Carros híbridos: o que são? Entenda a diferença entre eles
A cada mês chegam novos carros eletrificados, cada um de uma forma diferente, explicamos como eles funcionam para ajudar na sua escolha
A cada mês chegam novos carros eletrificados, cada um de uma forma diferente, explicamos como eles funcionam para ajudar na sua escolha
A oferta de carros híbridos no Brasil cresceu e diversificou desde a chegada do primeiro Mercedes-Benz S400 Hybrid em 2010. No início de 2024, a maioria das montadoras instaladas no país anunciaram a produção local de veículos eletrificados, deixando esses sistemas mais comuns na vida do brasileiro.
Porém nem todo carro híbrido é igual, existem diferentes formas de aliar o motor a combustão com os elétricos com o intuito de reduzir o consumo e as emissões. Alguns mais simples e com menos ganhos e outros são mais caros e complexos, dando o retorno em um custo menor por quilômetro rodado.
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O carros híbridos são chamados também de eletrificados. Esse termo vêm sendo adotado pela indústria pois a imagem dos híbridos no exterior, como nos EUA, é atrelada a carros pouco interessantes, enquanto os elétricos estão mais na moda.
Se você está interessado em gastar menos com combustível comprando um híbrido e tem receio de levar um pouco eficiente, esse guia irá auxiliar. Confira abaixo os tipos de carros eletrificados e como esses sistemas funcionam.
Essa é a forma mais simples de eletrificar um carro. O híbrido leve utiliza um motor elétrico que substitui o de arranque e o alternado. Ele é responsável por ligar o propulsor e recarregar a bateria, além de dar um leve auxílio de potência — geralmente de 10 cv.
Alguns carros híbridos leves possuem frenagem regenerativa, para recarregar a bateria de 48 volts que fornece energia a esse motor. Esse sistema mantém a bateria de 12 volts tradicional para as funções vitais.
A vantagem do híbrido leve é ter um sistema start-stop mais efetivo e sem exigir uma bateria de 12 volts mais cara. Em situações urbanas ele consegue reduzir mais o consumo por essa função e por dar alguns cavalos extra para tracionar o veículo. Os ganhos ficam entre 0,4 e 1,7 km/l.
Alguns híbridos leves conseguem maior economia por tirar do motor a combustão a tarefa de tocar periféricos como o ar-condicionado. O Kia Stonic faz isso e possui a função “velejar”, que desliga o motor do carro em movimento quando apenas a energia cinética é necessária para mantê-lo em movimento.
Esse tipo de eletrificação pode ser aplicado a carros com câmbio manual, CVT, dupla embreagem ou automáticos tradicionais. A Fiat oferta na Europa o Panda e o 500 com sistema híbrido leve aliado ao motor 1.0 Firefly aspirado e câmbio manual, por exemplo.
Uma versão mais eficiente do híbrido leve é a que utiliza um segundo motor dentro do câmbio. A Mercedes-Benz faz isso no E300 e a Stellantis terá um similar em carros feitos no Brasil com a caixa de dupla embreagem que traz um motor integrado.
Nesse tipo de sistema o motor ligado ao motor e o motor na caixa de marchas fornecem mais força para tracionar e aliviar a barra do propulsor a combustão.
Esse tipo de eletrificação é a base para a maioria dos híbridos que conhecemos. O nome paralelo é dado pois tanto o motor a combustão quanto o elétrico podem tracionar o veículo.
Sua proposta é aproveitar onde cada tipo de propulsão é mais eficiente. Como não há uma dependência entre os motores, esse sistema permite que o carro se mova como um veículo a combustão caso não haja carga na bateria.
A Honda foi a marca que mais apostou nesse sistema no passado, com o sistema IMA. Ele usava um motor elétrico montado entre o câmbio e o volante do motor a combustão. A japonesa usou em veículos de 4 ou 6 cilindros, com caixa manual, CVT e automática.
Um motor a combustão interna é mais eficiente funcionando livre da função de tracionar o carro e em uma faixa ideal de rotação. No híbrido em série, ele atua como gerador de energia para recarregar as baterias, enquanto o elétrico traciona.
