o segmento de entrada começa em R$ 41.800 (Renault Kwid).

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Com tamanha discrepância de preço, a pergunta que fica é: quanto tempo a linha do gráfico dos SUVs vai levar para ultrapassar a dos hatches? A resposta pode estar nos mini-SUVs, modelos com menos de 4 metros de comprimento que estão para chegar ao Brasil e já se revelaram um sucesso de vendas lá fora.

A história desse êxito comercial começou na Índia, num cenário que lembra o surgimento do carro popular brasileiro nos anos 90. Para reduzir os congestionamentos nas cidades, o governo indiano teve a ideia de diminuir o imposto para carros com menos de 4 metros e motor a gasolina abaixo de 1.200 cm³ ou motor a diesel abaixo de 1.500 cm³.

Foi questão de tempo até surgir uma onda de SUVs pequenos e baratos projetados especialmente para esse fim. A resposta do público não podia ser melhor: no início de 2020 havia seis concorrentes, hoje existem dez e até o fim do ano vão estrear mais sete.

Os lançamentos mais bem-sucedidos comemoram as longas filas de interessados. Um deles é o Nissan Magnite: lançado em dezembro, ele chegou a oito meses de espera. Pois é justamente esse SUV popular que será fabricado no Brasil no ano que vem.

Feito sobre a base do Kwid (Renault e Nissan pertencem ao mesmo grupo), o Magnite ocupará o lugar do March, como revelou o site Motor1. E isso deve abrir caminho para o Renault Kiger, também produzido nessa mesma plataforma.

hyundai venue
Sucesso na Índia, o Hyundai Venue nasceu para ser um projeto mundial

O Hyundai Venue é outro que causou um alvoroço entre os indianos: mais de 50 mil pedidos em dois meses. Chamado pela imprensa brasileira de mini-Creta, ele tem a vantagem de já nascer como um produto global: é produzido também na Coreia do Sul, de onde é exportado para os EUA e com planos de ser vendido na Argentina.

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O poder de sedução desses carros está não apenas no seu preço convidativo, mas também no projeto bem resolvido, que alia o design que se espera de um SUV com espaço adequado à proposta. O Magnite e Kiger têm 3,99 metros, o que o colocaria entre um HB20 (3,94 m) e um Onix (4,16 m), além de um porta-malas de 406 litros no caso do Renault, bem mais do que os 290 litros do Kwid que lhe deu origem.

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O Renault Kiger é 31 cm maior no comprimento do que um Kwid

Quanto ao preço, os mini-SUVs são extremamente baratos na Ìndia: o Magnite custa 42% menos que um Kicks e o Kiger fica 43% abaixo do Duster. Se aplicados esses números ao Brasil, isso daria incríveis R$ 52.400 e R$ 47.300, respectivamente.

Mas calma lá: ambos não teriam no Brasil o mesmo benefício da redução fiscal que têm na Índia, onde seu imposto cai de 20% para 8%. Ainda assim, bastaria um preço a partir de R$ 65.000 para essa dupla fazer um belo estrago na concorrência.

E mais do que aumentar a fatia do bolo que os SUVs têm no país, o mini-SUV teria outra vantagem, essa ainda benéfica para nossa indústria: trazer novos compradores para o segmento de zero km e aumentar o tamanho desse bolo, pois o mercado brasileiro diminuiu com a crise dos últimos anos. Se em 2015 os brasileiros compraram 2,6 milhões de veículos, em 2020 ficamos em apenas 2 milhões. Lembrando que o recorde é de 3,8 milhões em 2012.

A vantagem desses SUVs populares é que não são improvisos mercadológicos (como foram os aventureiros urbanos nos anos 2000) nem jogadas de marketing que frustram o interessado na hora da compra, como ocorreu com o Kwid que usou o slogan “o SUV dos compactos” e fez muita gente desistir do negócio ao ver o carro na loja.

Como nasceram para cativar quem busca um utilitário esportivo e não pode arcar com os preços praticados atualmente, os SUVs populares têm o potencial de conquistar um público que hoje está órfão e sonha entrar nessa febre. Se eles vierem em peso, pode se preparar: o céu é o limite para aquela linha do gráfico dos SUVs.

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15 Comentários
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Paulo Vianna 6 de agosto de 2021

Meu pai, acho que só tinha SUV, tipo Ford 39. Bateria 6 volts. Fui especialista numa manobra perigosa: movimentar o motor com manivela. Fiat 147 vermelho Ferrari, 76, rodou 300 mil e alvo de chacota geral. Curioso que na Itália eles continuam rodando…UNO Mille EP 96 azul, 250 mil rodados trocado por Ecosport 2004, 2.0, gasolina/gas, muito maltratado pelo primo. Banco de couro que em cada curva a bunda deslizava, e no verão queimava a dita cuja. ECO 20O8, 2.0, 4WD, tendo em vista que a rua onde moro necas de asfalto. 25.000 KM rodados, comprovados pela data de fabricação dos 5 pneus. A concessionária FORD pagou 18 mil pelo 2004 e cobrou 25 mil pelo 2008, isso em 2014. É o veículo atual, que pode funcionar sem o Cardã ,se for o caso, e suspensão traseira Multlink, um luxo. Me recuso arcar com os absurdos preços de zero das jabiracas comerciadas nos Brasil. Minha cunhada mora em Portland. Oregon, e rodou com um FOX made in Brasil por longo tempo apesar do marido americano raiz. Atualmente, rodam com um Honda Civic com 15 anos de idade, já que o Bob detesta carros americanos??????. O FOX, até hoje roda por lá nas mãos do gringo….

