Líquidos do carro: quais fazem parte desse ‘sistema circulatório’

O motor, o câmbio, o sistema de freio e outros precisam de líquidos para que tudo funcione corretamente e com segurança

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Cada reservatório e tampinha leva um líquido diferente (Foto: Jeep | Divulgação)
Por Eduardo Rodrigues
Publicado em 17/10/2025 às 20h00

Dentro do cofre de seu carro corre um emaranhado de tubulações que levam todos os tipos de fluídos pelo motor ou por outros sistemas. Eles são responsáveis por tudo funcionar da forma correta e, por isso, precisam da manutenção adequada.

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Os carros mais recentes conseguiram reduzir essa conta, graças a eletrônica. Os avanços tecnológicos também ajudaram a aumentar os prazos de troca, tornando as revisões mais frequentes.

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E se você possui um carro híbrido, fique sabendo que nele também existem fluídos que exigem a sua atenção. Em número menor pelo menos. Veja como é o sistema circulatório do seu veículo:

Óleo lubrificante do motor

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O óleo é o mais lembrado e também é quem dita os prazos de revisão (Foto: Chevrolet | Divulgação)

Esse é o principal e também o mais lembrado. O óleo lubrificante circula pelo motor para reduzir o atrito entre as partes móveis, caso contrário ele travaria.

Dentro de um motor a combustão existem várias peças metálicas em movimento constante e em vários sentidos. O óleo lubrificante forma um filme entre elas, para que o movimento seja livre.

Motores modernos possuem tolerâncias menores, já que são construídos de forma mais precisa. Eles utilizam óleos mais “finos” por esse motivo e também por gerarem menos atrito.

A troca do óleo é feita a cada 10 mil km na maioria dos carros, com alguns sendo exceção e exigindo período de 12 ou 20 mil km. Até meados da década de 2010 haviam alguns modelos com prazo de 5 mil km.

Óleo do câmbio

O câmbio, seja ele manual, automático, CVT ou de dupla embreagem, também trabalha com várias peças se movendo. Mas o óleo lubrificante usado nele é diferente, já que não existe combustão em seu interior ou contato com combustível.

Cada tipo de câmbio possui um tipo de óleo inclusive, por isso é preciso seguir a risca o que é dito no manual. O motorista pode checar o seu nível por uma vareta em alguns carros, mas isso está em desuso.

O óleo do câmbio é sempre alvo de polêmica pois alguns fabricantes não recomendam a troca. O prazo dos que recomendam varia dependendo do tipo de caixa, com períodos que vão de 40 mil km a 250 mil km.

E sabe aquelas caixas de dupla embreagem “a seco”? Elas também possuem um óleo. Essa parte seca se refere às embreagens, as engrenagens vão sempre precisar de lubrificação.

Líquido de arrefecimento

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Nem muito quente, nem muito frio, o arrefecimento cuida do motor trabalhar na temperatura certa (Foto: Shutterstock)

Esse é um líquido presente no motor do carro que não está lá para reduzir atrito. O próprio nome já diz sua função, ele é o responsável pelo arrefecimento.

O motor de um carro foi feito para trabalhar em uma temperatura pré-determinada. Não deve funcionar muito frio nem muito quente. O líquido de arrefecimento circula por galerias no bloco e no cabeçote para garantir isso.

Antigamente era usada a água, que depois passou a ser misturada com um anticongelante. Hoje os motores usam um líquido pronto, que deve ser adicionado ao sistema na hora da troca sem misturas para garantir o funcionamento ideal.

Apenas os carros refrigerados a ar não precisam disso. Mas aí estamos falando de modelos como o Fusca, a Kombi e o Porsche 911 fabricado até 1998.

Fluido de freio

Quando você pisa no pedal de freio é acionado um sistema hidráulico que multiplica a força aplicada para poder controlar as pinças e sapatas que param o seu carro. Esse é um dos fluídos que não foram aposentados, mesmo nos carros elétricos.

O fluído de freio esquenta em uso intenso, como em pistas ou em descidas de serra. Por isso, é preciso usa sempre um com o ponto de ebulição recomendado ou superior.

O fluído de freio também é usado no atuador hidráulico da embreagem nos carros com câmbio manual que possuem esse tipo de acionamento. Troque sempre dentro do prazo, pois sem ele você não para o carro.

Fluído da direção hidráulica

A direção hidráulica está praticamente aposentada no Brasil, mas no mercado de usados existem uma infinidade de carros com ela. Esse sistema serve para aliviar o peso do volante, dando mais conforto ao motorista, facilitando manobras com o carro parado e permitindo um relação mais dierta.

Se esse fluído vazar, a direção vai ficar pesada e poderá danificar o sistema de assistência. Em carros com assistência eletro hidráulica também existe esse líquido, a diferença é que a bomba é tocada por um motor elétrico e não pelo propulsor do carro. E o furgões médios elétricos da Stellantis, como o Fiat e-Scudo, utilizam esse sistema.

Óleo do diferencial

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Se o carro possui um diferencial no eixo traseiro, ele precisa ser lubrificado (Foto: Ford | Divulgação)

Os carros que possuem tração traseira ou integral contam com um diferencial, que recebe o movimento do eixo cardã e o passa para as rodas. Dentro dele há um conjunto de engrenagens, que precisa ser lubrificadas.

Se você possui um carro de tração integral, um jipe, um SUV tradicional ou uma caminhonete, é preciso trocar esse óleo periodicamente.

Água do limpador de para-brisa

Os reservatórios dos fluídos relacionados com o motor ou o câmbio possuem tampas vermelhas, amarelas ou pretas. Se você encontrar uma tampinha azul no cofre, é do limpador de para-brisa.

Esse reservatório é para o líquido do esguicho, que usamos para limpar o vidro. Ele pode ser enchido apenas com água, mas um sabão específico para esse uso ajuda a tirar sujeiras maiores como aqueles insetos que espatifam no carro quando viajamos em rodovias, além de hidratar a borracha das palhetas.

Carros elétricos: líquido de arrefecimento da bateria

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Os elétricos também precisam de arrefecimento e de fluído de freio (Foto: Renault | Divulgação)

O único fluído exclusivo dos carros elétricos é o líquido de arrefecimento da bateria. As baterias, assim como os motores, precisam trabalhar em uma temperatura ideal para entregar a melhor eficiência.

Essas baterias grandes se aquecem muito em uso intenso e também durante recargas rápidas em postos de alta voltagem. Por isso elas possuem um gerenciamento eletrônico que controla a energia recebida ou emitida caso comecem a se aquecer demais.

Já o sistema de arrefecimento é como o de um motor, com circuito selado. A troca desse líquido é com prazos grandes de tempo ou quilometragem.

Existem elétricos com baterias refrigeradas a ar, no Brasil o único é o Nissan Leaf. Isso reduz uma manutenção, mas também é menos eficiente e resulta em vida útil menor para o pacote de baterias.

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