Esses sistema possui duas vantagens sobre o 100% elétrico: é mais leve, por usar uma bateria menor, e não fica dependente da rede de postos de recarga. Uma parada no posto de gasolina já resolve.
Atualmente não são oferecidos carros com esses sistema. A BMW vendia o i3 REX, que era um híbrido em série com motor bicilíndrico de motocicleta atuando como gerador.
Quem aposta nos híbridos em série mundo afora é a Nissan, com a linha e-Power. A General Motors classificava o Chevrolet Volt assim, mas ele usava o motor a combustão para ajudar a tracionar acima de 112 km/h.
Os sistemas híbridos em série são mais antigos que parecem, as locomotivas diesel-elétricas funcionavam dessa maneira. O novo ônibus de dois andares que roda em Londres também trabalha dessa forma.
O primeiro carro híbrido de produção seriada — e mais bem sucedido — é o Toyota Prius. A montadora japonesa é a que mais aposta na eletrificação e usa como base o sistema séries-paralelo.
Ele combina combina os dois tipos de motores com a maior eficiência possível. O carro pode ser tracionado por apenas um, por ambos ou usar o motor a combustão para gerar energia para as baterias.
O funcionamento pode variar conforme o carro. Em geral, o motor elétrico é priorizado em situações urbanas, o motor a combustão é priorizado em rodovias e ambos trabalham juntos quando é exigido mais desempenho.
Esse tipo de híbrido ainda precisa de um câmbio. O mais comum é o eCVT, que utiliza uma engrenagem planetária que simula as mudanças de relação através do motor elétrico. Mas também é possível ter um híbrido pleno com caixas de duplas embreagem, como é feito pelos veículos da Hyundai e Kia.
A Honda introduziu no mercado uma variante ainda mais eficiente dos híbridos série-paralelo com a tecnologia E:HEV. Ele usa o motor elétrico em baixas velocidades, em altas o propulsor a combustão entra em uma marcha direta. Isso reduz as perdas mecânicas geradas pelo câmbio.
Atualmente os carros elétricos são uma escolha melhor para rodar apenas na cidade, porém nem todos os motoristas podem se dar o luxo de ter dois veículos na garagem. É aí que entra o híbrido plug-in.
Essa tecnologia é a transição entre os híbridos e os 100% elétricos. Ele permite que o motorista rode por alguns quilômetros apenas na eletricidade, sem acionar o motor a combustão, podendo recarregar a bateria em uma tomada.
Nos outros híbridos a carga é feita apenas pela frenagem regenerativa ou usando o motor a combustão como gerador. Essa autonomia, mesmo sendo reduzida, costuma ser suficiente para os deslocamentos diários em uma cidade.
Quanto ao funcionamento em modo híbrido, o mais comum é que os carros trabalhem de forma similar aos sistemas série-paralelo ou apenas paralelos. Em alguns modelos o motor a combustão traciona um eixo enquanto o elétrico atua no outro, simulando assim uma tração integral.
Nos híbridos plug-in são usados motores elétricos mais potentes e baterias maiores. Isso aumenta o peso do veículo e resulta em um consumo de combustível pior que o de um híbrido tradicional. A vantagem é poder usar apenas na eletricidade e deixar o motor a explosão para viagens maiores.
Dentre as classificações de carros híbridos existiu um que estava mais para manobra de marketing, o primeiro micro híbrido. Esse nome foi usado antigamente em alguns veículos com o sistema start-stop.
Para quem não conhece, o start-stop é a tecnologia que desliga o motor quando o carro está parado e religa quando o motorista solta o freio. Ela foi criada para reduzir o consumo e as emissões na cidade, mas a economia é mínima e exige uma bateria de 12 volts específica que custa mais caro.
O único veículo a ser vendido no Brasil como micro híbrido foi o Smart Fortwo MHD. A tecnologia voltou em outros carro e está em linha até hoje, mas sendo chamada apenas de start-stop.
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