SUVs matam mais pedestres, confirma estudo nos EUA
Entidade especializada em segurança no trânsito conclui que em atropelamentos acima de 60 km/h, 100% dos acidentes com SUVs foram fatais para pedestres
Entidade especializada em segurança no trânsito conclui que em atropelamentos acima de 60 km/h, 100% dos acidentes com SUVs foram fatais para pedestres
Segundo o Insurance Institute for Hyghway Safety (Instituto de Segurança Rodoviária) dos EUA, os utilitários esportivos (SUVs) provocam mais mortes que os automóveis, apesar de todas as modificações em seu design nos últimos 20 anos.
O IIHS diz que graças às novas tecnologias de segurança veicular, o número de acidentes fatais de trânsito nos EUA caiu de acima de 50 mil em 1980 para 36.560 em 2018. Entretanto, na última década, diz o IIHS, o número de pedestres que morreram nas estradas dos EUA cresceu significativamente.
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“A proporção de SUVs cresceu absurdamente na frota norte-americana, então é desanimador que eles sejam provavelmente mais mortíferos aos pedestres que os automóveis” foi a conclusão a que chegou Sam Monfort, que liderou a pesquisa do IIHS.
Analisando uma amostra de 79 acidentes em três áreas urbanas de Michigan, os pesquisadores perceberam um maior risco aos pedestres pelos SUVs.
Na pesquisa, restrita à essa cidade, os utilitários esportivos provocaram ferimentos mais graves do que carros nos pedestres em velocidades acima de 30 km/h.
Outra estatística indica de o número de pedestres mortos por veículos subiu 53% entre 2009 e 2018. Neste mesmo período, o percentual de SUVs na frota norte-americana subiu de 21% para 29%. Os pedestres representam agora quase 20% de todos os acidentes de trânsito fatais, um percentual não registrado desde o início dos anos 1980.
Entre 2009 e 2016, acidentes fatais para pedestres envolvendo um SUV cresceram 81%, percentual superior ao de qualquer outro tipo de veículo.
Os acidentes em Michigan não indicam necessariamente o que ocorre em todo o país, mas a gravidade dos ferimentos está coerente com pesquisas anteriores revelando a maior probabilidade dos SUVs a atirar os pedestres para a frente e duas vezes mais prováveis de provocar ferimentos graves nos quadris e nas partes superiores das pernas.
São sequelas provenientes dos impactos com para-choques, grades ou faróis. E provavelmente devido à elevada altura de sua parte frontal, bem mais elevada que a dos automóveis.
Recentemente, vários fabricantes de SUVs adotaram um desenho frontal mais semelhante ao de automóveis, com o objetivo de reduzir o risco de passageiros de carros que sofrem impactos de utilitários esportivos.
Para-choques e outras estruturas que absorvem impactos foram rebaixados para se alinharem com seus correspondentes em automóveis, reduzindo a ameaça neste tipo de impacto.
Entretanto, não houve um esforço semelhante para reduzir o perigo para pedestres, que não foram beneficiados pela introdução de mudanças que protegem os passageiros de outros carros.
Não se modificou, por exemplo, a posição perpendicular das grades frontais, que atingem a pélvis ou o tórax do pedestre. Fossem inclinadas, os danos seriam reduzidos.
O IIHS planeja se utilizar dos dados obtidos em Michigan para estabelecer qual o design ideal de um SUV para reduzir o risco no caso de um impacto contra pedestres.
“Nossas pesquisas evidenciaram que os fabricantes precisam de modificar o design dos SUVs para evitar o crescimento da mortalidade de pedestres em acidentes, agora que a maioria dos veículos nas estradas são utilitários esportivos”, concluiu Becky Mueller, engenheiro sênior de Pesquisa do IIHS.
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