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Fábio Vieira 19 de março de 2021

Já tive um Sandero Stepway e foi dos melhores carros que já tive. Ótima dirigibilidade, sensação de altura do solo, um prazer em guiar; e um sucesso por onde passava; Não era um SUV, mas com certeza, uma boa idéia do que esperar desses carros projetados, não para entrar no pântano, mas para rodar com mais prazer; a manutenção / conservação vai depender também do cuidado do motorista.

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Marcelo 5 de março de 2021

Concordo com vc Zeca, a tendência é esses mini SUVs serem sucesso, mas tudo vai depender do preço. Se ficarem no patamar dos hatches compactos vão vender muito. Eu particularmente não gosto desse estilo e nem da altura da carroceria.

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amarildo rossi papa 4 de março de 2021

Esses preços sugeridos pela reportagem jamais vão acontecer… Uma porcaria de um gol com 30 anos de projeto já custa isso ou mais ….

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Sir.Alves 2 de março de 2021

Sao subcompactos crossover fantasiados de Suv… Aquela sensacao de joaoteimoso nas curvas acima de 60km… Passo, prefiro um bom hatch ou sedan com pegada esportiva… Tipo cruze.

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Sir.Alves 1 de março de 2021

Mais um monte de crossover disfarcados de Suvs, nas curvas aquela sensacao de joao teimoso… #Passo as massas gostam de novidades, mas eu gosto de direcao esportiva… Um belo sedan ou hatch medio eh meu tipo.

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Marcos 27 de fevereiro de 2021

SUV é o carro que mais mata em atropelamento, difícil de estacionamento, bebe mais, com o tempo vai dar mais manutenção, não compraria.

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Marcos 27 de fevereiro de 2021

Amigo o quem mata não e o carro e sim o condutor kkk ele não sai sozinho andando.

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Marcio 27 de fevereiro de 2021

Da minha parte vão encalhar nas lojas. Gosto de sedan e Hatch, gosto de dirigir e não vejo benefício algum em dirigir um SUV
Para ficar mais alto já existem as pickups. Isso pode ser antiquado, mas é assim que cultivo minha paixão por carros.

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Jorge Danilo de Oliveira 27 de fevereiro de 2021

Concordo totalmente!

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Jorge Danilo de Oliveira 27 de fevereiro de 2021

Não gostei! Assim como Boa parte dos brasileiros, prefiro meu sedan compacto (Ônix Plus).

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Josimar 9 de março de 2021

Idem. Já tive um Tiggo (1a ger.), e posso dizer: manutenção, custo, seguro, pneus, tudo mais caro. O pneu é 3x mais caro que um normal, para estacionar é uma tremenda dificuldade para achar vaga devido ao tamanho maior, a estabilidade é menor do que em um sedan ou hatch (tive que me adaptar), o consumo é muito maior (não compensa – carro custa uma família, SUV custa umas duas com sogra, papagaio e agregados). Enquanto puder, vou de sedan (agora estou com um Logan Dynamique que é show).
Sou contra esses modismos que querem ditar regras. Sem falar que o SUV vai contra a tendência mundial de suprimir o consumo de combustíveis fósseis.
Enquanto puder, nada de SUV na garagem a não ser que em um determinado momento da produção consigam resolver esses probleminhas…

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Robson 26 de fevereiro de 2021

Pra quem acredita em lorota é muito bonito, mas não tá vendendo nada.
Hoje recebi ligação de um vendedor desesperado de um tracker que fui ver pra minha mãe ano passado(isso porque dizem que tá vendendo horrores).
Moro em SP e só comprei um jeep porque era pra minha querida mãezinha, pra mim não compro esses lixos nem por 65 mil.

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Marcello 26 de fevereiro de 2021

Você já viu o carro ou já andou pessoalmente em um modelo desta categoria para afirmar que são um lixo?

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Robson 26 de fevereiro de 2021

Primeiro que isso não é SUV.
Segundo que os “analistas” das montadoras precisam aprender a fazer contas de adição, talvez aí entendam que aqui é um país “pobre” para margens praticadas, não há como vender carros de 100 mil pra todo mundo.
Por mais burro que povo seja, os bancos calculam riscos e chega uma hora que não existe demanda. Quantas pessoas você para na rua que ganham 10 mil ou mais? minoria.
A pobraiada já se individou e não pode ficar trocando de carros. Eu não pago nem 70 mil nisso, continuo com meu carro importado usado e não comprarei carro zero enquanto for esta zona.

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