WLTP, EPA, kWh? Entenda os termos usados quando o assunto é carro elétrico
Alguns componentes do carro elétrico não está presente no modelo a combustão e, com isso, surgem alguns termos novos desconhecidos por muitos
Alguns componentes do carro elétrico não está presente no modelo a combustão e, com isso, surgem alguns termos novos desconhecidos por muitos
O carro elétrico ainda está caro no mundo todo, é verdade, mas a tendência é que ele se torne o veículo do futuro – ainda que muitas pessoas tenham resistências contra essa propulsão.
À medida que as leis de redução de emissões de CO2 vão ficando cada vez mais rigorosas, as montadoras investem de forma acentuada para acelerar o processo de eletrificação da sua gama de veículos.
Com isso, os modelos a bateria vão ficando cada vez mais presentes no nosso dia a dia e, assim, novos termos vão surgindo para se referir a alguma especificação do carro elétrico, já que essa propulsão possui algumas características totalmente diferentes do veículo a combustão.
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Possivelmente, ao ler ou ouvir falar alguma coisa sobre carro elétrico, você percebeu o uso do termo ‘ciclo WLTP’, bateria com capacidade de x kWh, ou ‘ciclos da bateria’. Mas, na prática, o que exatamente isso quer dizer?
Um dos pontos mais relevantes para se analisar na hora de comprar um carro elétrico é a autonomia da bateria. Afinal, ninguém quer ter que frequentar constantemente um eletroposto, muito menos ter uma pane elétrica.
Existem três formas de medir o alcance desses componentes – alguns mais, outros menos precisos – e as fabricantes já se valeram disso para ganhar uma certa vantagem em cima dos consumidores.
Hoje, os padrões são: New European Driving Cycle (NEDC), Worldwide Harmonised Light Vehicle Test Procedure (WLTP) e o da Agência de Proteção ao Meio Ambiente (EPA). Os dois primeiros são de origem europeia, enquanto o último é dos Estados Unidos.
Cada um utiliza um padrão para fazer a aferição, sendo o NEDC o menos preciso e mais utilizado pelas montadoras. Mas porquê elas usam esse formato como referência se ele não é próximo a realidade?
Esse método foi desenvolvido na década de 1980. Os resultados da autonomia de um carro elétrico no NEDC são coletados apenas em laboratórios, não levando em consideração um cenário realista de direção com variação de temperatura, relevo, trânsito, etc.
Desconsiderando esses elementos o alcance do carro fica maior, o que consequentemente é melhor para a montadora.
Com a discrepância considerável entre o valor divulgado pelas fabricantes e o percebido pelos motoristas no dia a dia, e para sanar a polêmica entre as duas partes, foi desenvolvido o método WLTP.
O formato realiza testes em laboratório, mas também coloca o carro na rua. Nesse processo, a medição dura 30 minutos, dobra a distância percorrida e intercala o ciclo de rodagem entre ambiente urbano e rodoviário.
Ademais, ele considera como os equipamentos do veículo influenciam no peso e na dinâmica, além de analisar o comportamento do carro elétrico em velocidades mais altas e temperaturas realistas.
Com isso, pode existir uma diferença de autonomia de até 25% entre os dois métodos.
Não é muito comum vermos os fabricantes divulgarem a autonomia nessa medida, já que ela leva mais em conta o modo de condução do americano.
Diferente do estilo europeu, que calcula a autonomia priorizando o trânsito urbano, o EPA visa as estradas, onde os americanos costumam dirigir mais.
Então, caso você queira viajar utilizando um carro elétrico – além de se programar bem para saber aonde vai precisar parar para recarregar as baterias – é importante dar uma olhada na autonomia do seu automóvel no ciclo EPA.
Ao pesquisar por um carro elétrico é possível que você já tenha se deparado com a informação de que a bateria resiste a um ciclo de carregamentos.
Geralmente os modelos elétricos são equipados com baterias de lítio. Esses componentes são criados para terem um número específico de ciclos de funcionamento. É como se fosse um prazo para a sua vida útil começar a diminuir.
Um ciclo corresponde a uma carga completa, saindo de 0% e indo até a capacidade máxima. Então, quando o carro atinge a quantidade específica de ciclos, a capacidade de manutenção de carga da bateria vai diminuir. Consequentemente, o número de paradas para recarga também aumenta.
A potência do carro elétrico também é medido de uma forma diferente, já que não se usa cavalos a vapor (CV), Horse Power (HP), ou afins.
Nos modelos zero combustão, geralmente, a potência é informada por kW (quilowatt). Mas como muita gente não sabe exatamente o valor de 1 kW de potência, essa informação costuma vim junto ao valor equivalente em cv ou hp.
Para os parâmetros brasileiros, cada kW corresponde a aproximadamente 1,36 cv. Então, dizer que um Renault Kwid elétrico tem uma potência de 48 kW, é como se ele tivesse 65 cv.
O kWh (quilowatts-hora) também é muito utilizado quando se fala nos veículos zero emissões e, apesar do termo ser parecido, nada tem a ver com a potência do carro.
Essa unidade de medida serve para medir o consumo de energia. 1 kWh é a quantidade de energia necessária para fazer funcionar um componente que demanda 1.000 watts por hora.
Quanto maior a capacidade da bateria em kWh, maior será a autonomia e recarga de um carro elétrico.
Calcular o consumo de combustível do carro a combustão é relativamente fácil: basta dividir o número de km percorridos pela quantidade de litros de combustível adicionado ao tanque e se chegará ao valor de quantos km/l seu automóvel faz.
Mas no caso do carro elétrico é um pouco diferente. Nesse caso é preciso utilizar a regra de três, tendo como base a capacidade da bateria e a autonomia e usando o padrão mundial de eficiência em cima de 100 km rodados.
De novo utilizando o Renault Kwid elétrico como referência: ele tem uma bateria de 26,8 kWh e autonomia estimada em 265 km.
O cálculo é o seguinte: 26,8 kWh (capacidade da bateria) está para “x” e 265 km (autonomia) está para 100. A capacidade da bateria é multiplicada por 100, o que dá em 2.680, divididos por 265. O resultado fica em 10,1 kWh gastos a cada 100 km rodados. Levando para o lado do motor a combustão, seria o mesmo que rodar 50 km/l.
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Parabéns pela matéria.